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Tradução: lirou | Revisão: Pandine
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Capítulo 47: Outra rota (II)
“O que é isso agora? A irmãzona Yvonne quer dar flores para a irmãzona Elsa?
Yvonne estava conversando com Faye quando Annie de repente entrou na conversa, trazendo consigo algumas outras crianças intrometidas.
“Não seria muito claro se houvesse apenas um tipo de flor?”
“Deve haver outros tipos também, já que é um buquê de festival!”
“E decorações! Algo como uma fita!”
As crianças conversaram trocando ideias antes de decidirem colher algumas flores silvestres nas montanhas para fazer um buquê super lindo.
“Nós estamos nisso!”
“O buquê da irmãzona Elsa tem que ser o mais bonito do festival!”
“Ei, espere! O quê?!”
Sem esperar que Yvonne concordasse, as crianças se dispersaram como um bando de passarinhos.
“Evie, sobre o que você estava falando com eles agora há pouco?” Elsa parecia confusa ao ver as crianças se espalhando em todas as direções.
“Bem, você descobrirá em breve.”
Yvonne deu um sorriso envergonhado. Acho que ela simplesmente teria que aceitar a ajuda deles.
Dessa vez, ela deveria ser quem dá um passo à frente.
“Tudo bem, não fique de mau humor. Você não disse que iria me mostrar o festival? Não conheço esta área, então vou me perder se tentar passear por aí.” Yvonne se moveu para segurar a mão de Elsa, ignorando as batidas furiosas de seu coração. “Eu nem saberia o que fazer sem você, Elsa.”
Elsa ficou vermelha.
Ela olhou para as mãos delas e silenciosamente entrelaçou os dedos.
“Então você promete que a partir de agora ficará comigo até à noite…?”
“Claro. Isso é o que eu prometi a você.”
▲
Música melodiosa de gaita de foles, um bardo tocador de harpa, um fantoche mecanizado dançante e artistas de rua realizando acrobacias – havia uma variedade deslumbrante de coisas para ver.
A cidade era pequena, mas hoje parecia enorme, como se o mundo inteiro pudesse ser encontrado aqui.
Seus pés começaram a ficar doloridos em algum momento por causa de toda a perambulação pelos movimentados vendedores ambulantes, mas ela não queria parar nem um pouco.
Yvonne não conseguia se lembrar da última vez em que esteve de tão bom humor. Ela parecia ter guardado muito mais lembranças felizes desde que conheceu Elsa.
Ela sempre sentia uma espécie de pura felicidade quando estavam juntas.
Caminhando entre as intermináveis fileiras de barracas do festival, elas nunca soltavam as mãos, ostensivamente para evitar se separarem.
“Elsa. Elsa, vá devagar.”
“O carrinho de flores da deusa está aqui. Não conseguiremos bons lugares se não formos lá agora! Agh, há tantas pessoas. Não consigo ver nada…”
Elsa ficou na ponta dos pés, tentando dar uma olhada na procissão. Com a multidão, ela perdeu o equilíbrio e caiu para trás.
“Cuidado.”
Antes que ela pudesse emitir algum som, a pessoa atrás dela já a havia segurado e mantido firme.
Foi como se ela tivesse caído em uma nuvem suave. Capaz de sentir de perto o toque de seus corpos, Elsa ficou vermelha, sem saber que Yvonne estava ainda mais vermelha.
E-Elas estavam se tocando…
Ela recebeu o antídoto da mulher sábia ontem, mas os efeitos da poção mágica claramente persistiram.
Ela podia tolerar apenas ficar de mãos dadas, mas um alarme disparou em seu corpo com a repentina explosão de contato em uma ampla área.
Parecia que… algo estava prestes a acontecer-
!!!
Uma cauda de súcubo que apareceu por trás em algum momento se enrolou furtivamente na cintura de Elsa. Yvonne rapidamente pegou a coisa inquieta e enfiou-a de volta nas roupas.
“O que há de errado, Evie? É o remédio de antes… Aah!”
Yvonne abraçou Elsa com força sem pensar. Ela também não sabia por que fez isso. Quando ela se tornou uma súcubo, seu corpo simplesmente não parecia ouvi-la e agia apenas por instinto.
