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Tradução: Shiro | Revisão: Taka
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Capítulo 14 – Mãe e filha
A-Nueng veio para o meu quarto de novo. Em primeiro lugar, pretendia deixar ela em casa porque não quero dar outra chance para ela explorar meu quarto. Mas quando ouvi porque ela está com raiva da Pienfah, esqueci tudo e levei a filha da minha amiga para meu quarto. Ela pode fazer o que quiser. Bem-vinda…
Se a garota alegre soubesse que o que a mãe dela falou é verdade, como ela reagiria?
Isso é surpreendente até mesmo para mim. Nunca trouxe ninguém para meu quarto porque é meu espaço pessoal. Sou a única pessoa permitida no meu mundo. Essa garota fez um bom avanço estando no meu quarto pela terceira vez. Ela é só a filha de uma amiga. Isso não significa que ela pode vir para meu quarto quando quiser. Nem a Sam pode.
“Você tem uma novel!”
A garota correu para a mesa ao lado da minha cama e se sentou na cama. Ela nem notou que eu meticulosamente arrumei a cama tão bem arrumada que se jogasse uma moeda, ela pularia. Esquece…
“Uhum”
“É Pluto. É bem popular agora. Eu te disse sobre isso: Não existe razão quando é amor. Se tivesse não seria amor. “
“Eu comprei porque você disse isso. A tia normalmente não lê novel.”
“…”
“Eu ia perguntar você desde o evento na escola, mas achei que tinha escutado errado… você se chamando de ‘tia’… Estou muito envergonhada para olhar você nos olhos.”
Quando ela falou isso eu quem fiquei com vergonha. Mas não posso mostrar isso, ou vou parecer uma perdedora. E isso não é nada como eu.
“Como isso pode ser estranho? Você é filha da minha melhor amiga.”
“Você normalmente só usa ‘eu’. Mas isso é bom… Me sinto um pouco mais próxima de você.” A garota me dá um sorriso radiante. Isso me faz sorrir adoravelmente. “Isso me faz sentir que está sendo gentil comigo quando usa ‘tia’.”
“Bem, você é minha sobrinha. Tenho que ser gentil com você.”
“Então não gosto disso. Use ‘eu’ como costumava fazer. Não quero ser sua sobrinha. Fico nervosa só de pensar nisso.” A-Nueng choraminga. Não argumento com ela porque quero esperar ela dizer o que quer. “Minha mãe disse que se apaixonou por você quando ela estava na escola… Apaixonada por você, romanticamente.”
“Por que ela falou isso para a filha?”
“Por que eu disse que gosto de você e quero namorar com você.”
Ah, é assim uma conversa entre mãe e filha hoje em dia? Então amor entre pessoas do mesmo sexo é aceito atualmente, eu acho. Mas não é desconfortável para a mãe falar para a filha que gosta de mulher? Quero me expressar e colocar a mão na boca, mas não seria legal fazer isso.
“Talvez ela estivesse brincando e não quis dizer isso realmente?”
“Minha mãe estava tão seria que te acusou de quase me matar.”
Ah….
Olhei para a garota nervosa enquanto ela reclamava sobre a mãe antes de investigar mais.
“Sua mãe te explicou como você quase morreu?”
“Ela disse que você arrumou um remédio e deu para ela e então ela poderia se livrar de mim. Meu Deus! Ela realmente acha que eu ia acreditar? Ela não queria me ter. Ela deveria se culpar, não a amiga. Mas, deixa pra lá. Não me importo com o que ela disse… Ela nem me criou, e agora ela age como se ela me amasse muito. Ela disse que tem boas intenções quando ela me pediu para parar de gostar de você e me deu esses motivos idiotas. Não posso acreditar.”
Depois de dizer isso, A-Nueng deitou na minha cama e começou a ler a minha novel. Esqueci completamente o quanto não gosto quando os outros rolam na minha cama, porque comparado com o que eu fiz no passado… Isso não é nada.
“Você terminou a novel?”
“Nem comecei.”
“Quer que eu leia para você?”
“Você já não terminou?”
“Sim. Terminei. Mas eu vou ler para você. Estou praticando para um audiobook.”
“Por quê?”
“Quero ter uma voz charmosa e confiante. Quero ser uma DJ.” A-Nueng me conta seu sonho. Aceno reconhecendo. “Uma DJ não precisa ser bonita; só precisa ter uma voz bonita e saber comunicar com as pessoas que estão escutando.”
