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- Capítulo 51.3 - Boa viagem, Evie (III)
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Tradução: fntzy | Revisão: Pandine
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Capítulo 51 (III): Boa viagem, Evie
Sendo estrangulado como um porco, o lobo demoníaco ficou ainda mais agitado, uivando enquanto tentava se libertar.
“Bestas imundas… Nem mesmo reconhecem mais sua mestre, hein?”
A Senhora Demônio levantou a mão, com os olhos como gelo. As correntes que prendiam a criatura demoníaca se apertaram enquanto sua mão se fechava lentamente em um punho. O lobo noturno nem teve tempo de uivar uma última vez antes que seu corpo fosse despedaçado.
Sangue negro choveu sobre eles.
Mesmo antes do sangue respingar em Annie, Faye a pegou e se afastou do miasma do chão, pousando firmemente no topo da árvore.
“E-Eu nunca soube que você era tão poderosa, Faye…!” O coração de Annie batia rápido. Ela tinha acabado de escapar por pouco de uma experiência quase mortal, mas sua atenção estava completamente focada na forma adulta e bela de Faye.
“Hmph. Eu te disse que sou a Senhora Demônio.”
Faye se gabou sob o olhar admirado de Annie, mas ficou séria quando viu os inúmeros lobos demoníacos abaixo roendo a árvore em que estavam.
Concentrando magia na palma da mão, ela lançou espinhos vermelhos e sanguinários que perfuraram impiedosamente as partes vitais dos lobos.
“Ugh, isso não está indo a lugar nenhum.”
Eram vinte deles – Não, ainda mais que isso, e seus números estavam aumentando.
Seus uivos e o fedor sangrento das entranhas derramadas atraíram o resto do bando. Esses bastardos astutos… De onde eles tiraram todos esses lobos noturnos?!
Criaturas demoníacas agressivas continuariam a sair dos portais ativados na floresta. Isso se transformaria em uma batalha de desgaste se as coisas continuassem assim, e sua magia era limitada. As probabilidades não estavam a favor delas e Faye teve um mau pressentimento.
Esses portais… estavam conectados às profundezas do labirinto do reino dos demônios?!
Nesse caso, elas nunca seriam capazes de matar todos os monstros!
“Faye!”
Uma lâmina de ar cortou a cabeça de um lobo demoníaco.
Montada em seu galewyrm prateado, a garota loira segurava sua espada com as duas mãos, abrindo um buraco no muro de criaturas demoníacas que os cercavam.
“Aqui!”
Faye ficou silenciosamente surpresa com a destreza e a precisão da espadachim de Yvonne. Parecia que ela não era só conversa. De qualquer forma, essa era a chance de escapar!
Faye pulou segurando Annie. Suas correntes estrangularam cada lobo demoníaco que ousava atacá-las por trás.
“Esfinge, vá o mais rápido que puder!” Yvonne ordenou depois de confirmar que as outras duas haviam subido no dragão.
“Sssssss!”
O ar girava ao seu redor enquanto as penas de Esfinge vibravam. Abençoada pelos ventos, Esfinge disparou pela floresta como se fosse possuída pelo vento, carregando as três.
“Annie, você conhece um caminho mais curto?” Yvonne queria tirar Annie dessa área perigosa o mais rápido possível através de sua familiaridade com o terreno.
“Há um campo à frente com um pequeno caminho… Siga por ali e… E a cidade estará… Perto…” Annie tentou apontar para o caminho quando sua mão caiu para o lado.
“… Annie? Ei! Annie, acorde! O que há de errado?!”
Quase sem vida, Annie desabou nos braços de Faye, com o rosto pálido e respiração fraca. Ela estava cheia de energia apenas alguns minutos atrás, por que ela de repente-?
“Isso pode ser um sintoma de envenenamento por miasma.” Yvonne estava séria.
A bênção dos ventos de Esfinge poderia bloquear a maior parte do miasma, enquanto Faye era um demônio e naturalmente imune a ele. Apenas Annie não era, e ela era uma criança também. As crianças já eram naturalmente menos resistentes do que os adultos.
