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- Capítulo 51.2 - Contrato de Amizade (II)
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Tradução: fntzy | Revisão: Pandine
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Capítulo 51 (II): Contrato de Amizade
“Aqui, Fayfay! Esta é a sua parte de hoje!” Annie disse, entregando a Faye uma cesta de frutas frescas. Cada fruta tinha sido polida até brilhar antes de ser cuidadosamente colocada na cesta. Elas exalavam uma fragrância frutada agradável. “Você está sempre com fome, então deveria comer essas! Eu as colhi enquanto estava pegando lenha na floresta. Coma quantas quiser!”
“…”
Faye ficou em silêncio enquanto olhava para as frutas claras.
“Tem algo errado, Fayfay?” Annie perguntou preocupada, pensando que Faye talvez não gostasse das frutas que colheu.
“Você me oferece comida todos os dias porque quer alguma coisa de mim?”
Os demônios sempre mantiveram o princípio de “troca igual”. Se alguém desse algo de valor a outro, isso deveria ser retribuído por meio de realizar um ato de serviço ou dar um item de valor igual.
Annie tinha sido nada além de atenciosa com Faye desde que ela chegou no convento. Quando ela estava ferida, Annie havia ficado ao seu lado o tempo todo, perguntando curiosamente sobre tudo. Ela até tinha dado a Faye algumas das poucas roupas para usar de seu próprio guarda-roupa e trazido comidas gostosas para Faye diariamente…
Ela tinha feito todas essas coisas e ainda assim nunca pediu nada em troca.
Faye estava confusa.
“… Hã?” Annie inclinou a cabeça, também confusa sobre o que Faye queria dizer. Mas ela respondeu após pensar um pouco, “Se eu tivesse que dar um motivo… É porque você é realmente fofa quando come, Fayfay!”
Ela sorriu genuinamente ao dizer isso.
“… Só por causa disso?”
“Sim! Eu gosto de ver você comer.”
A resposta de Annie não era nada do que Faye tinha previsto. Para ela o raciocínio da garota era estranho.
Ela se sentia feliz… vendo Faye comer?
Isso era uma forma de adoração?
Faye entendeu agora… Essa garota humana definitivamente queria ser sua seguidora!
“Bem… Vendo que seu desempenho tem sido satisfatório, eu permito que você tenha a chance de me pedir qualquer coisa.” Faye assumiu a postura de Senhora Demônio e apontou para Annie com sua mão pequena e gordinha. “Fale, garota humana. O que você gostaria de receber de mim?”
“Hmm… Você diz umas coisas confusas às vezes, Faye…” Com a cabeça inclinada, Annie ainda não entendia realmente o que Faye queria dizer. “Eu não entendi muito bem o que você falou, mas sim, tem uma coisa que eu quero!”
“O que você quer? Minérios preciosos e gemas? Poder? Ou eu deveria te atribuir uma posição onde muitos estariam à sua disposição assim que eu retornar ao meu reino?”
Se ela pudesse ser restaurada ao trono, Faye poderia manter Annie com ela como ajudante ou general. Suas pernas e braços pequenos seriam um claro obstáculo para qualquer tropa levá-la a sério e seria difícil implementar, mas deveria ser possível impondo a autoridade de Senhora Demônio.
“Não, eu não quero essas coisas!” Annie segurou a mão de Faye. “Eu quero que sejamos amigas, Fayfay!”
“… Amigas?”
“Sim, amigas!” a garota disse sinceramente, com um sorriso puro. “Fayfay, aqui. Estenda seu mindinho assim.”
“Ahn…”
Faye sentiu que tinha sido derrotada pela garota humana.
“Tudo bem, mindinhos enganchados juntos, uma promessa por cem anos! Quem quebrar é um cachorro!!”
Faye observou seus mindinhos ligados com divertimento.
“Isso nos faz amigas?”
“Sim, agora somos amigas!”
Então isso significava que esse era um contrato de amizade com uma humana por cem anos?
Não era assim tanto tempo. Seria apenas o suficiente para acompanhá-la pelo resto da vida.
“O que exatamente fazem as amigas?”
“Hm… Deixe-me pensar…” Annie cruzou os braços, pensativa. “Amigas, bem… Amigas brincam juntas, dão passeios juntas, conversam uma com a outra e compartilham comida e outras coisas interessantes… Elas pensam uma na outra e se ajudam!”
Parecia muito trabalho, pensou Faye.
Todos os humanos eram assim trabalhosos?
“Será que ser amiga significa ter que ficar com essa pessoa o tempo todo?”
“Sim!”
“Então talvez eu não consiga ser sua amiga.”
“P-Por quê?”
“Porque eu tenho que partir em breve.”
Sentada embaixo da árvore, Faye olhou para o céu.
O céu no reino humano era sempre tão azul que machucava seus olhos. Era terrível.
Mas ela tinha se acostumado com a vista em algum momento.
“O-O quê?! Você vai deixar o convento, Fayfay? Por quê?!” Ao ouvir que ela partiria em breve, Annie imediatamente começou a chorar.