“Mas todos DJs são bonitos hoje em dia. Muitos se tornam celebridades.”
“Ser DJ pode abrir várias oportunidades, eu acho. Mas só quero ser DJ. Eu só quero curtir minhas músicas favoritas e ter conversas simpáticas com os ouvintes sobre seus problemas na vida.”
“Não é o programa Club Friday?”
“Pode ser qualquer coisa. Seria bom… Não ter que me expressar através das expressões faciais. Quero esse tipo de trabalho… Estou cansada de fingir. Não quero fingir que estou feliz o tempo todo.”
“Você está fingindo que está feliz?”
Quando cutuco ela, ela percebe o que acabou de dizer e sorri para mim.
“Estou feliz, também. Mas não quero mostrar quando estou triste. Escolhi sorrir.”
Somos muito parecidas… Ela é exatamente como eu quando estava vivendo no palácio com minha avó. Não podia parecer emburrada quando não estava feliz… Cada segundo era uma luta quando morava com ela. Então, sorrir era a única forma de me expressar e evitar que alguém pudesse me ler.
Mas é sufocante… Sei muito bem isso.
Levantei da cadeira e me sentei na cama perto dela. Olho para a pequena no uniforme escolar enquanto lê a nove. A-Nueng lentamente esconde o rosto atrás da novel e só mostra os olhos para mim.
“O que foi?”
“Você me olhando assim me deixa tímida.”
“Você não precisa fingir quando estiver com a tia. Você pode me mostrar que está com raiva se estiver.”
“Se eu mostrar que estou com raiva você vai me afastar… Você não parece ser o tipo de pessoa que deixa os outros descontar em você. Não me atreveria fazer isso.”
“Você pode.”
“…”
“A tia te dá permissão para fazer isso.”
“Então, você tem que fazer o mesmo quando não estiver feliz. Você pode franzir a testa quando estiver com raiva e gritar comigo quando estiver furiosa.”
“Não é estranho pedir uma para outra ficar nervosa uma com a outra… podemos fazer isso?”
“É uma troca. É para mostrar uma à outra nosso lado ruim, então podemos ficar mais próximas.”
“As pessoas ficam próximas umas das outras mostrando o lado ruim?”
Não consigo entender isso porque sou alguém que só tem lados bons.
“Tudo bem, como quiser, mas… Quantos lados ruins você tem?”
“Ah. Você está tomando a iniciativa. Tá bem… Porque eu sugeri a ideia, vou começar.” E a pequena continuou a falar suavemente e tímida. “Eu sou muito at…”
“O que? Não consigo te ouvir.”
“Sou muito atrevi..da..”
“Hm.” Eu inclino meu ouvido para ela enquanto ela se endireita para me contar, então sua boca acerta minha bochecha.
Opa…
Não há nada além de silêncio ao nosso redor. Eu observo enquanto A-Nueng esfrega sua bochecha.
“Não quis fazer isso.” A-Nueng fecha a boca com a mão antes de me olhar toda boba. “Mas gostei.”
“Nueng.”
“Esse é meu lado ruim… sou muito atrevida.”
Ela sorri tão atrevidamente… eu concordo; ela é muito atrevida.
“E você gosta de tirar vantagem de mim também.”
“Ar-Nueng vai ter que aguentar isso. E meu atrevimento não para em só beijar sua bochecha. Quando olho para você… Escaneio todo seu corpo.” A garota me olha de cima para baixo parando nos meus peitos. Não cubro eles ou nada do tipo porque ela só pode olhar de toda forma. “E eu fico me perguntando o que tem por baixo dessas roupas. O que você tem que eu não tenho?”
“Meu corpo.” Dessa vez, eu falo para ela sem sentir nem um pouco intimidada por aqueles olhares. “Isso é algo que uma criança como você não tem.”
“Vou ter quando for mais velha. Vou ler a novel.” A-Nueng para de brincar e se deita para continuar lendo a novel. Porém ela olha para mim e pergunta “Quer me ouvir lendo?”
“Okay. Assim não preciso usar meus olhos.”
“Tenho uma ideia.” A-Nueng aperta os dedos e olha para mim com determinação. “Vou fazer audiobooks e mandar para você. Você pode fazer comentários. É uma boa ideia, não é?”
“Pareço alguém que tem tempo para isso?”
“Argh.” A garota faz bico frustrada. “Você não é nem um pouco fofa.”
“Esse é meu lado ruim. Estamos um pouco mais próximas agora.”