“O fato de ela poder ficar acordada por tanto tempo em um lugar cheio de miasma significa que ela já é muito resistente….” Yvonne apertou mais as rédeas enquanto conduzia Esfinge pelo caminho mais curto para a cidade. “Temos que voltar para que ela possa ser purificada. Ela pode estar em perigo se não formos rápidas o suficiente.”
“O que acontecerá se ela não for purificada a tempo…?”
“O miasma vai corroer todos os sistemas do corpo dela e causar falência dos órgãos…” Ela hesitou. “Em casos graves, ela pode até morrer.”
Morte.
Era um conceito imensamente distante para um demônio maior que podia viver até milhares de anos de idade.
Mas, naquele momento, Faye sentiu intensamente a vida se esvaindo da jovem humana que estava segurando, e ela não podia fazer nada para impedir isso.
“Então se apresse!!!” Faye freneticamente agarrou Yvonne pelos ombros.
“Já estamos indo o mais rápido que podemos!!!” Yvonne levantou a voz. Ela tinha ido à floresta para salvar Annie. Ela não ia deixá-la morrer na sua frente!
Ela guiou Esfinge para uma moita de grama de cogumelo que era muitas vezes mais alta do que elas.
Assim como Annie disse, havia um caminho relativamente uniforme atrás da grama gigante, que agora servia como uma cobertura natural para eles.
“Vai ficar tudo bem, Faye. Estaremos de volta ao convento em menos de quinze minutos nesta velocidade -” Yvonne confortou Faye.
No entanto, quando ela olhou para trás, viu o rosto franzido de Faye.
“Ei… O que é aquilo?” A voz de Faye começou a tremer.
Yvonne virou a cabeça para trás.
A grama de cogumelos havia absorvido nutrientes que as árvores teriam usado. As grandes árvores atrás delas que escondiam o céu não estavam presentes adiante, deixando o céu visível por quilômetros ao redor.
Esfinge parou, sibilando.
Yvonne notou pela primeira vez que uma enorme montanha envolta em névoa negra bloqueava seu caminho.
“O que está acontecendo…? Não me lembro de ver isso quando viemos para cá…”
Uma enorme sombra se moveu lentamente dentro da névoa negra.
Os pelos da nuca de Yvonne se arrepiaram e ela sentiu todo o seu corpo tenso. Aquilo não era uma montanha. Era uma criatura demoníaca gigantesca!!!
“É Fenrir!” Faye gritou o nome da criatura.
Apenas metade da cabeça de Fenrir estava exposta, e ela já parecia tão massiva quanto uma montanha.
Uma espessa onda de miasma circulava ao redor dele. O miasma que pairava por toda a floresta vinha de seu corpo em decomposição.
“Por que isso está acontecendo…?” Yvonne murmurou. Ela não entendia, as coisas nunca tinham se tornado tão extremas nem mesmo no pior final do jogo.
Seis pupilas gigantescas do tamanho de pneus contraíram-se dentro da névoa negra, todas se movendo ao mesmo tempo para focar apenas em Yvonne.
Yvonne percebeu, chocada, que podia ver nelas uma diversão enlouquecida.
O forte cheiro de carne podre, sujeira e sangue pútrido misturados açoitaram violentamente seu olfato e penetraram em seu cérebro.
Yvonne tentou lentamente sacudir isso de sua cabeça, tudo o que ela estava experimentando era um ataque aos seus sentidos.
A realidade parecia distorcida. Os lobos demônios que apareciam de todas as direções se dividiam ao longo dos dois lados do caminho e se erguiam sobre as patas traseiras. Eles sorriram, com as línguas escarlates saindo de entre os dentes afiados, parecendo dar-lhe as boas-vindas enquanto batiam as patas dianteiras.
No final do caminho, Fenrir abriu lentamente a boca que se abria como um abismo que poderia engolir a terra e o céu.
O uivo dos lobos demônios era como uma risada estridente que a tentava, dava boas-vindas e a guiava. Yvonne percebeu que suas pernas a estavam levando para o abismo no final do caminho sem seu controle consciente.
