Valkyrie Scan
  • HOME
  • PROJETOS
    • Todos
    • Mangás
    • Manhwas
    • Manhuas
    • Comics
    • Oneshots
    • Novels
    • Originais
  • PARCERIAS
    • Crow Scan
    • Daily Yuri
    • Lábris Yuri
    • Lonely Lily
    • Mirad Scanlator
  • TOP 20
Avançado
Entrar Cadastrar
  • HOME
  • PROJETOS
    • Todos
    • Mangás
    • Manhwas
    • Manhuas
    • Comics
    • Oneshots
    • Novels
    • Originais
  • PARCERIAS
    • Crow Scan
    • Daily Yuri
    • Lábris Yuri
    • Lonely Lily
    • Mirad Scanlator
  • TOP 20
  • DISCORD
  • FACEBOOK
Entrar Cadastrar
Anterior
Informação da Novel
  1. Home
  2. Corujas Noturnas e Céus de Verão
  3. Capítulo Seis
Anterior
Informação da Novel

⋅•⋅⋅•⋅⊰⋅•⋅⋅•⋅⋅•⋅⋅•⋅∙∘☽༓☾∘∙•⋅⋅⋅•⋅⋅⊰⋅•⋅⋅•⋅⋅•⋅⋅•⋅

Tradução: Note | Revisão: Pandine

⋅•⋅⋅•⋅⊰⋅•⋅⋅•⋅⋅•⋅⋅•⋅∙∘☽༓☾∘∙•⋅⋅⋅•⋅⋅⊰⋅•⋅⋅•⋅⋅•⋅⋅•⋅

 

Capítulo Seis

O Sr. Black assinou a minha punição, o que me salvou de participar de metade da atividade em que a Vivian nos fez jogar futebol na quadra de atividades físicas. Ser mandada para a cozinha foi mais uma benção do que uma maldição. Passei das quatro e meia até as cinco e meia da tarde transportando a comida já pronta da cozinha para a área de serviço do refeitório, atrás da barreira de vidro. Enquanto o outro cozinheiro limpava a cozinha, a Sra. Black e eu preparávamos a estação de serviço, tendo certeza de que tínhamos todos os utensílios que precisávamos para servir os campistas e o menu aporpriado no quadro negro atrás de nossas cabeças. Usei uma daquelas redinhas de cabelo na cabeça, para evitar que meu cabelo caísse na comida. Um peixe, pego na rede, impotente, se debatendo até a morte — um símbolo perfeito para o meu tempo no acampamento.

A comida estava divina e isso era só o cheiro. Toda vez que as minhas mãos iam provar alguma coisa, a Sra. Black puxava para longe, parecendo especialmente satisfeita quando eu reclamava sobre a minha boca estar salivando demais para eu conseguir controlar. Quando acabamos de colocar a comida nos contêineres atrás das barreiras de vidro, prontas para serem colocadas nos pratos e servir, os campistas entraram no cômodo, olhos loucos de fome.

“Sabe, Sra. Black, só o cheiro está os deixando loucos.”

“Estou começando a imaginar se você veio para cá de propósito,” ela provocou, colocando um molho de chave para o refeitório na minha mão. “Confio em você com essas chaves. Preciso que venha em algumas manhãs para arrumar para o dia. Mas sempre a avisarei antes.”

Peguei uma colher de sopa e apontei para ela. “Nenhum caos me seguirá. Eu as manterei guardadas. Sério, como consigo ser colocada aqui de novo depois que as duas semanas acabarem? Outro aviso? Não acho que posso ganhar um terceiro.”

A Sra. Black me encarou. “Você tem um segundo?”

“A não ser que a Marissa tenha combinado o atraso e a comida em um aviso só.”

“Faz menos de duas semanas, Emma,” ela me repreendeu, genuinamente. “Como, querida? Só… como? Estou mais do que disposta a tê-la aqui comigo. Você só precisa pedir, Emma.”