“Vou mandá-los até você ouvir. Ho ho ho. Aliás, que graduação deveria fazer para ser DJ?”
“Qualquer uma. Raramente vejo alguém seguindo a carreira de acordo com a graduação.”
Olhe para mim. Sou graduada em arquitetura, mas não tenho um trabalho, então peço dinheiro para minha irmãzinha.
“Sério? Seria legal estudar o que eu gosto.”
“Você não sabe isso ainda?”
“Ainda não.”
“Você já está no último ano.”
“Estou confusa. Mas vou descobrir; não se preocupe. Vamos dizer que sei o que eu quero e sei o que gosto.”
“O que é? Liste eles para mim.”
A pequena sorri alegre e levanta os dedos para contar como se tivesse muitas coisas para listar.
“Um quero ser uma DJ.”
“Uhum.”
“Dois, eu gosto de você e vou ser sua namorada um dia.”
“Sua mãe com certeza deixaria você fazer isso.”
“Três, eu não gosto da minha mãe. Fim!”
Rio, adorável. Ela provavelmente é como eu era quando me rebelei contra minha vó. Consigo entender ela.
Quando A-Nueng está prestes a se deitar e ler a novel em voz alta, palavra por palavra o telefone dela toca. Mas assim que ela vê o número da pessoa ligando, ela faz uma expressão entediada e continua lendo.
“Atenda. É irritante.”
“Vou colocar no silencioso.”
Quando A-Nueng vai pegar o telefone, pego primeiro, na tela está escrito ‘mamãe’ então atendo a ligação no lugar dela.
“Ar-Nueng!”
“Oi.”
[Khun Nueng…]
Piengfah imediatamente reconhece minha voz quando ela ouve. Estou impressionada. Mas é isso. Sou uma versão limitada. Uma vez que sou parte da vida de alguém, é difícil esquecer até minha voz.
“Sua filha está lendo comigo. Não se preocupe vou deixá-la em casa.”
[Me pergunto se deveria ficar mais preocupada agora.]
“Não faça um alvoroço” Usei um tom de voz sério. A-Nueng lentamente abaixa a nível e olha para mim impressionada. Piengfah fica em silêncio por um momento antes de responder.
[Me desculpe.]
“Tudo bem… Você quer que sua filha vá para casa? Vou deixá-la aí agora.”
[Já que você vai vir deixar ela, vamos jantar juntas. Tenho algo para discutir com você.]
Olho para A-Nueng por um momento enquanto hesito… Mas tudo bem, posso lidar com isso.
“Claro. Vou me juntar a você para jantar. Espero que tenha frango massaman na mesa.”
[Ah…]
Sorrio pelo canto da boca porque sinto como se tivesse ganhado. Claro, é muito tarde para preparar um menu que leva tempo para ser feito.
“Você tem que entender que eu não posso comer comida comum. Você sabe como sou.”
[Então, deveríamos comer fora?]
“Fah.”
[Sim?]
“Eu estava brincando.”
[…]
“Por que está tão quieta?”
[Você mudou muito. Você faz brincadeiras agora. Você era tão séria antigamente.]
Dou de ombros um pouco enquanto penso sobre o passado, estava cheio de pressão e regras estritas, porque eu não podia agir como uma pessoa comum.
“O tempo muda, pessoas mudam.”
[Mas eu não mudei. Continuo gostando de você.]
Deixei A-Nueng como minha melhor amiga pediu. Mas eu pretendia fazer isso mesmo se ela não tivesse pedido. Se tornou minha responsabilidade… Talvez eu me sinta mais preocupada com ela e que tenho que ter um cuidado especial com ela agora que sei que A-Nueng é filha da Piengfah.
Só isso- nada mais.
É a primeira vez que entro na casa da A-Nueng. Mesmo que eu fosse próxima a Piengfah quando era mais nova, nunca visitei ela porque minha avó tinha alguém para me deixar e buscar todos os dias. Além do mais, não gostava de visitar ninguém, porque nenhuma casa era mais bonita que a minha casa ou ‘palácio’.
Eu olho para a casa de estilo moderno que provavelmente foi renovada, admirando. Eu sei que foi renovada porque as partes que são de arquitetura tradicional ainda permanecem. Acho que a proprietária quer mantê-la assim, mas precisa renovar algumas partes. A-Nueng me convida para entrar em sua casa. A pessoa que sai para me cumprimentar é a avó dela, que tinha me menosprezado. Mas dessa vez, ela sorri amavelmente.
