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Tradução: Shiro | Revisão: Taka
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Capítulo 02 – A semelhança entre as duas
Tirando minha avó intrometida, nunca expulsei ninguém da minha vida há um bom tempo. Ah… Quanto tempo faz desde que afastei alguém?
Já tem muito, muito, muito, muito tempo.
Me lembro que a melhor amiga que já tive confessou seu amor por mim porque ela não aguentava ver uma garota popular e de aparência adorável tentando me conquistar. Ela estava com medo de me perde, então ela confessou seu amor antes da outra garota. E isso me fez afastá-la sem hesitar.
Essa amiga ficou tão magoada que desapareceu da minha vida.
De volta ao mercado estou aqui sentada, entediada porque sei que ninguém está interessado em ter uma caricatura. Talvez por eu ter muito tempo livre, penso naquela garota. Fiquei um pouco preocupada por causa das palavras ríspidas que disse para ela.
Será que ela vai ficar muito magoada e desaparecer como aquela amiga… Está tudo bem se ela desaparecer, mas se ela fizer algo ruim…
Depois de uma profunda reflexão, estou muito preocupada. Estou incomodada agora. Como alguém, que acabei de conhecer, pode me fazer sentir tão mal? De todo jeito, já que não tem nenhum cliente, decidi empacotar as coisas e ir embora, até que alguém me chame.
“Khun Nueng… É você Khun Nueng?”
Essa voz familiar me fez parar e virar lentamente para ver se pertence ao…
“Chet”
“É realmente você Khun Nueng”
Chet, meu ex-noivo, cuja reputação destruí ao fugir imprudentemente do nosso casamento apenas para arruinar minha avó; agora que o vi de novo, me senti culpada…
Mas durou só um pouco.
“O que você está fazendo aqui… É um mercado de rua” Surpresa, olho para o filho do antigo primeiro-ministro, que deveria estar passeando pelo Paragon (um shopping premium) em vez de estar aqui. Ele por outro lado, olha as coisas que estão em minhas mãos.
“Estou aqui fazendo campanha para ganhar votos. Estou planejando me eleger nas próximas eleições”
“Ainda temos eleições?” Coloquei a mão no peito para mostrar minha incredulidade e balanço a cabeça porque não é sobre isso que deveríamos estar conversando.
“Okay, vamos dizer que eu sei que você está aqui pela campanha e pelos votos. Então, tchau.”
“Ei, espere, Khun Nueng.” A mão forte do meu ex-noivo agarra meu braço para me impedir de ir embora. Assim que me viro e olho para ele com firmeza ele rapidamente me solta. “Me desculpe.”
“Tem algo mais que você queira conversar sobre?”
“Estou apenas… feliz.”
“Feliz?” Estou chocada. “Depois do que eu fiz com você? Você deveria pedir a um dos homens do seu pai para me matar”
Chet riu alto depois de ouvir o que disse. Ele rapidamente falou não para isso.
“Eu não te odeio de jeito nenhum.”
“Me odeie. Assim vou me sentir menos culpada.”
Olho para a pessoa na minha frente, totalmente sincera em cada palavra que disse. É melhor para ele me desprezar do que olhar para mim com tanto carinho. Mas, pensando bem… tivemos que nos conhecer um pouco antes do suposto casamento. Ou, para ser exata, tivemos alguns encontros como os adultos queriam. Ele não é uma pessoa ruim. E eu sabia que ele meio que tinha um crush em mim. Só que como eu disse… Ninguém no mundo é digno de me ter. Então não importa o quão legal ele seja, ele não é digno.
“Realmente não te odeio. E estou muito feliz de termos nos encontrado… Toma aqui.” Chet pega algo no bolso de sua calça. No começo achei que era uma arma.
“Aqui, meu cartão de visita.”
“É realmente um cartão de visita.”
“E o que você achou que era?”
“Uma arma.”
“Não faça piadas, Khun Nueng.”
“Estou rindo?” Dou de ombros por um pouco. “Foi bom te ver.”
“O prazer foi todo meu. Estou contente em te ver de novo. Senti sua falta.”
“Vamos apenas nos cumprimentar adequadamente em nome das boas maneiras. Tenho que ir… Até depois”
“Khun Nueng”
Ele me chama novamente quando estou prestes a sair. Quando me viro para ele, ele sorri alegremente e me pede para repetir o que disse, como se quisesse reforçar o que acabei de dizer.
“Até depois quer dizer que vamos nos ver de novo, certo?”
“Bem…”
O que posso dizer? Espero que ele saiba que minha resposta foi apenas educada.
Depois de terminar minha conversa com o Chet, voltei para meu quarto. Estou começando a realmente me preocupar com aquela garota. E comecei a ficar ansiosa quando não vi A-Nueng me esperando como sempre fazia.