Cada um de seus filhos se assemelhavam a ela. Ela compartilhava de seus olhos castanhos, exceto que seu tom era banhado em cuidado maternal. Ela tinha o mesmo cabelo levemente ondulado que o Walter, as maçãs do rosto altas da Gwen e o sorriso com covinhas da Vivian. Bati meu dedo contra a colher de madeira conforme pensei nos meus próprios pais. Eu tinha a altura da minha mãe, ficando com incríveis um metro e sessenta. Meus olhos azuis eram diferentes dos verdes da minha mãe e dos castanhos do meu pai. Meu cabelo mudava conforme as estações, com mechas marrons e douradas no verão, e mais escuro no inverno.

A Sra. Black me entregou um contêiner de plástico com uma pequena amostra da sobremesa feita para os funcionários. Os campistas ficavam com as opções saudáveis, como maçãs e bananas. O gosto da geléia, do manjar e do creme juntos? Nada podia superar. Foi como sempre imaginei que uma comida de mãe seria. A colherada no pequeno pote de plástico acabou em segundos. Joguei o pote no lixo à minha esquerda e me preparei para servir a comida para as pessoas.

A Sra. Black e eu ficamos atrás da barreira de vidro quente e tivemos certeza de que o aviso de O Vidro Está Quente — Não Encoste estava lá, porque os campistas tinham o péssimo hábito de colocar a mão na barreira, cutucavam na direção em que a comida que queiram estava, ou se apoiavam no vidro.

O refeitório era grande e as janelas igualmente grandes não impediam o sol de entrar, fazendo do ambiente de trabalho, já quente, pior ainda. Mas ficar ao lado da Sra. Black e ser introduzida no universo da cozinha, desde cozinhar em si até servir, compensava de longe. 

 Mesas redondas no refeitório, próprias para abrigar muitos campistas em cada uma, estavam espalhadas pelo cômodo. Atrás da área de serviço, e através da cozinha, havia outra porta para a área de jantar dos funcionários. Então nos fundos do refeitório estavam as mesas dos conselheiros, na extrema esquerda do salão, onde tinham distância dos grupos de campistas, mas estavam disponíveis para caso algum campista precisasse falar com eles. Na maior parte do tempo, os conselheiros eram deixados quietos.

Um suspiro coletivo de alívio percorreu pelos campistas quando os conselheiros entraram no salão. Um passou pelos campistas e se posicionou na fila. A boca aberta de Walter fazia parecer que a comida era digna dos deuses.

“Mãe, eu preciso de tudo,” ele implorou, colocando seus olhos de pidão para funcionar.

“Diga a Emma o que quer, Walter,” Ela disse.

“Eu conheço você,” ele disse. “Você levou uma surra na quadra de queimada. Isso parece que dói.”

“Vai querer essa coisa que parece o Pokémon Vileplume?” Apontei em direção a alguns cogumelos.

Os olhos dele brilharam. “Essa campista é minha. Minha. Você é minha. Certo? Minha.”

“Gay,” disse, apontando para mim com o dedão.

“Minha no sentido de você-é-a-minha-campista-favorita-desse-ano,” ele corrigiu.

“Você não pode escolher campistas, Walter,” Vivian disse, batendo bruscamente a bandeja dele para o lado. “O mesmo que ele, só que bem menos.”

Walter empurrou sua irmã. “Ela é uma fanática por Pokémon. Adivinha o que eu trouxe comigo hoje?”

“Não, Walter.” Vivian soltou um suspiro cansado.

“Sim, Walter. Você, a minha campista, vai sentar comigo e meu deck de cartas Pokémon. Mãe, mãe, mãe, ela pode? Hein? Esqueça a Gwen — você é a minha nova melhor amiga. Sou bem mais legal.”

“Quantos anos, exatamente, você tem?” Perguntei.

“Vinte…”

“Hum.”

A Sra. Black inclinou a cabeça, dizendo calmamente para os dois saírem da fila. Os irmãos ficaram estranhamente parados do lado de fora enquanto eu empilhava mais comida nos pratos.

“Emma, minhas crianças parecem gostar de você, então nada de se meter em mais encrencas.” Ela me estudou, então sorriu carinhosamente. “Vai.”