Como ela tinha dito, as crianças davam muito trabalho.
“É uma pena que este lugar seja tão entediante. Estou voltando para o meu próprio território.” Faye colocou as mãos atrás da cabeça e se deitou na grama, fingindo estar entediada.
Ela não podia ficar aqui por muito tempo.
O grupo de traidores que tinham tramado para derrubá-la do trono não descansaria antes de encontrar seu cadáver.
Eles certamente viriam para o reino humano procurá-la e até poderiam envolver essas crianças.
Faye originalmente não se importava com a vida de alguns humanos. Mas ela não conseguia se acalmar ao pensar nos pescoços das crianças sendo quebrados nas mandíbulas das terríveis criaturas demoníacas.
Partir mais cedo era uma coisa boa. A essa altura, Faye já podia se proteger. Ela só precisava deixar as cidades humanas para recuperar seu poder de várias maneiras.
“Faye… Você acha que brincar comigo é chato…?”
“Bem, não…”
Faye não sabia o porquê, mas ficava triste ao ver Annie chorar, ela não queria vê-la daquele jeito. Ela queria vê-la sorrir para Faye como antes.
“Você é bem interessante para um humano… Eu gosto de brincar com você!”
“É verdade?”
“… Sim, é verdade.” Faye estava envergonhada, aquela era uma das poucas vezes que ela havia dito o que realmente sentia. “Além disso, eu posso voltar para te ver sempre que quiser!”
“Mas eu não quero me separar de você, Faye…” várias coisas passavam pela mente de Annie, tentando pensar em uma maneira de fazer Faye ficar. “Ah, é isso mesmo!”
De repente, ela ficou extremamente animada. Ela se levantou, quase dando uma cabeçada em Faye.
“Fayfay, você sabia que há uma enorme árvore de frutas cítricas na Floresta de Capella?! Da última vez que fui lá, ela estava começando a dar frutos. Frutas cítricas maduras são tão bonitas quanto joias vermelhas e são crocantes e doces!”
Essas frutas são a especialidade da nossa região! Você definitivamente não vai querer partir depois de comer uma fruta tão saborosa!”
“Hmm… Claro.”
Vendo Annie gesticulando para todos os lados e sorrindo, Faye suspirou impotente, esfregando a testa onde havia sido atingida. No entanto, ela não pôde deixar de sorrir.
Ela poderia ficar alguns dias extras por causa de Annie e das frutas cítricas.
……
…..
….
“Annie ainda não voltou depois de sair para o bosque esta manhã???”
Uma voz aguda trouxe Faye de volta à realidade.
“Quando ela saiu? Você tem certeza de que ela foi para o bosque?” Elsa perguntou ansiosamente. Ela havia considerado que alguns dos meninos mais travessos poderiam ter escapado para brincar, mas nunca teria considerado que algo aconteceria com Annie, que era a mais obediente de todos.
“Annie saiu antes de amanhecer hoje… Ela tinha uma cesta e disse que estava colhendo frutas cítricas…”
O coração de Faye parou.
Ela se lembrou de Annie dizendo que as frutas colhidas de manhã cedo tinham o melhor sabor.
Nesse caso, por causa de Faye, ela tinha…
“Irmãzona Elsa!” Notando que sua camisa estava sendo puxada, Elsa olhou para baixo e viu a colega de quarto e boa amiga de Annie, Nomé. “Irmãzona Elsa, por favor. Você é tão forte. Você pode trazer a Annie de volta?”
As crianças lá todas sabiam o quão forte Elsa era. Ela era a pessoa mais poderosa que conheciam, então pensaram em perguntar a ela primeiro.
“Há tantas criaturas demoníacas lá fora! Estamos todos muito preocupados com ela!” as outras crianças também disseram.
“…”
Os moradores ainda estavam se dirigindo para a igreja. Elsa estava diante de uma escolha difícil.
Dahlia havia confiado o convento a ela antes de partir. Annie poderia estar em perigo neste exato momento, mas as crianças e os moradores do convento também precisavam de orientação e não podiam ser simplesmente abandonados.
“Ei, miudinha.” Faye de repente se aproximou depois de um longo período de silêncio. “Annie foi para o bosque oeste, certo?”
“S-Sim!” Nomé acenou furiosamente.
“Eu vou trazê-la de volta.”
“… Faye?” Yvonne estava surpresa. Ela não esperava que Faye se oferecesse para ajudar em um momento como esse.
“Hmph… Vocês parecem ter esquecido que eu sou a Senhora Demônio, independentemente de qualquer outra coisa. Mesmo que eu esteja mais fraca agora, lidar com algumas criaturas demoníacas insignificantes não é nada para mim. Vocês, humanos, apenas cuidem de seu território e se escondam como bons meninos.” disse com seriedade.
“Além disso…” Os olhos da jovem menina demônio brilhavam com um vermelho sangrento. “Este conflito começou por minha causa e deve terminar comigo.”
