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Tradução: Shiro | Revisão: Taka
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Capítulo 01 – Garota alegre
“Onde você estava Ar-Nueng?”
“Por que você está aqui? Por que não foi para casa” Olho para o meu relógio e franzo a testa. “São quase 21:00 horas”
“Eu estava te esperando no mercado, mas você não apareceu. Você está muito bonita hoje. Onde você foi? Com quem? Me fale, agora”
A-nueng… Ela é uma jovem cliente minha, uma estudante, que posou para que eu pudesse desenhá-la algumas semanas atrás.
Agora está me perguntando isso como se eu fosse sua posse mais valiosa. Jesus… Essa garota louca. Nem minha avó se intrometeu tanto na minha vida pessoal.
… porque ela não pode, já que eu fugi.
“Não vou te dizer. Não é da sua conta. E para de me chamar de Ar-Nueng. Desde quando somos próximas?”
“Desde que você desenhou meu retrato.”
A garota me dá um sorriso genuíno. Não tenho certeza se ela espera que eu a adore ou o que, mas mantenho minha expressão neutra. Não estou interessada nisso. E não me sinto nem um pouco impressionada com esse sorriso.
“Isso significa que eu sou próxima de todos os clientes que desenhei?” Escolhi me referir como ‘eu’ porque não sei o que usar. Se eu me chamasse de ‘tia’ daria para ela a impressão de que somos mais próximas do que realmente somos. Argh…
“Vá para casa. Está muito tarde. É perigoso ficar na rua.”
“Então me conte onde você estava. Vou para casa assim que souber”
“Ei!” Elevei meu tom de voz para a criança rude que fica perguntando sobre minhas coisas pessoais. Mas começo a ficar exausta quando percebo que aquela garotinha continua sorrindo largamente para mim.
“Você está irritada, não está? Olha só para seu rosto.” A pequena me rodeia e aproxima o rosto tentando parecer fofa.”Você normalmente parece não sentir nada. Eu gosto de te ver nervosa assim”
“Pode parar de me incomodar?” Perguntei diretamente. E ainda assim a pessoa na minha frente é mais direta ainda. Ela balança a cabeça em resposta.
“Não, não posso. Você é a minha alegria”
“O que?”
“Você é quem eu escolhi” A-Nueng pisca para mim e aponta o dedo fazendo uma pose legal.
“Me sinto segura quando estou com você”
“Como é?’’
Depois de dizer isso a garotinha se joga para cima de mim e me abraça apertado. Ela fez isso sem sentir nenhuma vergonha, enquanto tento empurrá-la. Parece que quanto mais tento afastá-la mais forte ela me abraça. Seu aperto firme me surpreende.
“Você bebeu? Sinto cheiro de bebida em você… O que você estava comemorando?”
“Eu não estava comemorando nada. Uma pessoa me convidou… Você pode me soltar agora? Está me incomodando.”
“Ai meu deus! Ar-Nueng está irritada. Isso é ótimo… Eu te incomodo e irrito. Olha. Seu rosto mostra tudo isso. Você está sempre sem expressão que é difícil ler suas emoções.”
“Por que você está me irritando?”
“Porque eu gosto de você”
Essa provavelmente é a centésima vez que ela confessa seu amor para mim. Solto um suspiro cansada e fico parada sem resistir deixando-a me abraçar.”
“Você não deveria ser tão fácil assim sendo tão nova. Como você pode gostar de alguém tão facilmente? E você não está com vergonha em dizer isso?”
“Você é a única pessoa com quem não sou tímida. Quero me confessar para você o tempo todo. Guardar os sentimentos para si é sufocante”
“Então, você está despejando suas emoções em mim?”
“E eu sou sua válvula de escape. Quando estiver frustrada, você pode descontar em mim. Quando estiver com raiva, você pode gritar comigo. Isso não é ótimo?”
Mostro uma expressão entediada. Não entendo nem um pouco essa garota. Como alguém assim pode existir? Ela gosta se estou brava, de mau humor ou irritada com ela?
“Não vou mais ficar brava ou de mau humor com você de agora em diante. Se lembre disso”
“Isso é bom. Então você pode sorrir para mim.”
“O que é isso? Qualquer coisa que eu faço está bom para você?”
“Siiiiim… Vou aceitar qualquer coisa de você”
Fico de queixo caído quando a pequena garota me olha nos olhos e sorri. Ela coloca o queixo no meu peito e olha para meu rosto. No fim, eu sou a única que desvio o olhar para longe.
Por que me sinto tão quente…
“Vá para casa. Estou com calor e pegajosa. Quero tomar um banho e ir para cama.”
“Primeiro me fale onde você estava.”
“Estava em um encontro.”
“O que! Com quem? Era homem ou mulher?”
