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Tradução: Riza| Revisão: Pandine
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Capítulo 04 – Não quero ir ao médico
Sinto que Khun Sam está mentalmente gravando um vídeo clipe dramático. Ela permanece de braços cruzados, olhando distraída, como se estivesse pensando em algo. Mas em vez de pensar em sua sala, ela está fazendo isso no meio do escritório, deixando todos tensos. E não só eu que estou pensando nisso, quando Kirk, o sócio dela, entra e a cumprimenta com um sorriso alegre.
“Qual vídeo clipe você está?”
Quase gargalho quando escuto aquilo. Ele leu minha mente? Khun Sam franze a testa e encara seu ex-noivo, que agora é só um amigo.
“Teoria Rosa.”
“Não imaginei que responderia. No que está pensando? Está deixando todos nervosos.”
Kirk varre os olhos por todo local de trabalho. Todos olham para baixo. Alguns fingem estar arrumando alguma coisa, outros digitando no computador, apesar de seus trabalhos não exigirem isso. Mas se não demonstrarem serviço, vai parecer que estão com tempo livre.
“Estou pensando em ter um bebê.”
“Heim? Ter um bebê.” Kirk olha para sua amiga e para mim. Já ouvi isso antes, então não estou surpresa, mas não pensei que ela levaria a sério.
“Sim. Estou pensando em ter um bebê após me casar. Estou estudando as possibilidades.”
“Como vai ter um bebê? Fertilização in vitro?”
“Provavelmente. Ou talvez adoção.” Khun Sam olha para mim. “O que você acha, Mon?”
“Qualquer um está bom.” Respondo com um sorriso. “Você decide.”
“Mas gostaria de ser a pessoa a carregar o bebê.”
“Que altruísta.” Kirk diz com admiração enquanto cruza os braços. “Onde vai fazer a fertilização in vitro?”
“Provavelmente no exterior. Ainda não é permitido na Tailândia. Preciso ter um marido para fazer isso aqui.”
“Se tivesse se casado comigo, não precisaria pensar muito nisso… Estou brincando, hehehe.” Kirk pisca para mim, não querendo me fazer sentir mal ou culpada sobre a péssima piada que acabou de fazer.
“Mas como eu tenho uma esposa, terei que fazer isso no exterior. Parece um pouco trabalhoso, mas nada que eu não consiga lidar.”
“Por que você vai carregar a criança? Por que não deixar a Mon fazer isso?”
“Não quero que a Mon se machuque. Não iria suportar.” Ela disse categoricamente, mas me acerta em cheio. “Quero ver uma mini Mon correndo pela casa. Seria tão fofo.”
“Você que vai engravidar. Como teria uma mini Mon correndo por aí?”
“Já tenho tudo pensando.”
Após a conversa com o Kirk, é hora do almoço. Khun Sam e eu saímos para almoçar. Vejo que a Khun Sam continua pesquisando em seu celular por maneiras científicas de termos um bebê. Seguro sua mão e balanço a cabeça.
“Coma primeiro. Você está muito obcecada.”
“Eu levo tudo o que faço a sério.”
“E como planeja fazer isso? Como a Khun Sam dará à luz a um bebê meu?”
“Bem…”
O telefone da Khun Sam toca interrompendo nossa conversa antes que ela possa me responder. Então nós duas esquecemos o assunto.
“O que foi, Kate? Estou tendo uma conversa séria aqui e você sempre liga para me interromper. Hein? Arrumou uma consulta? Ahh. Você vai com ela então. Por que a gangue inteira tem que acompanhá-la ao médico?” Khun Sam responde a Kate com uma voz plana. Parece que a Kate conseguiu marcar a consulta com o médico. “Não preciso de um checkup.”
“Você precisa sim.” Me aproximo e tomo rudemente o celular da mão da minha namorada, sabendo que posso, e falo com a pessoa do outro lado da linha em seu lugar. “Kate. É a Mon. Você marcou uma consulta médica para a Jim? Por favor, marque uma para a Khun Sam também. Vou levá-la para fazer um checkup.”