Ela olhou para sua mão, lembrando-se da promessa do mindinho.
Seu coração estava frenético com o pensamento de que a pessoa com quem ela tinha feito uma promessa poderia simplesmente desaparecer.
Era a primeira vez que ela sentia isso.
“Eu fiz um juramento com aquela garota para sermos amigas. Vou trazê-la de volta, pois ela é minha futura súdita!”
A idiota definitivamente havia entendido errado o que significava amizade… Yvonne pensou consigo mesma.
Mas agora não era hora de pensamentos sarcásticos. Se até Faye estava disposta a sujar as mãos, então Yvonne não podia ficar para trás.
“Faye, Esfinge e eu vamos te levar até lá.”
“Evie…!” Elsa olhou para Yvonne com gratidão.
“Nós deixaremos isso com você, Elsa.”
“Sim, sem problemas. Eu vou proteger todos!” Elsa juntou as mãos, olhando diretamente para as duas. “Eu acredito em vocês… Sei que trarão Annie de volta em segurança!”
▲
O bosque estava envolto em uma espessa névoa, apesar de ser dia. Estava escuro como no crepúsculo também.
Ao sair do portal, o lobisomem noturno uivou ao entrar em contato com a terra estrangeira e a atmosfera.
Annie era extremamente familiarizada com a geografia do bosque.
Ela conseguiu se esconder por tanto tempo sozinha por causa do buraco no meio do tronco da árvore que ela havia marcado antes.
Mas ela não podia continuar se escondendo ali. A névoa roxa que pairava por toda parte a deixava sem ar. As coisas não dariam certo se ela ficasse por lá.
Os enormes lobos noturnos demoníacos poderiam facilmente rasgar o tronco espesso em pedaços.
Sem mencionar que esses monstros aterrorizantes estavam a menos de cinco metros de Annie neste momento.
Se escondendo atrás da árvore, Annie pressionou a mão firmemente contra a boca, sem ousar soltar o menor suspiro.
Como precaução, Elsa havia dito várias vezes às crianças o que fazer se encontrassem feras mágicas grandes e perigosas.
Elas precisavam tapar a boca e respirar superficialmente perto de bestas mágicas com olfato apurado, como as do tipo lobo.
Mas por causa disso e dos efeitos do miasma, Annie estava perdendo força rapidamente dentro do buraco da árvore.
Ela se sentia tonta pela falta de oxigênio.
Muito tempo havia passado…? Ou nenhum?
Annie deu um pulo, começando a suar frio. Ela havia perdido a consciência no buraco da árvore.
Ela não podia ficar ali sem uma circulação adequada de ar, ou desmaiaria por ainda mais tempo.
Quando ela abriu os olhos novamente, seu entorno estava silencioso.
Ela não conseguia ouvir nada. Será que eles tinham ido embora?
Annie olhou cautelosamente ao redor. Ela não viu nada além das enormes pegadas deixadas pelas criaturas demoníacas.
Isso era ótimo. Eles deviam ter ido embora.
Annie soltou um suspiro, ansiosa para escapar. Ela olhou para a trilha familiar não muito longe. Ela só precisava seguir naquela direção para sair do bosque.
Os adultos haviam erguido uma barreira defensiva na borda do bosque. Ela estaria segura assim que cruzasse aquela fronteira.
Desde que esses monstros não a notassem-
Plip plop.
Estranho, estava chovendo?
Por isso estava pingando?
Annie estendeu a mão sem pensar e o fluido quente e viscoso pousou bem em sua mão.
Um arrepio percorreu todo o seu corpo quando o fluido fedorento desceu pelo seu braço.
Seu coraçãozinho começou a acelerar freneticamente.
Ela olhou para cima com medo. A boca escarlate do lobo noturno estava aberta. Suas garras afiadas se enfiaram na árvore. Os quatro olhos em sua testa olhavam vorazmente para sua presa.
As pernas de Annie falharam. Ela percebeu que nem tinha forças para se levantar e correr.
Ela não podia escapar-
Ela era muito fraca diante de tanta força.
A boca do lobo noturno se abriu enquanto ele avançava em sua direção.
Annie fechou os olhos com força.
Será que ela ia morrer?
Havia tantas coisas que ela ainda queria fazer.
Ela ainda não tinha visto o olhar feliz de Faye enquanto comia frutas saborosas.
Será que ela ia morrer assim tão rápido?
Havia alguém…
Havia alguém que poderia salvá-la?
“Grite se estiver com medo, sua cabeça dura!” disse alguém familiar de muito perto.
Annie abriu os olhos surpresa.
O lobo demônio estava suspenso no ar, firmemente amarrado por correntes vermelhas escuras que vinham de todos os lados.
Cabelos prateados longos e dançantes, pele tão branca quanto a neve e chifres longos e majestosos. Annie estava familiarizada com todas essas características, mas elas também pareciam diferentes-
Quase como se tivessem sido ampliados na pessoa forte e bonita que está diante dela agora.
Annie não podia acreditar no que via.
“… Faye?”