Walter comemorou e estendeu a mão para bater na minha. Nunca admiti, mas doeu para caramba.

Nada podia arruinar o meu humor. Tive ótima comida e pude irritar minha conselheira só por ter um animado torneio Pokémon com o seu, muito maior, quase gigante, irmão. Se ela continuar a arruinar minhas chances de ser expulsa, nada mais justo do que passar meu tempo no acampamento ao redor dela sendo irritante.

Walter era tão atordoado quanto eu. Ele divagava sobre como nunca teve ninguém para jogar com ele, já que sua família só tinha rabugentos. Gwen era a exceção, mas ela era uma campista, então não contava.

Ele colocou as cartas na mesa.

“De acordo com o livro de regras do conselheiro, a fraternização com os campistas no terreno do acampamento é passível de demissão,” Vivian disse, jogando conversa.

“Estamos jogando Pokémon,” Argumentei em prol do irmão dela.

“Só estou citando as regras,” Ela disse. “Vá achar outra mesa para se sentar.”

“Não vá, Emma.” Walter virou para a sua irmã. “Defina fraternização.” Walter disse, colocando a língua para fora em concentração.

Vivian digitou a palavra no seu celular, e enquanto fazia sentido que os funcionários não fossem privados de seus celulares na hora do almoço, era como esfregar sal nas minhas feridas. “Se associar em termos amigáveis com um inimigo ou grupo oposto, geralmente em oposição a regras de disciplina ou ordens.”

“Bem, por essa definição, não estamos quebrando nenhuma regra,” interrompi, pensando. “Vamos ficar com a outra. Associar-se com os outros de maneira fraternal ou agradável.”

“Pessoalmente, prefiro mais a definição da Emma,” Walter disse.

“É a definição do dicionário. Sou apenas uma humilde informante.”

O olhar da Vivian queimou minhas bochechas. “Como sabe disso?”

“Sinceramente não sei. Mas terrivelmente conveniente, não é?”

Walter brincou de fingir atirar uma arma. “Sim, Em, pela nossa amizade platônica e respeitar as regras!”

“Pela simpatia!” Disse, atirando com os dedos de volta para ele.

Devemos ter ficado sentados ali por meia hora, colocando garfadas desajeitadas de comida na boca enquanto jogávamos. Trocamos ameaças de brincadeira aqui e ali, ganhando uma audiência para nós. A pressão estava ali. Sem chances de que eu perderia na frente dos meus companheiros campistas, não quando já havia sido humilhada com um aviso na aula de artesanato.

Só faltava uma carta para eu pegar. O fim espreitava e o suor se formava na testa de Walter. A atmosfera tensa se esvaiu quando braços frios se enrolaram no meu corpo e um queixo apoiou no meu ombro.

“Seus amigos não estão felizes com você,” Gwen cantarolou, me apertando.

“Os Castores? Por quê?”

Ela me apertou novamente e se sentou ao meu lado. “Você os deixou de lado.”

“Estou evitando a Lauren. Tem como mudarmos de cabana?” Disse, colocando minhas cartas na mesa.

“Não, a não ser que tenha bullying envolvido,” Walter disse.

Era como se a sua voz ecoasse pelo refeitório, desafiando os campistas a reagirem às suas palavras e se rebelarem. Em um momento, estava levando uma colher de geleia para a minha boca, no outro, alguma coisa laranja obscureceu minha visão. O instinto tomou conta, abaixei a colher que deveria ir para dentro da minha boca, forçando um pedaço amarelo a atingir a bochecha de Vivian, enquanto, simultaneamente, evitava que uma laranja atingisse a cabeça da Gwen. Então, as temidas palavras vieram.

“Guerra de comida!” Uma voz falha gritou.

E, com isso, o caos foi instaurado. 

Walter virou a mesa, cartas de Pokémon voando para todos os lados.

“Poxa, cara.” Ele pegou as cartas acessíveis e as deslizou nas suas mangas, para protegê-las.