[Minha nossa, tão apaixonada. Certo, marcarei uma consulta para a Sam também. Qual médico você quer?]
“Qualquer médico que possa tratar de dores de cabeça. As dores de cabeça da Khun Sam estão frequentes ultimamente.”
[Certo. Leve-a ao hospital amanhã. É difícil convencê-la.]
Após desligar, encaro a teimosa que se recusa a ir ao médico.
“Você não vai fugir agora. Pecisa fazer um checkup. Mesmo se não for nada, ao menos ficarei tranquila e você pode conseguir remédios apropriados.”
“Você não precisava tornar isso uma grande coisa.”
“Você prometeu, Khun Sam.”
“Não estou reclamando.”
Ela faz cara feia, mas concorda em ir, porque me prometeu. Após Kate marcar a consulta, no dia seguinte levo Khun Sam ao hospital. Todas estavam lá, esperando para apoiar a Jim. Jim não veio toda arrumada como de costume. Ela veio de camiseta e jeans, com cara emburrada, como se estivesse perdendo tempo. Ela está com a mesma cara da Khun Sam, que estava choramingando para não ir ao médico.
“Por que parece que acabou de chupar um limão? É só uma consulta médica.
“Não sou louca. Por que me trouxe a um psiquiatra?” Kate balança a cabeça para Jim, que ainda pensa que apenas pessoas loucas precisam ir ao psiquiatra.
“Você não é louca, mas precisa de tratamento. Sua condição pode destruir seu casamento.”
“Mas é isso que eu quero. Eu já falei que quero me divorciar. Quero ser solteira.”
“E seus filhos?”
“Meu marido os cria. Quero sair para festejar. Deixar os homens me mimarem como nos velhos tempos e dizer algo como… ‘Venham me pegar, venham todos.’”
“Se apresse e leve-a logo para ver o médico.” Tee diz, olhando irritada para Jim.“E Sam, vá ver seu médico. Quando as duas terminarem, nos encontramos aqui para irmos comer em algum lugar, já que estamos todas reunidas.”
Tee define um plano. Todas concordamos e nos separamos. Todas vão apoiar a Jim. Eu fui a única que ficou com a Khun Sam, que ainda está relutante em ver o médico. Mesmo assim, quando o médico chamou, ela entrou na sala enquanto eu fiquei esperando do lado de fora.
Khun Sam ficou lá dentro por 10 minutos, antes de sair para me falar que o médico quer que ela entre em um túnel para checar alguma coisa. Pensando que seria apenas uma enxaqueca e que pegaria alguns remédios para levar para casa, no fim, se tornou um exame mais detalhado. Ela não me disse muita coisa, mas concordou em fazer o exame. Khun Sam fez o checkup por uma hora e o médico conversou com ela novamente. Eles conversaram por muito tempo. Todas estão de volta da consulta psicológica da Jim e agora estão sentadas comigo esperando a Khun Sam.
“Por que a P.P. tá demorando tanto?”
“Não sei. Ela precisou entrar em um túnel para fazer um exame detalhado.” Eu de repente fico com um mau pressentimento sobre isso. Após cinco minutos de conversa com a Tee e a gangue, Khun Sam sai do consultório com uma cara séria, não demonstrando emoção. Kate, que estava esperando, pergunta curiosamente.
“O que o médico disse? Por que está mais séria que a Jim?”
Khun Sam dá de ombros como se não ligasse.
“Bem, não é nada demais.”
“O que é esse ‘nada demais’?” Tee pergunta. Jim continua sentada em silêncio com os braços cruzados, mas está olhando interessada para a Khun Sam. Normalmente, ela seria a mais curiosa em saber, mas hoje, parece estar com preguiça de falar.
“Bem…”
“Bem?”
Khun Sam me olha e suspira.
“Eu te disse para não me trazer ao hospital. Nada bom resulta disso.”
“O que foi?” Começo a esfregar meus polegares, nervosa porque a Khun Sam parece hesitante em falar. Todas as amigas olham para a sua cara séria, pressionando-a, até que Khun Sam inevitavelmente diz:
“O médico achou um tumor na minha cabeça.”