Quase parecia que ela seria libertada de todas as preocupações e encontraria todas as suas respostas assim que alcançasse-
“MULHER ESTÚPIDA, NÃO OLHE NOS OLHOS DELE!” O grito de Faye trouxe Yvonne de volta à realidade. “Faça o que for necessário! Tape o nariz! Não respire mais desse gás podre!”
Faye cobriu a boca e o nariz de Annie. Humanos comuns nunca poderiam resistir a um ataque mental de uma criatura demoníaca superior!
Mesmo Faye no auge de seu poder como Senhora dos Demônios não poderia garantir sair ilesa de um ataque de Fenrir.
Vendo que Yvonne havia parado de se mover, a matilha de lobos demoníacos se fundiu às sombras e se transformou em uma enorme garra que a atacou.
“… Faye?!”
Fayed havia usado o resto de sua magia em uma tela vermelho-sangue que bloqueou o golpe. Seu corpo encolheu visivelmente.
“Pelo que você está esperando?! Corra! Não podemos enfrentá-lo como estamos agora!”
Não havia como elas lutarem de igual para igual com uma criatura demoníaca primordial cujo poder superava em muito o delas.
Uma vez que uma criatura demoníaca como essa entrasse nesse reino, ela não destruiria apenas uma única vila. O país inteiro – não, talvez até o continente inteiro estaria em perigo.
As mãos de Yvonne tremiam enquanto ela levantava sua arma.
Ela não podia recuar nem avançar.
Ela parecia estar enfrentando um beco sem saída com a morte como único final.
[Tempo Restante: 15:47:28]
Olhando para a tela de contagem regressiva bem diante de seus olhos, Yvonne de repente pensou em uma possibilidade arrepiante.
Será possível… que o sistema esteja reparando o mundo inteiro???
…
…
Aquilo-
Aquilo seria absurdo!
Se fosse o caso…
Então, a divindade que criou tudo isso parecia, para todos os efeitos, uma criança mimada que derrubaria todos os seus blocos de montar com impaciência e recomeçaria, simplesmente porque eles não foram construídos exatamente do jeito que Ela queria.
Com os pensamentos confusos, Yvonne não percebeu completamente a névoa negra se reunindo silenciosamente atrás dela.
Quando ela percebeu, a enorme garra estava a menos de dez centímetros dela.
!!!
Era isso?
Ela morreria sem cerimônia aqui?
Não… Esse não era o final que ela deveria ter.
Yvonne ainda queria ver Elsa, abraçá-la e sair para encontros com ela.
Se ela soubesse, teria beijado mais ela ontem…
Mas o que ela poderia fazer sobre aquele monstro gigante se conseguisse sobreviver? Talvez fosse até mais fácil morrer ali mesmo…
Incapaz de ver qualquer saída desta situação e sem esperança, Yvonne sentiu um leve senso de alívio enquanto aqueles olhos vermelhos a encaravam. A escuridão parecia acolhedora… Fundir-se com aquelas sombras não parecia uma má ideia. Ela fechou os olhos.
“NÃO DESISTA TÃO FACILMENTE!”
O grito de repreensão sacudiu Yvonne de seus pensamentos.
Ela abriu os olhos. Um grande círculo mágico havia aparecido diante dela e bloqueado o golpe que teria encerrado sua vida.
“Você… Está aqui…???”
A bruxa encapuzada flutuava no ar. Ela tirou vários anéis de sua mão. No momento em que os jogou, eles se desintegraram em nada, como se fossem engolidos pelo vazio.
Em seguida, a garra formada por névoa negra condensada parou no ar como se um botão de pausa tivesse sido pressionado.
Isso não foi tudo.
As outras criaturas demoníacas, Faye, Annie, o lobo demoníaco Fenrir, que parecia uma montanha, e tudo o mais ao redor deles-
Também parou.
Era como se o mundo inteiro estivesse congelado.
“Finalmente… Alcancei…”
A única coisa que conseguia se mover era a mulher ofegante e curvada que se dizia bruxa.
“Foi você quem fez isso…?”
Yvonne já havia visto coisas inacreditáveis demais hoje, mas a situação atual ainda a deixou atordoada.