Ela é tão sincera…
“Olá, me desculpe por vir deixar A-Nueng um pouco tarde.”
“Tudo bem. Khun Nueng chegou bem a tempo. A vó pediu ao chef para cozinhar o frango massaman que você queria comer. Espero que goste.”
Olho para a idosa que se chamou por ‘vó’ e sorrio largamente mostrando boas maneiras antes de aproveitar o jantar à mesa. Não tenho muito o que dizer. Só quero comer e ir embora. É incrível que posso comer um menu que é muito difícil de cozinhar, e leva muito tempo para ficar pronto, em um tempo tão curto. Meu cérebro está explodindo.
“Ouvi da M.C Kaekai que você fala três idiomas.”
A avó de A-Nueng fala do meu talento. Ela pode até falar sobre a riqueza da minha avó, que minha avó nunca compartilha com ninguém.
“Os principais são tailandês e inglês. O outro esqueci porque raramente uso.” Falo honestamente porque não consigo mais falar a outra língua agora.
“E ouvi do diretor de A-Nueng que você era uma lenda. É muito admirável.”
“Não é nada, sério.”
“Você é bem-educada também. Você tem alguma formação?”
Fui convidada para ser elogiada?
“Quase. Percebi antes de terminar minha graduação que educação não significa muito. Então parei de trabalhar na minha tese no meio do caminho e sai apenas para passear e não fazer nada.” Respondo francamente porque estou ficando irritada. Coloco meus talheres na mesa para indicar que estou cheia. “Fah, você tem algo que gostaria de conversar? Devemos falar aqui ou lá fora?”
“Lá fora… Com licença, vou me retirar para falar com Khun Nueng por um minuto, mãe.”
Minha amiga consegue ver que quero sair daqui, então ela diz para a mãe antes de me guiar para fora para ter certeza de que ninguém vai nos ouvir. Eu acho que principalmente ela não quer que a filha nos escute.
“São 21:00 horas. Fale o que tem pra falar.”
“Quero falar sobre A-Nueng.”
“Hã-uhum.”
“Escutei dela que… Ela te admira muito.”
“Então você queria que ela me odiasse contando que eu te mandei abortar ela. E também contou a ela que você gostava de mim e se confessou para mim… Que filme.”
Assim que terminei, o silêncio pairou entre nós. Piengfah suspirou e esfregou o rosto.
“Sim, eu fiz isso.”
“Por quê? Você não é uma criança. Por que está tentando brigar por quem gosta mais de quem? Além do mais, ela é sua filha. Você é mãe agora; não consegue pensar por si mesma?”
“Você só vai me dar bronca? Vai pelo menos escutar o que tenho para falar?”
Piengfah continua falando comigo formalmente, como costumava fazer. Talvez seja porque quando era mais nova, sempre deixei claro que era superior, então não importa quanto tempo tenha passado, ela continua muito formal comigo. Fico feliz que ela ainda me trate com respeito.
“Certo. Você me chamou aqui para eu te ouvir. Então, vá em frente.”
“Eu invejo minha própria filha por gostar mais de você do que de mim, mesmo que você nem queria que ela tivesse nascido.”
Aaah…
Mesmo que já tenha sido dito antes, continuo pensando demais quando isso é mencionado de novo. É como jogar sal na ferida.
“Isso foi a muito tempo, mas alguém continua trazendo isso à tona. Te dei uma opção. Não coloquei o remédio na sua boca. Não finja que sou o cérebro por trás disso.”
“Você parece nervosa.”
“O que?”
Depois que fui pega, mudei o tom de voz para um frio e distante. Piengfah cruzou os braços no peito e me encarou enquanto sorriu pelo canto da boca.
“Estou certa. Você está nervosa… Você está agitada. Por quê? A-Nueng sabe que, você ter tentado se livrar dela antes dela nascer, afeta você desse tanto?”
“Pare de tagarelar. Se me chamou só para ser sarcástica, então vou para casa.”
“Você pode melhorar as coisas entre minha filha e eu?”
Quando estou prestes a sair, Piengfah corre para dizer isso. É como se ela estivesse com medo de que eu me afastasse. Olho para minha amiga, que parece estar com o coração pesado. Isso me deixa interessada. Piengfah continua ressentida comigo sobre o passado, mas está perdida por sua filha se opor a ela. Rapidamente balanço minha cabeça para responder a ela.
