⋅•⋅⋅•⋅⊰⋅•⋅⋅•⋅⋅•⋅⋅•⋅∙∘☽༓☾∘∙•⋅⋅⋅•⋅⋅⊰⋅•⋅⋅•⋅⋅•⋅⋅•⋅
Tradução: Riza| Revisão: Pandine
⋅•⋅⋅•⋅⊰⋅•⋅⋅•⋅⋅•⋅⋅•⋅∙∘☽༓☾∘∙•⋅⋅⋅•⋅⋅⊰⋅•⋅⋅•⋅⋅•⋅⋅•⋅
Capítulo 03 – Música do helicóptero
Sam cantarola uma música enquanto olha para algo no computador. Isso me faz parar e olhá-la curiosa. Embora o rosto dela esteja calmo como de costume, posso sentir que ela está extremamente feliz, o que me fez incapaz de conter um sorriso.
“O que está fazendo, Khun Sam? Você está cantando. Pensei que estava assistindo pornografia.”
“Por que eu cantaria assistindo pornografia? Eu provavelmente estaria gemendo: ‘Ah, ngh, hummm… ohhh.”
“Sua pevertida!” Rio e bato no ombro dela, mas ela não se encolhe. “Está olhando o quê?”
“Estou procurando um lugar para NOSSA cerimônia de casamento.”
“Tão rápido assim? Acabei de dizer sim.” Estou chocada com a pressa que ela está. Khun Sam abaixa a tela do notebook e caminha até mim com as mãos nos bolsos do pijama.
“Não posso arriscar você mudar de ideia. Preciso planejar com antecedência para que nada dê errado. Hehe!”
“Sem pressa. Ficaremos juntas pelo resto de nossas vidas.”
“Mal posso esperar para vê-la em um vestido de noiva. Sei que todas as mulheres sonham em usar um vestido de noiva.”
“Bem… não tenho esse sonho. Sou feliz por estar ao seu lado, Khun Sam.”
“Não. Tee elevou o patamar para a namorada dela, farei isso também. Não vou deixa-la me superar.”
“Então tudo se trata de não perder para a Tee? Pensei que você realmente queria se casar comigo.” Finjo ficar chateada, dizendo isso com um tom de voz diferente. A garota de rosto meigo se aproxima de mim e dá um peteleco tão forte em minha testa que perco o equilíbrio.
“Ai! Por que me bateu?”
“Claro que quero me casar com você. Eu que estou ansiosa por isso, não se esqueça.” Khun Sam continua a cantarolar enquanto caminha em direção a uma área vazia em frente a sua escrivaninha e detalha o que está pensando. “Nosso casamento terá o tema rosa e branco. A cerimônia contará com a presença dos maiores CEOs que virão nos parabenizar. Então saltarei de paraquedas de um helicóptero para te entregar o buquê…”
“Pare aí mesmo. Isso é demais. Não, para de brincadeira.”
“Quem está brincando aqui? Estou falando sério. Saltarei de paraquedas do computador.”
“Helicóptero.”
“Isso.” Khun Sam parece um pouco confusa e reformula. “De um helicóptero, enquanto canto uma música que compus… helicóptero, cóptero, para onde você vai? Irei a qualquer lugar, até as estrelas. Te levarei até lá em um foguete.”
KKKKKKKKKKK.
Me esqueço de continuar fingindo estar chateada e começo a gargalhar quando ouço a música que ela compôs. Khun Sam parece agitada e franze a testa quando me vê rindo.
“Está rindo do quê?”
“Que música sobre helicóptero é essa, hein? Tem até um foguete.”
“Eu mesma compus. Ninguém nunca ouviu essa música. Você é a primeira a ouvir e está rindo!”
“Sério? Quando compôs?”
“Quando estava na escola primária. Khun Nueng sabia tocar piano e a Khun Song desenhava, mas eu não tinha nem um talento especial. Então tentei compor uma música e esse foi o resultado. Tenho muito orgulho disso!” Ela faz uma cara emburrada e cruza os braços. Me inclino para abraçá-la na tentativa de melhorar seu humor. Ainda não consigo parar de rir.
“Por que você é tão fofa assim? Queria fazer as mesmas coisas que suas irmãs mais velhas? E qual a inspiração para a música do helicóptero?”