Ela deve estar em casa depois que repreendi ela daquele jeito…
“Licença” chamo a recepcionista do primeiro andar que está vendo televisão.” Você viu uma garota que sorri o tempo todo igual uma doida?”
“Muito radiante”
“A pergunta é muito radiante?”
“O sorriso no rosto dessa garota é muito radiante, isso torna o mundo um lugar mais animado. Eu me lembro bem, ela estava sentada aqui com o dono do prédio.”
A recepcionista apontou para a mesa de mármore ao lado do prédio. A-Nueng continua vestindo o uniforme de estudante. Ela está comendo enquanto conversa com o dono do lugar, como se eles se conhecessem há muito tempo. O riso deles pode ser escutado daqui.
Ela ainda está aqui? Depois que a repreendi daquele jeito…
Mas devo admitir que é um alívio. Eu estava me sentindo culpada por causa das palavras duras que disse. E eu estava preocupada que ela fosse fugir para outro lugar.
Então agora mesmo, dou uma tapinha nela por trás. Parece que ela consegue sentir que está sendo observada, então imediatamente ela vira a cabeça, olha para mim nos olhos e acena para mim.
“Ar-Nueng está aquiiiiiii”
Sua vivacidade me faz mostrar um semblante entediado e cansado de tudo neste mundo. Mas admito que estou aliviada.
“Por que ainda não voltou para casa?”
“Eu fugi de casa, como posso voltar?”
“Se você realmente quer fugir, vá ficar com seus amigos”
“Não. Vão me encontrar lá. E não quero perturbar os pais dos meus amigos”
“Mas você pode me perturbar?” Estou chocada. A-Nueng, por outro lado, sorri e faz um biquinho tentando parecer fofa e adorável, embora eu diria que não parece nada assim.
“Eu posso te perturbar porque somos próximas.”
“Desde quando somos próximas?”
“Quando não importa, porque no final, somos.”
A garota continua não sendo afetada pelas palavras. Ela entrelaça os braços ao redor do meu e deita a cabeça no meu ombro. Para ser sincera, quero chorar agora, mas não consigo fazer nada além de ficar parada porque não quero mostrar quão cansada estou.
“Porque você não tem vergonha?”
“Dizem que você consegue o que quer se não tiver vergonha. Se for tímido, você não consegue. Então tenho que ser assim porque quero você… Qual o número do seu quarto? Vamos para seu quarto.”
A pequena sai na frente, mas ela para na porta porque não tem o cartão de entrada que é preciso. Cruzo os braços no peito e olho para ela com um sorriso no canto da boca. Estou feliz porque ela consegue não ser tímida comigo, mas ela com certeza não pode fazer isso com a porta que requer um cartão para entrar.
“Por que está parada aí? Me leve para seu quarto”
“Eu não te disse que levaria. Vou te deixar em casa”
“Não vou voltar!” A-Nueng ainda vestida no uniforme, bate o pé para conseguir o que quer. Seu cabelo amarrado balança para esquerda e para direita como o rabo de um cachorro. “Você disse que ia me deixar ficar”
“Não falei isso”
“Mas antes eu te disse o que estava acontecendo comigo, você me deu sua palavra. Eu não me importo. Uma rainha não volta atrás na sua palavra”
“Não sou uma rainha. Sou apenas uma M… sou apenas uma pintora” Suspiro antes de ficar agitada. Pego ela pela parte de trás do colarinho antes de tentar arrastá-la para casa. “Anda. Vamos para sua casa. Vou deixar você lá”
“Você nem sabe onde moro”
“Eu sei, é na casa grande e moderna pintada de cinza com um portão novo marrom, atrás da unidade militar.”
Me lembro muito bem dos detalhes, como uma graduada em arquitetura deveria, porque quando segui ela para casa, fiquei um bom tempo tentando analisar quanto a casa custa, quais matérias foram usados, e o quão difícil seria fazer um desenho arquitetônico da casa.
“Oi? Como você sabe?” A pequena que estava sendo arrastada para casa me olha surpresa. Torço um pouco meu rosto, por ter que falar sobre isso, mas o que posso fazer? “Você me seguiu até em casa?”
“Cala a boca.”
“Sério? Você me seguiu?” Parece que o que A-Nueng descobriu fez ela esquecer que estava tentando entrar no meu quarto. Sua atenção voltou para mim, o que é bom porque agora ela está andando para casa alegremente. “Quantas vezes?”
“Quatro”
“Nossa. Quatro… espere. Então você também está interessada em mim. Você só finge ser fria. Se isso fosse uma série coreana, teria o nome ‘A pintora fria e…'”
“A garota confiante demais com cara de cachorrinho”
“Isso não é um nome muito romântico… oppa!”
