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- Capítulo 51 - A felicidade da carruagem de abóbora
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Tradução: lirou | Revisão: Pandine
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Capítulo 51: A felicidade da carruagem de abóbora
“Concordamos que isso só aconteceria uma vez por dia, no máximo!”
Atrás do galpão de lenha do convento, um único dedo levantado impediu que seus lábios se tocassem.
“Hã? Mas…” Elsa protestou, beijando. “Você não gosta de me beijar, Evie?”
“Bem, não é que… eu não gosto.” Yvonne desviou o olhar, corando. Ela sabia que se ela enfrentasse Elsa enquanto estivesse com aquele olhar francamente ilegal em seu rosto, ela imediatamente cederia. “Eu só acho que, mesmo que estejamos namorando, devemos mostrar algum controle.”
Desde que começaram a namorar, Elsa tentou uma variedade de movimentos com Yvonne, e ela estava quase no seu limite.
Não bastava para elas ficarem juntas. Elas tiveram que segurar as mãos com os dedos juntos também.
O número de vezes que Elsa a abraçava quando estava de bom humor mais que dobrou.
E também sempre acabava assim quando estavam sozinhas.
Yvonne não desgostava desses momentos íntimos. Pelo contrário, ela os acolhia…
Mas, como uma parte do sangue de súcubo ainda permanecia, Yvonne chegava perto de perder o controle quando elas ficavam muito íntimas. Ela até suspeitava que perderia completamente o controle, como aconteceu naquela noite, se Elsa levasse o flerte um pouco mais longe.
Além disso, mesmo ignorando o efeito colateral do sangue de súcubo, Yvonne acreditava que alguma restrição era necessária mesmo em um relacionamento normal!
O que ela havia aprendido no outro mundo moderno lhe ensinou que havia retornos decrescentes para cada tipo de investimento. Embora pudessem estar grudadas agora, provavelmente logo se cansariam disso a longo prazo.
Muitos casais começaram inseparáveis e acabaram odiando um ao outro.
Em comparação com um romance tempestuoso, apenas um fluxo constante de amor seria duradouro, como a permanência de um rio calmo.
“Então esse pode contar como o de hoje, certo?”
Yvonne estava prestes a explicar suas ideias para Elsa quando sua boca foi selada antes que ela pudesse dizer uma palavra.
“Ngh, hm-”
No segundo seguinte, Yvonne percebeu que estava errada.
Especificamente, ela estava errada em pensar que o amor poderia ser medido e parcelado.
Mesmo que seu relacionamento amadurecesse no final, não havia substituto para a paixão do momento.
Yvonne foi forçada a recuar até que ela foi completamente pressionada contra a parede.
Não havia como escapar.
A perna de Elsa estava entre a dela. Quando olhou para baixo, ela pôde ver Elsa nas pontas dos pés para alcançá-la.
Elsa a abraçou firmemente com seus braços esbeltos. Ela se pressionou contra Yvonne como se estivesse tentando derramar todo o seu amor. O quanto ela tentou, não importa o que ela fizesse, era uma parte tão adorável dela. Yvonne automaticamente abraçou suas costas, querendo carregar um pouco de seu peso para que ela não tivesse que trabalhar tão duro.
Yvonne não poderia ir a lugar algum assim, poderia?
Mas mesmo que seu corpo estivesse preso, Yvonne sentia-se extremamente feliz – porque ela podia sentir que sua alma estava livre.
Ela não precisava mais esconder quem era. Neste momento, ela só precisava receber e dar amor. Era como se pudesse esquecer de tudo que a incomodava antes.
O calor aumentou onde seus corpos estavam pressionados um contra o outro.
Toda a reserva havia sido substituída por paixão e entrega, enquanto saboreavam profundamente um ao outro.
Quero ser preenchida com essa felicidade para sempre.
O cheiro doce de Elsa fez a cabeça de Yvonne girar. Os chifres e a cauda da súcubo apareceram novamente sem que ela percebesse.
Em meio ao turbilhão de sua cabeça, Yvonne finalmente percebeu que havia caído na armadilha de Elsa.
Suas bocas se aproximavam e se afastavam, mas nunca realmente se separavam.
Era como se estivessem grudadas, impossíveis de separar.
Ela só havia permitido um beijo… Tinha sido um erro restringi-lo com base na quantidade!
Se um beijo contínuo contasse como apenas um beijo, então isso poderia não terminar até que elas estivessem sem fôlego e exaustas demais para continuar!
Isso seria ruim!
“E-Elsa! P-pare! Só… espere um minuto!” Yvonne segurou Elsa pelos ombros, usando seu último resquício de razão para se controlar e separá-las. “Eu… Eu retiro o que acabei de dizer…”
A nobre garota loira, que estava imperiosamente fazendo exigências, agora estava vermelha de vergonha.
Ela teve que admitir a derrota.
“Você pode me beijar sempre que quiser… Então, não me provoque mais!”
“Falar assim é tão cruel, Evie. O que você quer dizer com ‘me provocar’?”
Lambendo seus lábios brilhantes, Elsa enterrou o rosto no peito de Yvonne.
O fato de estar envolvida no calor da pessoa que amava a fazia sentir-se feliz e satisfeita.
“Eu simplesmente não senti que era o suficiente, então eu queria mais.”
A felicidade que ela tinha agora era tudo o que ela tinha sonhado antes.
Agora que seu sonho se tornou realidade, Elsa sentia que mesmo ficando juntas 24 horas por dia, todos os dias, não seria o bastante.
Além disso… Evie estava definitivamente subestimando o quanto ela gostava dela.
Seus sentimentos não mudariam mesmo depois de 10, 20, 50 ou 100 anos.