“Sei que vou ser culpada por isso,” sussurrei para mim.

“Provavelmente,” Vivian concordou, espalhando geleia bem no meu rosto.

“Por que, meu Deus? Por quê?” Gritei, lambendo meus lábios.

“Eu fui a primeira vítima nessa bagunça,” ela disse, olhando por cima da mesa e rapidamente se abaixando, conforme as uvas voavam acima das nossas cabeças. “Não retaliar? Isso é uma fraqueza.”

Segurando uma bandeja na frente do meu rosto, piscando conforme as comidas a acertavam, virei minha cabeça para o lado, e encontrei uma Vivian de bochecha amarela, fazendo o mesmo. E pensar que, como uma cozinheira e ajudante temporária, eu poderia estar sentada isolada na sala de jantar com a Sra. Black e evitado toda essa bagunça. Estávamos em guerra. Os Blacks e eu estávamos agachados sob uma mesa, segurando bandejas como escudos, sentindo as vibrações correndo para cima e para baixo, atrás de nós, à medida que a mesa era atingida com uma quantidade enorme de comida.

Apontei com o dedão para a bagunça que eu estava. “O que aconteceu com ‘dar o outro lado do rosto’?”

“Isso.” Ela disse, apontando para a própria bochecha.

Eu deslizei um dedo na bochecha dela e lambi, ignorando seu olhar arregalado e murmurando em apreciação. “Sua mãe faz o melhor trifle.”

Nota: Trifle é uma sobremesa inglesa que contém pão de ló, creme e geleia.

Walter se virou na mesa. “Cara, eu sei.”

“Acha que a sua mãe compartilharia a receita dela?”

“Claro! Ela sempre quis uma protégé.”

“Vou mandar um currículo para essa posição.” Vivian estava quieta demais. “Se não estiver pisando nos calos de ninguém…”

“Não, você não está,” ela murmurou, se balançando do seu transe.

Cheguei ao ponto de me preocupar que a mesa quebrasse sob a pressão constante que os arremessos de comida causavam. Engatinhei para frente com uma mão, a outra segurando a bandeja, tentando cobrir meu rosto, já que doeria demais se alguma coisa batesse na minha, ainda machucada, bochecha.

Quando finalmente consegui ficar em pé, uma mão pintada com luas crescentes nas unhas pegou meu pulso disponível, usando meu peso para se levantar. Havia uma expressão calculada no rosto coberto de geleia da Vivian, conforme escaneava a área, como se tivesse todo o tempo do mundo e não no meio de uma guerra.

“Vamos deixar uma coisa clara,” ela murmurou, me puxando e andando sobre várias cascas de banana.

“Talvez devêssemos deixar o papo de coração até estarmos do lado de fora.” Sugeri.

“Não.”

“Certo, então reclame até o seu coração estar satisfeito,” disse.

“Pare de mencionar o meu coração.”

“O seu está batendo forte também? O meu parece que vai entrar em combustão a esse ponto. Está me preparando para fazer exercício? Eu não faço isso. Ele sabe disso.”

“O que eu disse?” Ela perguntou, irritada.

“Para parar de mencionar o seu coração.”

“Corações. Pare de mencionar corações.” Ela me puxou ainda mais.

Eu preparei minha bandeja para o impacto. “Certo. Acho que fugimos do assunto. O que queria dizer? Divagar não é algo que você costuma fazer.”

“A única, e exclusiva, razão de estar te ajudando, é pelo seu histórico de causar destruição — seja com você mesma, ou seus arredores. Sem desculpas para ser expulsa.”

“Isso é fofo da sua parte.”

“É como desarmar uma bomba.”

“Excitante? Altamente heróico? Memorável?”

Ela saiu, empurrou a porta da cantina com o ombro e imediatamente soltou meu pulso. “Uma ação necessária, condenada e relutante pelo bem de todos.”

Essa resposta era tão Vivian.