“uma irmã mais velha é chamada de unnie”
“Você é tão bem informada. Legal”
Solto seu colarinho e coloco minhas mãos na cabeça porque estou começando a ter dor de cabeça porque ela não para de tagarelar. Isso provavelmente é por conta da diferença de idade. Como ela mexe a boca a cada segundo sem nenhum pouco de silêncio, como ela respira assim? Isso é loucura.
“Como você consegue falar sem parar assim? Não está cansada? “
“Não. É divertido conversar com você”
“Você não tem ninguém para conversar em casa? Você parece reprimida.”
“….”
No fim da minha observação, a pequena ficou de queixo caído e calada. Ela andou atrás de mim em silêncio. Dei uma olhada para ela. Parece que acertei o seu ponto fraco, e isso me fez sentir estranha.
Me sinto culpada? Eu?
“Qual é o problema?”
“…”
“Por que está quieta?”
“Você não queria que eu calasse?”
“Não faça isso.”
“Isso o que?”
“Não seja sarcástica.”
“Não estou, não sei como responder isso.”
O comportamento estranho dela me fez ficar meio mal. A pequena vestida no uniforme escolar ficou parada no ponto de ônibus. Tive que cutucar seu ombro.
“Você não tem ninguém para conversar em casa?”
“Bem… não sei o que falar. É provavelmente a diferença de idade”
“Seus pais são muito velhos?”
“Não… Não moro com meus pais” A pequena responde humildemente. Isso me faz piscar e ficar com a mente em branco. Talvez eu a prefira falando sem parar do que ficando quieta assim.
“Onde estão?”
“Não estão mais aqui.”
Os pais dela estão mortos…Oh, parece que eu trouxe algo à tona que não deveria.
“…”
“Por que está quieta? Você iniciou o assunto. Você tem que perguntar mais. É uma história de vida bem triste. Vamos, pergunte”
Que… Ela realmente está fazendo isso? Coço a minha cabeça porque não consigo ajustar meu humor rápido o suficiente. Ela quer que eu pergunte ou não?
“Então… quem mora com você?”
Eu realmente não quero saber, mas se ela quer que eu pergunte…
“Moro com minha avó (por parte de mãe). Ela está acima dos sessenta.”
“São só vocês duas?”
“Tem uns 4-5 empregados. Mas… Se você quiser saber sobre família, é só nós duas.”
“E você quer fugir e deixar sua avó sozinha? Não se sente mal por ela? E se ela cair, bater a cabeça no chão e morrer?”
“Você fala isso porque não conhece ela”
“Ela é muito rigorosa?”
“Sim.”
“Você fugiu porque brigou com ela?”
“Hã-uhum”
Eu olho para ela e me lembro de alguém antes de rir alto. A-Nueng olha para mim enquanto rio e torce o rosto. Ela bate o cotovelo no meu braço e me pergunta enquanto faz birra.
“Por que está rindo? Estou realmente estressada”
“Nada, só lembrei de alguém que passou por uma situação similar a sua, então, sobre o que você e sua avó brigaram?”
“Minha pontuação em inglês. Teve uma prova ontem, e ela pediu para ver minha nota… quando ela viu que minha nota era menor do que a que ela esperava, ela me bateu.”
“Meu deus, quão forte uma velha pode te bater? Não pode ser que machuque tanto. Deixe-a te bater.” Ri, mas A-Nueng fica quieta e vira seu rosto para mostrar que está emburrada.
“Não te amo mais.”
Eventualmente o ônibus para a casa da garota chega na parada do ônibus. Nós não conversamos porque A-Nueng estava emburrada e ficou com o rosto virado o caminho todo. Ainda assim, eu a deixei em frente à sua casa. Antes de partir, eu puxei seu rabo de cavalo tão forte que seu rosto contraiu. Ela vira para olhar para mim com o rosto torcido.
“Isso doeu.”
“Exagerada não puxei tão forte assim, que sensível.”
Dei uma risada e chutei levemente sua panturrilha, então, A-Nueng choraminga alto e segura como se realmente ela estivesse machucada.
“Tão dramática, não finja que isso a machucou tanto assim. Oh…”
Quando olho para baixo, consigo ver que a panturrilha dela está cheia de hematomas. Mas quando estou prestes a me abaixar para ver melhor A-Nueng puxa a perna para longe.
“Eu vou entrar já que você teve todo o esforço de me trazer.”
“O que aconteceu com sua perna?”
“Eu caí.”
“Como você caiu para resultar nessas…”
“Te vejo amanhã, Ar-Nueng. Tchau”
A pequena balança a mão gentilmente para finalizar a conversa e se afasta de mim. Eu fico parada, olhando para ela entrar na grande casa, com o coração pesado.
Essas marcas não eram de queda.
Eram marcas horizontais… De um chicote.