“Não vou te dizer”
“Quem teve um encontro com a Ar-Nueng?” A pequena se afasta e faz uma careta.”Tudo bem. Foi só um encontro. Eu permito”
“Não estou te pedindo permissão. Que autoridade você tem para me permitir ter um encontro ou não?”
“A autoridade da sua futura namorada”
Rio com desdém e balanço as mãos para ela ir embora.
“Agora vá embora.”
“Okay. Tenho minha resposta. Mesmo que não seja o que eu queria ouvir.”A-Nueng me solta voluntariamente e pega sua mochila. Antes de ir, ela se vira para me chamar.
“Ar-Nueng”
“O que é agora?”
Enquanto eu me preparava para ir para meu quarto, me viro e olho para ela entediada. Não posso evitar de sorrir para a pergunta que ela me faz.
“Essa pessoa que você teve um encontro, é digna? “
“Bem… Um pouco. É um bom candidato. É um médico”
“É um médico, mas é só ‘um pouco’ digno. O que significa que não é digno. Uhu!”
“Uhu, o que?”
“A pessoa que é digna está bem aqui na sua frente. Sou eu. Uhu!”
Eventualmente ela volta a andar. Antes de mudar de ideia, olho para ela indo embora e fico um pouco preocupada. Em vez de voltar para meu quarto, eu a sigo sorrateiramente para ter certeza de que ela chegará em casa em segurança.
Não é a primeira vez…
Desde o primeiro dia que nos conhecemos, A-Nueng claramente expressou sua admiração por mim. Ela corre para me ver logo após sair da escola e volta para casa às 18:00 em ponto. Alguns dias, ela me segue sutilmente porque quer saber onde moro e o que faço. Tem sido assim por várias semanas.
Sim… Não gosto de expressar meus sentimentos ou pensamentos. Em vez disso, coloco um sorriso no meu rosto. Essa garota é a única que frequentemente me faz perder a calma… Ah… exceto minha avó. Ainda assim… A-Nueng não parece nem um pouco triste. Ela mostra a língua, revira os olhos e coça a cabeça para admitir sua culpa.
“Ah… Me desculpe. Quando você está nervosa, você parece ser mais humana”
Se fosse qualquer outra pessoa, se afastaria de mim. Tenho certeza de quando sou intimidadora, os outros ficam com medo de mim. Essa garota simplesmente ignora. Ela não sente nada. É toda compreensiva; é como se ela fosse uma esponja absorvendo água.
Agora mesmo, estou me escondendo na esquina em frente a sua casa. Sim… entrei no ônibus para acompanhar essa garota alegre. Sua casa não é tão longe da minha. Ela parece hesitar em entrar na casa. Um pouco depois A-Nueng respira fundo e abre a porta. É como se tivesse um demônio dentro da sua casa.
O que tem de tão assustador lá…
Não! Não quero saber. Não é da minha conta. Vamos dizer que ela está sã e salva em casa. Me preocupar com os problemas dos outros é uma perda de espaço na minha mente. Pra mim, nesse momento, o que mais importa é ‘dinheiro’. É quase a hora de pagar o aluguel e continuo sem ter o suficiente. Hoje em dia, as pessoas podem tirar selfies com seus celulares e editar elas sem ter nenhuma habilidade com desenho, então minha renda não é o suficiente para pagar as contas. Portanto… meu último recurso só poderia ser…
“Tuo Lek me empresta um pouco de dinheiro.”
Nota: Apelido que Nueng chama Sam. Significa: “pequena”
Quando estou com problemas, ligo para minha irmã mais nova. Ultimamente, me resta pouca dignidade. O que posso fazer… Sou lastimável.
[Você é tão lastimável. Por que não vem trabalhar comigo?]
Minha fofa irmãzinha, pequena ou ‘Sam’. Pergunta por realmente estar preocupada. Mesmo assim… Ainda sou eu. Quero fazer o que eu quiser.
“Não. Não posso te ajudar com nada”
[Mas você vive pegando dinheiro emprestado comigo…]
“Ah… você está cansada de mim?” Forço minha voz a soar triste e chorosa. Isso faz Sam ficar em pânico antes de começar freneticamente a tentar me fazer sentir melhor.
[Não é o que eu quis dizer. Só estou preocupada com você. Eu nem quero o dinheiro de volta. Só acho que se você continuar vivendo assim, vai ser ruim. E se eu morrer um dia?]
“Então, tudo que é seu será meu.”
[Você…]
“Estou brincando. Estou tentando me encontrar. Não quero trabalhar em um escritório de uma empresa igual uma idiota”
[Eu trabalho em um escritório]
Minha irmãzinha responde suavemente, e isso me faz rir.