Olhando para trás, pela abertura da porta, vi Gwen nas costas do Walter, braços e pernas apertados ao redor do corpo dele. O rosto do cara estava meio roxo, provavelmente pela privação de oxigênio. Seus braços grandes bloqueavam todos os impactos, deixando-o parecendo um arco-íris, enquanto a Gwen estava limpa e impecável. Eles não iriam querer escapar de lá tão cedo.

Quando a porta fechou, o barulho de repente parou, deixando um silêncio mortal do lado de fora. Era um alívio não estar na zona de guerra, mas agora estávamos do lado de fora. Queria passar o meu almoço lá dentro para relaxar um pouco sem os arrepios ou frios na espinha por estar alerta o tempo todo.

“Você não deveria estar…” eu olhei para a porta do refeitório e então para Vivian de novo. Tive dificuldade de acompanhar, andando mais rápido do que estava acostumada. “Parando a guerra de comida? Ou batalhando nela com seu irmão, ou algo do tipo?”

Ela continuou andando, sem se incomodar quando a alcancei. “Não. Eu resgatei uma campista vulnerável. Isso é o suficiente.”

“Pfft, resgatou? Está me fazendo parecer uma donzela em apuros.” Quando ela se virou para mim, sorrindo, eu balancei minhas mãos na direção dela. “Alô? Eu salvei sua irmã de ser nocauteada por uma laranja. Eu que comecei toda essa missão de fuga.”

“E mesmo assim não seguiu adiante.”

“O que aconteceu com não fraternizar com os campistas?”

Agora isso a fez andar mais rápido. “Não posso ser culpada se um deles decidiu me seguir.”

Eu desacelerei até que parei. “Certo. Peguei o que quis dizer. Mensagem alta e clara. As sirenes estão soando.”

As chaves para a cozinha ainda estavam no meu bolso. Imaginei que pudesse fazer alguma coisa para ajudar a controlar a guerra de comida, especialmente antes da Sra. Black acabar de almoçar e sair para ver seu refeitório em ruínas.  Me virei para voltar. Quanto mais passos eu dava, mais sentia que estava voltando para a guerra.  Coloquei uma das duas bandejas deixadas no chão do lado de fora do refeitório, então uma mão me segurou pelo colarinho da minha camiseta e me arrastou para trás.

“O quê? Vou ajudar — você não pode me arrastar daqui.”

“Olha só isso?! Eu posso.”

“Por que se importa com o fato de eu estar aqui fora e não lá dentro?” Perguntei, ancorando meus pés no chão para desacelerar seu progresso, mas ela era forte e continuava a me puxar para frente.

“Porque eu te devo uma,” ela disse. “Você viu quem começou a guerra de comida?”

“Não.” Somente o borrão laranja me veio à mente. Qualquer um poderia ter jogado. “Por que isso é importante? Não é grande coisa, certo? É de se esperar quando você reúne um bando de adolescentes no mesmo cômodo sem nada melhor para fazer. Eles não tinham o entretenimento que foi o Pokémon.”

Vivian finalmente parou de andar. “Olha, eu estava aqui como uma campista e não como conselheira no ano passado. Alguém decidiu que era uma ótima ideia me chamar para sair na frente de todo mundo.”

“Ah, ser chamada para sair publicamente é péssimo.”

“Exatamente. Com a rápida rejeição, começou uma guerra de comida e três campistas ganharam avisos. Nenhum dos que tinham começado a guerra.”

Fui tomada pela memória de mim e do Mike ao lado do lago, vendo a Vivian e a Lauren demonstrarem como a sessão de desabafo funcionaria. Ela também foi rejeitada no ano passado pela Vivian. Ela chorou. Houve várias crises, mas… a voz do Mike foi levada pelo vento.

Até onde sabia, a Lauren nunca havia sido expulsa do acampamento. Se tivesse que adivinhar, baseada na fofoca do Mike, Vivian estava se referindo a rejeitar a Lauren. Sabendo como a Lauren agia, ela poderia ter sido quem começou a guerra de comida no ano passado, em retaliação pela rejeição humilhante. Como aquele cenário se relacionava com esse? A julgar pelas mãos inquietas da Vivian, esse assunto a deixava desconfortável.