“Heh, não… Não pense muito nisso. É apenas um truque. Eu… Eu não consigo manter uma magia tão complexa por muito tempo também.” Encostada em uma árvore, a bruxa deslizou até o chão. Seu rosto despertava compaixão. Ela deu a Yvonne um sorriso forçado quando olhou para cima.
“Senhorita Bruxa, você está bem? Não parece estar em boas condições-”
“… Estou bem.” Ela rejeitou a tentativa de Yvonne de ajudá-la a se levantar. Ela parecia mais ansiosa agora do que misteriosa como antes. “Não resta muito tempo. Você precisa ficar calma e me ouvir. Como pode ver, eu posso usar a magia do tempo.”
“Magia do tempo…?” De repente, tudo se encaixou. Yvonne finalmente entendeu por que a bruxa podia simplesmente desaparecer e como ela sabia tanto sobre ela e Elsa.
“Essas criaturas demoníacas não podem ser completamente exterminadas. Elas continuarão aparecendo até que o mundo seja aniquilado… A única maneira de resolver a situação atual é retornar a um tempo antes delas aparecerem ou, melhor ainda, até mesmo antes disso, e invalidar sua cadeia de causa e efeito em um loop temporal.”
A bruxa estendeu os braços. Yvonne notou então que metade dos anéis que ela usava havia desaparecido. Apenas três restavam.
A bruxa tirou um desses três.
“Não me resta muita magia, mas posso voltar no tempo mais uma vez e te enviar para o passado.”
“… Me enviar para o passado?” Ela compreendeu o que a bruxa estava dizendo, mas não suas intenções. “Eu não entendo. Já que você é tão poderosa, por que não voltaria ao passado e mudaria tudo isso você mesma?”
“Não…” A bruxa balançou lentamente a cabeça. “Você é a única que pode fazer isso, Yvonne. Ninguém mais neste mundo é como você. Você é insubstituível e possui o poder de mudar tudo.”
A bruxa estendeu a mão para Yvonne. O anel que ela acabara de tirar repousava em sua palma.
“Este é o último trunfo que tenho. Você está disposta a fazer essa aposta comigo?”
Voltar ao passado, inverter a causalidade e mudar o futuro.
Isso parecia uma fantasia absurda.
Mas…
“Bem, não é como se eu tivesse outras opções.”
Yvonne pegou o anel da bruxa e o colocou em seu próprio dedo.
Ela queria tentar tudo o que fosse possível, em vez de simplesmente ser derrotada aqui.
“Falando nisso, o que esse anel faz?”
“É um transportador e também um localizador,” explicou a bruxa. “Quando chegar a hora certa, ele te trará de volta ao presente com a infusão de sua magia.”
“E-Espera! Eu tenho coisas importantes para perguntar!”
Como alguém que viveu nos tempos modernos, Yvonne havia lido muitos romances e mangás envolvendo viagens no tempo.
“Se o passado for alterado, então o ‘presente’ também mudará, certo…? Mesmo se eu tiver sucesso, o momento em que eu voltar realmente será o ‘presente’?”
Supondo que isso acontecesse, isso não significaria que ela nunca mais veria a Elsa atual novamente?
“O que você acabou de descrever pode acontecer, mas toda a linha do tempo não mudará necessariamente porque o passado foi alterado.
“Você pode tratar a linha do tempo atual como uma Fita de Möbius com você como seu único elemento fixo.” A bruxa começou a explicar os pontos mais delicados da viagem no tempo. “As realidades que você não observou – o futuro que ainda não ocorreu, em outras palavras – podem ser tratadas como não reais.”
“Estamos tentando mudar o futuro, não o presente. Há inúmeras maneiras para um evento potencialmente se desenrolar, mas apenas uma que realmente se concretize. Para este momento atual congelado no tempo, há um número incontável de possibilidades para o futuro. Mas para o passado, há apenas um presente. A menos que pontos de causalidade irreversíveis sejam afetados, todas as linhas do tempo levarão a este momento no tempo.”
Yvonne hesitou ao reconhecer que ainda havia uma chance para a linha do tempo mudar. “Não há realmente nenhuma outra maneira? Eu ainda posso fazer algo neste momento, certo…? Com sua habilidade de parar o tempo, talvez eu pudesse até lidar com essas criaturas demoníacas sozinha.”