“Só estou te provocando. Não gosto de viver com um monte de regras. Vamos dizer que eu quero fazer como eu quiser por agora. Eu prometo que depois que eu encontrar o que eu gosto e conseguir viver disso, vou te pagar cada centavo que peguei emprestado. Eu anotei tudo que peguei emprestado com você”, pego meu caderno, passo a ponta do dedo na língua e começo a folhear as páginas. “São cinquenta e dois mil e cem baht.”
[Você realmente anotou isso?]
“Apesar do que você pensa sobre mim, tenho meu orgulho. Emprestado é emprestado. Alguma vez já te pedi dinheiro?”
“Não, nunca. Eu vou transferir o dinheiro para você… vinte mil é o suficiente?”
“Só quatro é o suficiente. Meu aluguel é barato.”
Minha irmãzinha é sempre muito fofa. Eu pedi quatro mil emprestado e ela me mandou dez mil. Na verdade, não quero ser assim, então escrevo no meu caderno antes de olhar para as contas que tenho no caixa eletrônico e sorrio até minhas bochechas doerem.
Sobrevivi por mais um mês… Mas Sam, está certa; Não sei por quanto tempo consigo viver assim. Se eu não conseguir encontrar meu talento vou ter que ficar pedindo dinheiro emprestado para minha irmã a vida toda?
Isso não é nada bom…
Será que existe algo que posso fazer com minhas mãos sem ser desenhar e tocar música….
No dia seguinte…
“Ar-Nueng.”
Pela manhã antes de sair para desenhar escuto de novo a mesma voz anasalada da garota alegre. Desde que ela descobriu onde moro, ela vem frequentemente.
“Você não acha que estamos nos vendo muito?”
“Não mesmo. Te ver só algumas horas por dia não é o suficiente. Você está indo para o mercado? Deixa eu te ajudar com isso.”
“Não precisa.”
“Por que você não é nem um pouco gentil?”
“…”
“Você está com raiva, não está? Ah… é tão bom. Ver você mostrando suas emoções é algo especial.”
Ela deve ser doida. Todo mundo fica com medo de mim quando estou sem nenhuma expressão ou quando não mostro minhas emoções, até mesmo meus amigos na época da escola ou minha família.
“Por que você não vai para casa? Você está no ensino médio, certo? Não tem que estudar muito?”
“Até você está falando sobre estudar. Argh… Estou cansada disso.” A pequena estudante parece realmente chateada quando falo sobre estudar. “Pensei que te ver me faria sentir melhor. Por que parece que todo mundo está tão preocupado com isso?”
“Você é uma estudante. É normal falar sobre essas coisas.”
“Não podemos falar sobre amor e romance… Tipo, que você me ama.”
Eu não dei nenhuma abertura. Ela se iludiu sozinha. Que tipo de pessoa faz isso?
“Vá para casa.”
“Não.”
Olho para a jovem teimosa porque estou começando a perceber uma coisa. Isso junto com a hesitação no dia que a segui até sua casa…
“O que é isso?”
“…”
“Desembucha.”
“Se eu te contar, será o mesmo que você aceitar a responsabilidade porque sabe o que é.”
“O que é isso? Só me fala logo.”
“Você será responsável por isso se eu contar.”
“Tá bom. O que é?”
Para me livrar da chatice, dei minha palavra sem pensar. Mas parece que eu, uma M.L. acabei de cair em uma armadilha.
“Estou fugindo de casa.” Aquela criança de repente se atira para mim e me abraça.
”Agora que você sabe, por favor me deixe ficar com você.”
Aí está. Eu devia ter tomado conta da minha própria vida!!
Claro que… não a deixei colocar nem um pé dentro do meu quarto. Afastei ela o mais friamente possível. Ela é maluca? Não consigo nem pagar as contas no final do mês. Como posso agir como um abrigo e cuidar de uma criança que nem conheço? De jeito nenhum vou fazer isso.
“Se você não deixar eu dormir com você, vou dormir aqui fora na frente do prédio”
“Faça o que quiser.”
“Então, isso significa que posso morar com você?”
“Eu quis dizer que você pode dormir na frente do prédio. Meu Deus!”
Inconscientemente gritei com ela de novo. E isso fez ela mostrar a língua toda felizinha.
“Você perdeu a calma de novo. Tão fofa.”
Meu Deus, Vou enlouquecer. Minhas palavras ríspidas não tem efeito nenhum nela. Tentar afastá-la não funciona. O que eu tenho que fazer? Chorar?
“É sério… Não me incomode tanto assim. Pode fazer isso?” Respiro fundo e olho para ela o mais seria que consigo. “É irritante e eu não gosto disso.”
“Ar-Nueng…”
“Estamos entendidas? Não me faça ter que me mudar só para ficar longe de você.”
Assim que terminei de dizer isso, começo a andar sem prestar atenção na pequena garota de novo. Desde que falar com calma não funcionou, tive que afastá-la assim!