“Eu não te fiz favor nenhum, Vivian. Dificultei seu trabalho, que, falando nisso, teria sido bem mais fácil se tivesse me deixado escapar do acampamento.”

“Como você disse, você impediu uma laranja de acertar a minha irmã.”

“E como me tirar de lá me beneficia, exatamente?” Perguntei.

“Como pode ser culpada por uma guerra de comida, quando se tem um álibi fora do refeitório? Vai ter uma investigação. Marque minhas palavras.”

Tentei juntar todos os pedaços de informação que tinha. “Isso pode ser uma forma de gratidão, de certo modo, mas você fez isso para que eu não fosse expulsa do acampamento. Vivian, você é tão confusa. Cúmplice? Maligna. Por que exatamente você quer tanto me manter aqui? Está disposta a me encobrir? Mesmo por algo que eu e você sabemos que não fiz, em primeiro lugar? Naquele dia, no barracão e ameaça à sua autoridade tão dolorosa para o seu ego que tem essa vingança contra mim? Estou impressionada. Você é um gênio do mal em formação.”

“Alguns diriam que minha certeza em te manter no acampamento é um favor. Não é minha culpa se você está fora desse grupo ‘típico’.”

“Estou aqui fora.” E estava totalmente em dúvida se apreciava ou não ela ter me arrastado para fora do refeitório. “Mas por que não está de volta lá, Vivian?”

“Já estou suja o suficiente. Agora, se estiver tudo bem por você, vou tomar um banho. Eu te aconselho a fazer o mesmo.”

“Por que eu seria apontada como culpada?”

“Você, Emma Lane,” ela disse, arrumando o colarinho da minha camiseta, “por onde você vai, os problemas seguem.”

Vivian andou em direção a sua cabine, me deixando para decidir para onde queria ir — de volta para a zona de guerra, ou para a minha pacífica cabana. As chaves do refeitório tilintavam para frente e para trás, jogando o rosto esperançoso da Sra. Black no topo dos meus pensamentos. Eu podia decepcioná-la tão rapidamente depois que ela confiou em mim? Eu queria? A resposta não veio da minha cabeça, mas dos meus membros rígidos. Além do mais, levar a culpa por algo que eu não fiz não combinava comigo.

O melado e o cheiro de suco de maçã cobrindo o meu corpo tornaram a decisão mais fácil para mim. Voltei para a cabana e pulei para o banho, levando o tempo que quisesse, já que era raro meus colegas de cabana não estarem do outro lado da porta implorando para eu me apressar. Vapor encheu a cabana, soltando a rigidez dos meus ombros e criando uma ilusão nebulosa de que estava de volta em casa. Passei meus dedos pela minha clavícula, onde os dedos de Vivian haviam tocado. A sensação de formigamento e calor irradiaram por todo o meu corpo.

Vivian me permitiu a escolha de ser expulsa pelos meus méritos; se isso foi intencional ou não, não importava. Seria mais satisfatório assim, vendo o rosto dela, como tinha visto, era algo inegavelmente digno de ser expulsa pelo que ela não teria escolha a não ser me mandar embora.

Eu devia uma para ela.

Anterior
Informação da Novel

Comments for chapter "Capítulo Seis"

Comentários

Você pode gostar

sdsds
Opium
08/12/2022
boanoite
Good Night
10/12/2022
D7-kxmmW4AENyYA
Skylie
09/12/2022
rebloming
Re-Blooming
13/01/2023
  • HOME
  • POLÍTICA DE PRIVACIDADE
  • RECRUTAMENTO

© 2023 Valkyrie Scan

Entrar

Continuar com Google

Esqueceu sua senha?

← Voltar para Valkyrie Scan

Cadastrar

Continuar com Google

Entrar | Esqueceu sua senha?

← Voltar para Valkyrie Scan

Esqueceu sua senha?

Por favor, insira seu nome de usuário ou e-mail. Você receberá um link para criar uma nova senha por e-mail.

← Voltar para Valkyrie Scan