“Sinto muito, Elsa…” Yvonne sentia que não estava sendo corajosa o suficiente. Ela estava com medo de não ser capaz de dar a Elsa o que ela queria. “Eu… sempre trago má sorte para os outros. Coisas ruins sempre acontecem com as pessoas que são importantes para mim… Se você estiver comigo, pode estar em perigo também…”
Havia um limite para a duração dessa felicidade. Era apenas um resultado temporário da poção da mulher sábia.
Assim como a carruagem de abóbora e o vestido requintado da Cinderela, por mais maravilhosos e belos que parecessem, eram apenas ilusões mágicas. Desapareceriam quando o relógio marcasse a hora.
Depois que o tempo da poção acabasse, o relacionamento delas poderia se desfazer com a interferência do sistema.
O pensamento aterrorizou Yvonne.
“Você vive pedindo desculpas para mim ultimamente…”
Elsa segurou o rosto de Yvonne, enxugando as lágrimas que rolavam pelas bochechas dela.
‘Seria melhor nunca ter tido tal felicidade do que tê-la apenas para perdê-la depois.’ Evie sempre considerava as coisas, inconscientemente, com uma atitude pessimista. Ela abriria mão de sua própria felicidade pelo bem de Elsa.
Mas Elsa não queria isso. Ela queria que Yvonne fosse feliz também.
“Então, você quer que eu desista de querer ficar com você?”
“Bem, claro que não…”
“Então qual é o problema? Você não precisa se desculpar por nada… porque eu me sinto tão sortuda. Cada momento que passamos juntas agora é uma lembrança que eu vou valorizar durante toda a minha vida.”
“Então você poderia pular esse constrangimento de suas lembranças…?”
Yvonne enxugou os olhos com as costas da mão, não querendo que Elsa visse o quão patética ela parecia.
“Absolutamente não! Já guardei na memória cada detalhe do seu adorável choro.”
“Você é terrível!”
Com a brincadeira divertida, o casal voltou ao que costumavam ser.
Elas arrancaram ervas daninhas do viveiro no pátio dos fundos, alimentaram o gado, ferveram água potável e depois brincaram um pouco com as crianças.
Yvonne sentia que até mesmo pequenas tarefas sem sentido se tornavam divertidas quando Elsa estava por perto. Quando estava com ela, sempre sentia uma felicidade serena e pacífica.
Era noite quando elas terminaram de cuidar dessas tarefas.
Elas se sentaram no telhado enquanto o sol lentamente desaparecia abaixo do horizonte. Aconchegadas juntas no brilho do crepúsculo, Elsa encostou-se no ombro de Yvonne, olhando para o horizonte.
“Evie, você acredita em destino?”
“… ‘Destino’?” Yvonne repetiu em um tom questionador.
“Eu acredito, porque você é minha Alma Gêmea Destinada, Evie”, disse Elsa sinceramente. O vento soprava em direção a Elsa enquanto ela sorria para Yvonne, com os cantos de seus olhos se enrugando.
Alma Gêmea Destinada.
Elsa havia dito esse termo muitas vezes, mas Yvonne nunca havia entendido o que ele implicava até agora.
“Sabia, Evie? O destino não é um caminho traçado em uma pedra.
É sobre nada poder nos impedir de ficar juntas. Isso é o que significa ser Predeterminado pelo Destino.”
▲
Embora Elsa a tivesse convidado gentilmente, Yvonne ainda recusou o pedido dela para tomar banho juntas.
Ela estava muito envergonhada. Se ela se despisse com Elsa naquela atmosfera carregada, ela poderia simplesmente desmaiar no banheiro devido ao excesso de estímulos.
Nesse ponto, ela não apenas desejaria estar morta – ela praticamente estaria enterrada a seis palmos de profundidade!
“Então, pelo menos, você não se importa de dormir na mesma cama, certo?”
Corando, Yvonne assentiu concordando com o pedido menos ousado.
Mesmo que Elsa não tivesse perguntado, Yvonne já considerava isso a norma agora.
Elsa se agarrou a ela, animada por ter recebido permissão.
“Seu espírito animal deve ser um polvo…” Yvonne reclamou, imobilizada na cama.
“Mesmo que isso fosse verdade, eu seria apenas um ‘tetrápode’¹, certo? Já que eu só tenho dois braços e duas pernas.”
Elsa enterrou o rosto no pescoço de Yvonne, acariciando-a gentilmente, como se ela fosse um animalzinho e elas fossem crianças brincando.
“Isso faz cócegas…”
“Hehe!” Elsa deu um sorrisinho e depois enterrou sua cabeça ainda mais. Ela murmurou em voz alta o que Yvonne também estava pensando naquele momento: “Eu só… me sinto tão feliz.”
Yvonne também.
Ela desejou que o tempo pudesse parar naquele momento.
A respiração ao seu lado foi se acalmando aos poucos.
Apesar de estar tão fisicamente próxima de Elsa, o corpo de Yvonne não mostrava nenhum sinal de demonificação.
Estava claro como cristal que os efeitos da poção haviam terminado.
O relógio da meia-noite bateu.
Partículas vermelhas familiares começaram a se reunir diante de seus olhos, piscando, montando, remodelando e exibindo caracteres modernos que somente Yvonne conseguia ler.
Ding.
Ouviu-se o som familiar de notificação.
[O sistema está sendo reparado no momento.]
[Iniciando a contagem regressiva para voltar a ficar on-line.]
[Tempo restante: 23:59:59]
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- Trocadilho em inglês referindo-se ao fato de que o polvo (octopus) possui oito tentáculos, enquanto ela teria apenas 4 membros. O termo “tetrápode” refere-se, na verdade, a uma classe de animais vertebrados terrestres e foi utilizado apenas como meio de adaptação.