“…”
Vendo que Yvonne não desistiria da ideia, a bruxa estendeu a mão e tocou sua testa.
“Seria mais fácil apenas te mostrar.”
Seu cérebro parecia que iria explodir quando uma série de memórias fragmentadas o inundou em um instante.
Inferno.
Aquela era a única palavra que poderia descrever o que Yvonne viu nas memórias da bruxa.
Ela percebeu então que lágrimas escorriam pelo seu rosto.
Todos, todos eles, tinham morrido diante de seus olhos…
Fúria, desespero e impotência.
Yvonne podia sentir visceralmente o peso de suas emoções.
“Será que é assim que as coisas vão acabar se o passado não for mudado…?” A voz de Yvonne tremia.
“Sim.” A bruxa assentiu sem expressão.
Ela pareceu ter mudado um pouco de atitude ao ver a expressão dolorida de Yvonne.
Ela se aproximou e se inclinou ao seu lado, estendendo lentamente a mão para ela. “Desculpe. Não quero te colocar entre a cruz e a espada. Mas pode ser nossa última chance… Você confia em mim?”
“…” Yvonne levantou a cabeça, encarando a mulher cujo rosto ainda estava envolto em sombras.
Honestamente, a mulher ainda era uma massa indecifrável de mistérios.
Mas naquele momento, o tom gentil de sua voz e as emoções fortes e silenciosas de suas memórias fizeram Yvonne querer confiar nela incondicionalmente.
“Dadas as circunstâncias, acho que não há melhor opção.” Yvonne pegou a mão oferecida com um sorriso complicado. “Confio em você, Senhorita Bruxa. Por favor, me envie para o passado!”
…
…
“Pelo que observei até agora, a linha do tempo ainda está em um loop estável. Você só precisa encontrar com sucesso o ponto anormal, e poderemos salvar o presente de ser destruído. O anel que você está usando é um seguro, ele é produto da minha magia condensada.”
A bruxa tirou outro anel. Parecia que um tinha que ser consumido toda vez que ela usava magia do tempo. Quando o anel se quebrou, um círculo mágico, grande o suficiente para caber uma pessoa, formou-se a partir de sua luz no chão da floresta. “O anel irá avisá-la se a linha do tempo ficar instável e lembrá-la de recuar antes que seja tarde demais. No momento em que você fizer algo que mude a causalidade, a magia de teletransporte será ativada e a trará de volta ao presente um segundo antes de sair do loop temporal. Mas, se isso acontecer, nosso plano terá falhado. Por favor, faça o possível para evitar esse cenário.”
Yvonne ouviu atentamente seus avisos e entrou cautelosamente no círculo mágico, esperando que o teletransporte começasse.
“Ei, hum…” Yvonne falou, sem conseguir resistir a olhar para trás enquanto esperava. A bruxa parecia embaçada, como se estivessem separadas por um painel de vidro polarizado irregular.
“Estou prestes a iniciar a reversão do tempo. Você tem alguma pergunta?”
“Só uma…” Yvonne teve a sensação de que se não perguntasse agora, nunca teria a resposta real. “Quem é você?”
“Hehe…” A bruxa riu baixinho. Ela tinha exatamente a mesma expressão no rosto da primeira vez em que se encontraram. “Eu lhe direi na próxima vez que nos virmos, eu acho.”
A luz se intensificou, dividindo-as.
“Ei, você tá brincando?!” Yvonne não esperava que a mulher insistisse em falar em enigmas em um momento como esse. “Não dá para você simplesmente baixar a guarda com tudo o que tá acontecendo? Que tipo de pessoa deixa outra no suspense como você… Ah-” Yvonne ainda não tinha terminado de falar quando desapareceu de dentro da coluna de luz.
Apenas a bruxa ficou sozinha na floresta parada no tempo, cheia de miasma.
Ela finalmente pôde abandonar o manto, sem mais ninguém por perto.
“Boa viagem… Evie,” sussurrou a bruxa, usando o apelido que um dia amou tanto. Um sorriso caloroso, estranhamente familiar, surgiu em seus lábios enquanto ela olhava para o ponto onde Yvonne havia desaparecido.