“Brinquedos lá de casa. Tinha um helicóptero de controle remoto, então compus essa música, mas apenas um verso… Assim se tornou inspiração para saltar de um helicóptero carregando um buquê.”
Ela ainda insistia em saltar de paraquedas, como uma cena do filme ‘Água Vermelha’. Balanço a cabeça, sorrio e digo o que ela quer ouvir.
“Você não precisa ir tão longe. Gosto de coisas simples. Apenas uma cerimônia pequena com pessoas que realmente nos conhecem e nos amam é o suficiente. Não precisa convidar nenhum CEO.”
“Não vai ser grandioso. A Tee fez pessoas segurarem plaquinhas, como posso perder para isso?”
“Você não precisa ganhar sempre. Você ganhou meu coração, não é o suficiente?”
“É que…”
“Só você e eu na cerimônia. Festa com amigos e um pouco de dança. É o suficiente.”
“Dança? Você quer dançar?”
“Bem… um pouco.” Digo timidamente e coloco meus braços em volta do pescoço dela. “Colocarei meus braços em volta do seu pescoço assim e você…” Coloco as mãos dela na minha cintura, “vai me segurar enquanto dançamos lentamente.”
Movemos lentamente nossos corpos e dançamos ao ritmo da melodia Cânone em Ré Maior, do compositor Johann Pachelbel, que estou cantarolando.
“Olhamos nos olhos uma da outra enquanto dizemos eu te amo. É tudo o que eu quero.”
“Podemos nos beijar enquanto dançamos?”
“Claro, se tiver coragem.”
“Podemos cantar helicóptero enquanto beijamos? Quero que o mundo conheça essa música.”
“Vá em frente. Hahaha.”
Khun Sam dança comigo e se inclina para me beijar. Então nosso casamento será simples, com Cânone em Ré Maior e a música do helicóptero ao fundo. Não precisa de extravagância. Prefiro algo assim. Enquanto dançávamos, Khun Sam franze a testa e para completamente antes de cobrir os olhos com as mãos.
“Qual o problema?” Olho para ela curiosa. O clima romântico que criamos desapareceu em um piscar de olhos e é preocupante.
“Tive uma dor de cabeça repentina. Arghhh.” Ela geme enquanto a ajudo a se sentar.
“Deite-se no sofá primeiro. Vou pegar remédio.”
“Não precisa. Vou me deitar um pouco. Vai passar logo.” Ela me faz sentar e se deita no meu colo. “Acaricia minha cabeça.”
Faço o que ela pede, mas continuo preocupada. Khun Sam é durona por fora, mas mole por dentro. Se você não a conhecesse bem, não saberia que há momentos em que ela quer que alguém acaricie sua cabeça e seu cabelo quando está deitada.
“Sua dor de cabeça não passou? Quando foi a última vez que você foi ao médico?”
“É só uma enxaqueca, não preciso ir ao médico.”
“É melhor fazer um checkup. Não me deixe preocupada.”
“Não vou morrer.”
“Mesmo assim, precisa ir ao médico de tempos em tempos, pelo menos para fazer exames de rotina.”
“Por que o assunto mudou do nosso casamento para meus exames?” Ela franze a testa desaprovando, como uma criança teimosa. “Não gosto de ir ao médico. Eles exageram e me deixam nervosa.”
“Sua enxaqueca foi diagnosticada pelo seu médico ou por você?”
“…”
“Assim não vai dar. Você precisa ir ver um médico. Se não confia na sua ‘esposa’, vai confiar em quem?”
Os olhos dela ficam arregalados e ela salta para se sentar com uma expressão chocada, apesar da dor de cabeça. Ela parece animada pela palavra “esposa” que acabei de dizer.
“Então está admitindo que é minha esposa?”
“Vamos fazer um acordo. Se você prometer ir ao hospital, serei a ‘esposa’ sempre.”
“Tá falando sério?”
“Sim. Mas você precisa ir, ou serei o ‘marido’.”
“Bem… você ser o ‘marido’ também é bom às vezes.” Khun Sam diz, com um rosto inocente. “Estou de acordo com qualquer papel, mas gosto de te chamar de minha ‘esposinha’. Hihi.”