“Não posso ajudar você com isso. Você deu a partida; você precisa aprender como fazer isso sozinha… Você abandonou sua bebê depois de dar à luz a ela. Agora de repente, você quer ficar toda melosa com sua filha? Não é possível. A-Nueng acredita que ela é quem é hoje porque a avó dela criou ela. Ela não precisa de uma mãe. E eu não sei por que tenho que ser envolvida sendo que não é da minha conta.”
“Por favor…” Piengfah se aproxima e segura meu braço. Ela deita a cabeça no meu ombro. “Se você continua pensando em mim como uma amiga, por favor me ajuda.”
“Você está crescida agora. Por que continua pensando assim?” Tento afastá-la de mim, mas a amiga que não quer crescer segura meu braço firme. “Fah.”
“Vou me casar.”
“Hm?”
Olho para minha amiga. Piengfah olha para cima para mim como um cachorrinho triste.
“Eu vou me casar em alguns meses com um cara que conheci no exterior. Minha mãe ainda não sabe sobre isso. Pretendo falar com ela sobre levar A-Nueng para morar comigo…”
“Então, é isso. Está tentando se aproximar dela porque quer levar ela com você.”
Eu me esforço ao máximo para não deixar minha voz falhar. De repente, sinto um vazio por dentro quando penso que a garota alegre estará vivendo do outro lado do planeta.
“Quero passar mais tempo com minha filha. Por favor, Khun Nueng, me ajuda.”
“O que posso fazer? Sou apenas uma estranha.”
“Você nunca foi uma estranha para mim.” Piengfah me olha nos olhos. Algo ali me diz que não é assim que as amigas olham uma para a outra.
“É assim que é uma pessoa prestes a se casar? O que é esse olhar?”
Quando digo isso, Piengfah tenta não sorrir e me bate.
“Não estou escondendo nada de você. Como te disse no telefone, ainda gosto de você. Mas sei que é impossível porque não sou digna. Mais importante, encontrei alguém que realmente me ama.”
“Então pare de me olhar assim.”
“Por quê? Você está balançada?”
Eu torço a boca e fico em silêncio porque estou muito cansada para explicar.
“Acho que sei o que A-Nueng puxou de você.”
“O que?”
Quando a mãe fica animada para saber no que a filha se parece com ela, ela não tem ideia de que a pequena com óculos grosso está me chamando com a voz grave e fazendo cara feia na porta da frente.
“Já flertaram o suficiente? É por isso que vieram conversar aqui fora?” A-Nueng corre até mim e abraça meu braço possessivamente. “Do que vocês estão conversando? Por que está demorando tanto?”
“Estamos apenas conversando à toa.”
Respondo despreocupada e olho divertidamente para a garota de óculos, que parece mais possessiva comigo do que com a mãe, que está olhando para gente com olhos de cachorrinho. É o mesmo jeito que Chet olha para a filha.
Essa criança é a menina dos olhos de todo mundo…
“Se estão apenas conversando à toa, vão conversar lá dentro.”
“Na verdade, estou pedindo sua Ar-Nueng para irmos em um encontro.” Piengfah de repente diz isso sem me consultar primeiro. Isso faz A-Nueng imediatamente encarar a mãe.
“Que encontro? Aonde vocês vão? Não… Você não pode ir!”
“Para um parque de diversões.”
“Você é muito velha para ir em um parque de diversões, mãe.”
A garota não pensa em mim, que tenho a mesma idade que a mãe dela. Jesus…
“Você quer vir com a gente?” Olho cansada para A-Nueng, que está ameaçando a sua mãe. Quão estranha é a relação delas? “Pensando nisso, somos realmente velhas. De repente, sua mãe quer fazer o que ela nunca teve a chance de fazer quando era mais nova porque sua avó nunca a levou.”
“Vamos! Vamos, vamos, vamos.”
Piengfah me olha gratamente quando concordo com ela, enquanto a pequena aceita apressadamente, sem nem mesmo parar para pensar sobre isso. É como se ela temesse que eu me desse bem com sua mãe e a afastasse.
Alguém pode sentir ciúmes da própria mãe?
Quando Piengfah vê que a filha aceitou ir, ela tenta encerrar a conversa.
“Okay. Vamos. Que tal sábado?”
“Me busque.”
“Sem problema… Vamos nós três em um encontro.”
A-Nueng não responde a mãe, como a rebelde que ela é. A garota só olha para mim. Ela quer mostrar para a mãe que ela não está feliz.
Por que estou no meio de uma briga entre mãe e filha? O que eu ganho indo em um encontro de três pessoas sendo uma a mãe e a outra a filha?
Que palhaçada…