“Fechado então. Vá ver um médico e faça alguns exames para aliviar minha mente. Quero que esteja saudável e fique velhinha comigo.”
“Vai cuidar de mim quando eu estiver velha? Vai limpar todo o meu cocô e xixi?”
“Se não for eu, quem vai?”
“Me ama tanto assim?”
“Claro.”
Ela volta a se deitar no meu colo e ri alegremente.
“Certo, vou arrumar um tempo para ir.”
***
Nosso amor está florescendo. O mesmo para Tee. Já Kate, continua com altos e baixos. Quanto a Jim, que permaneceu completamente em silêncio, Kate teve que convidar todos da gangue para visitá-la em casa em um momento oportuno. Primeiro, Khun Sam hesita porque não quer se irritar com a Jim se ela tentar estragar nosso relacionamento de novo. Mas quando Kate diz que se não fosse pela Jim, não estaríamos juntas, Khun Sam teve que ir sem se queixar.
A última vez que fui até a casa da Jim foi há dois anos. Viemos todas e fizemos um chá de bebê quando ela tinha acabado de dar à luz. Essa é a primeira visita após aquela de dois anos atrás. Do lado de fora, a casa continua linda e luxuosa, mostrando o status dela, que ela sempre se gaba. Porém, dentro há brinquedos e coisas de crianças por toda parte. Jim nos cumprimenta com o cabelo despenteado, de cara limpa e sem banho. Em outras palavras, ela não está nada apresentável, o que é o oposto do que de costume.
“Com quem você foi para a guerra?”
“Meus filhos. Não vou me arrumar. Se quiserem entrar, entrem. Senão, fiquem do lado de fora.”
“Você ainda não tem modos, como de costume.” Kate balança a cabeça e se senta no sofá cheio de brinquedos. Tee, Yuki, Khun Sam e eu olhamos em volta com pesar pelo que a casa se tornou. Costumava ser luxuosa, uma mistura perfeita de design moderno e clássico. Mas agora está cheia de luzes fluorescentes, brinquedos, piscina de bolinhas, escorregador, bombinha de tirar leite e berço. Jim não encontrou um lugar para se sentar, então ela apenas se sentou no chão e ergueu a blusa para mostrar os peitos, me fazendo dar um grito.
“Qual o problema, Mon? Nunca viu peito antes? Ah, as tetinhas da P.P. não são grandes.”
“Já começou a bocuda, hein.” Khun Sam diz sarcasticamente. “Por que está mostrando os peitos?”
“Para alimentar minhas crianças.”
Jim amamenta seu bebê enquanto continua falando com a gente.
“Por que estão aqui? Não têm nada melhor para fazer?”
“Por que está comprando briga com a gente? Somos suas amigas. Viemos visitar porque ficamos preocupadas com seu silêncio e falta de vivacidade.” Kate suspira e explica. “Você está horrível.”
“Viu? É assim que você se parece quando tem marido e filhos.” A expressão da Jim mostra o quão cansada ela está em ser esposa e mãe. “Não posso ir a lugar algum porque tenho que cuidar do bebê. Mesmo quando saio com vocês, tenho que voltar correndo para casa porque fico preocupada com meus filhos. Veja bem, Tee, essa é a vida de casada.”
Tee apenas olha em volta em silêncio e não responde. Khun Sam, que está ouvindo há um tempo, não consegue evitar em interromper.
“Vivo com a Mon há cinco anos. Não enxergo nada de ruim na nossa vida juntas.”
“Fale por si mesma. Você diz isso porque seus sentimentos não mudaram. Espere até mudar.” Jim retruca.
“Viu? Foi por isso que eu disse que não deveríamos ter vindo. Isso é irritante.” Khun Sam diz com a cara emburrada e de braços cruzados. “Não vou mudar. Posso te garantir isso.”
“Ótimo. Irei esperar para ver. Falar é fácil. Mas eu mudei e estou procurando uma forma de sair desse papel de esposa e mãe. Sabe quantas vezes chorei sentindo pena de mim mesma antes de vocês chegarem? Às vezes, só quero pular pela janela e dar um fim a tudo isso.”
Todas olhamos para o rosto da Jim e percebemos seus olhos inchados e com olheiras, como de alguém que não dormiu. Ela deve estar realmente exausta.
“Acho que você precisa ir ver um médico.” Kate diz a ela, preocupada. “Talvez você esteja com depressão pós-parto, porque uma pessoa cheia de vida como você, nunca falaria sobre morte.”
“Essa doença não existe. É tudo invenção. Eu me conheço melhor do que ninguém.”
“Ainda assim é melhor ir procurar ajuda médica.”
“Verdade.” Eu apoio. “Seus sintomas parecem de depressão pós-parto. Talvez se sinta melhor após falar com um médico.”
“Eu não quero. Os médicos sempre exageram.”
Khun Sam ajeita a coluna, concordando com a Jim. Encaro a pessoa que disse exatamente a mesma coisa há alguns dias e balanço a cabeça em desacordo.
“Foi exatamente o que a Khun Sam disse. Que medo é esse de consultar um médico? É apenas um checkup.”
“Que tal isso? Procure alguém para ficar com seus filhos por um dia. Eu irei marcar sua consulta e te acompanharei. Se o médico disser que você está tudo bem, então você é apenas uma pessoa ruim que quer se divorciar.” Kate sugere.
“Claro que é só eu sendo eu. Mas tudo bem, ao menos poderei sair, mesmo sendo para ir ao hospital.”
“Ótimo. Por favor, marque uma consulta para a Khun Sam também.” Digo enquanto esfrego as costas da Khun Sam.“Ela tem tido dores de cabeça frequentes. Quero que ela faça alguns exames para saber se é algo sério.”
“Certo, então vamos todas. Irei checar minha agenda e aviso sobre meus dias livres. Tee, quer ver um médico também?”
Tee, que está sentada em silêncio como se estivesse pensando em algo, se vira para nós atordoada, como se não estivesse nos ouvindo.
“Quê?”
“Não estava ouvindo nossa conversa? No que estava pensando?” Kate olha para ela rangendo os dentes. A linda garota sorri secamente e coça a bochecha.
“Desculpa. Estava perdida em pensamentos.”
Jim olha para a Tee conscientemente. Elas se encaram como se estivessem conversando pelo olhar.
“Eu sei no que está pensando, mas não direi nada.”
“Não estou pensando em nada. Então sobre o que estavam falando? Eu não estava prestando atenção.”
“Suas amigas levarão a Jim e a Khun Sam ao médico.” Yuki, que está sentada ao lado dela, responde como uma tradutora. Tee assente.
“Ah, ótimo. Quer que eu vá com vocês?”
“Vá preparar seu casamento.” Jim responde a Tee com um sorriso. “Se ainda quiser se casar, digo.”
“Esse papo de novo. Sam vai ficar irritada.” Kate murmura. Khun Sam assente concordando. Quando vejo que elas estão iniciando uma briga de novo, me levanto e pergunto a Jim se posso segurar a bebê.
“Jim, posso segurar a bebê?”
“Pegue-a. Pode jogá-la pela janela se quiser também.”
“Vadia maluca. É sua filha.” Kate balança a cabeça. Pego a filha adorável de Jim em meus braços e a balanço. A filha da Jim tem pele pálida como a mãe. Seu rosto é uma cópia do pai. Encaro seus olhinhos meigos como se estivesse enfeitiçada. Preciso desviar o olhar e me viro para a Khun Sam.
“Tão fofa, Khun Sam. Uma mini Jim*.” Digo enquanto balanço a adorável bebê, que está sorrindo alegremente. Ela provavelmente está de bom humor após ser amamentada pela mãe.
“Não mini. Gigante igual da mãe. Precisa chamá-la de Jim grandona.”
NT: Em Tailandês, a palavra usada pela Mon também pode ser traduzida para ‘pequena vagina’.
“Misericórdia. Você fala assim até com um bebê.” Tee esfrega a testa. “Ao menos, ainda tem seu senso de humor. Você estava toda estressada.”
“Você fica linda segurando um bebê.” Khun Sam me elogia sem prestar atenção em suas amigas, que estão ouvindo. “Você gosta de crianças?”
“Sim, gosto. Crianças deixam o mundo mais vivo.”
“Gosto de tudo o que você gosta.”
“…”
“Vamos fazer fertilização in vitro após nos casarmos.”