A única coisa de que Yvonne tinha certeza era que agora, neste momento, ela queria abraçar Elsa daquele jeito.
“Desculpe… Podemos ficar assim um pouco? Acho que eventualmente vou me acalmar se te abraçar…”
“…”
Envolvida no abraço, Elsa deu um pequeno aceno de cabeça.
Ela desejou que o tempo pudesse parar neste momento.
▲
“Faaaye, Faaaye. Olha, estas são as flores que colhemos. Elas não são lindas?!”
O sol estava quase se pondo quando Annie voltou ao convento segurando uma variedade de flores silvestres de cores vibrantes. Ela viu Faye concentrada intensamente com a mão colocada contra o tronco do louro da lua e curiosamente se aproximou.
“Faye, você não disse que havia flores lindas e brilhantes aqui? Onde estão elas?”
“Bem aqui.” Faye apontou para uma muda de quatro folhas na frente deles.
“Mas… isso não é uma erva daninha? E não há flores.” Annie inclinou a cabeça em confusão. A planta com caule não parecia ser outra coisa senão uma grama comum.
“Esta é uma muda de flor do luar. Ela só floresce no reino demoníaco. Em terras humanas, sem magia para alimentá-la, ela só consegue absorver a luz da lua e cresce muito mais devagar. Não pense nisso como “apenas” quatro folhas. Cada nova folha levaria cerca de dez anos para crescer.”
“Uau! Sério? Então isso significa que esta muda tem a mesma idade do convento?” Annie disse surpresa. Ela tinha ouvido os adultos da cidade dizerem que o convento foi fundado há cerca de quarenta anos. Nunca lhe ocorreu que algo assim pudesse ter crescido silenciosamente debaixo da velha árvore desde então.
“Sim, alguém provavelmente trouxe para cá…”
Muitas coisas não faziam sentido para Faye. As flores do luar eram exclusivas do reino demoníaco e não brotariam no mundo humano.
A menos que… alguém a tenha trazido do reino demoníaco para cá.
A atitude de Yvonne também chamou a atenção de Faye. Como ela sabia que havia flores do luar aqui? Elas não pareciam muito diferentes das ervas daninhas à beira da estrada antes de florescerem. Somente os demônios poderiam reconhecer essas plantas especiais.
Faye realmente não gostava de ter que pensar e sua cabeça doía de tanto pensar, mas os mistérios só aumentavam.
Claro, Dahlia, a freira de origem desconhecida, ainda era o maior mistério. Ela e a presença de flores ao luar aqui estavam definitivamente relacionadas.
“Então… como você vai fazer florescer?”
“Espere e verá.”
Faye reuniu magia na palma da mão e lentamente infundiu-a no solo, deixando a muda absorver a magia de suas raízes.
Annie engasgou quando a muda cresceu rapidamente, formando brotos e folhas.
Logo, o botão no topo começou a se preencher e a tomar forma. O pistilo brilhante podia ser visto vagamente por dentro.
“Uau… As flores do luar são lindas! A irmãzona Elsa ficará muito feliz em receber isso!” Annie suspirou, olhando para as pétalas fechadas com certa inveja.
“Isso é comum no reino demoníaco. Há mudas ainda mais bonitas do que essa.” Dado o quanto Annie gosta delas, Faye teria colhido para ela se já não tivesse concordado em ajudar Yvonne. “Posso trazer um monte para você na próxima vez, já que você gosta delas.”
“Sério?!”
“É claro.”
O brilho da lua nova penetrou na escuridão do céu noturno e pousou na flor do luar. Como se tivesse acordado, suas pétalas se desenrolaram.
Faye sorriu o suficiente para mostrar seus caninos.
Independentemente de qualquer outra coisa, ela era a Senhora dos Demônios.
Ela iria embora daqui alguns dias. E quando esse dia chegasse, essas flores poderiam ser um belo presente de despedida.
▲
“Você está… Você está dando isso para mim?” Elsa parecia não acreditar no que via quando pegou o buquê.
Yvonne entregou de maneira um pouco desajeitada a Elsa o buquê, com duas flores do luar cercadas por aglomerados de gipsofila, amarrados com uma fita azul bebê.
Todas as garotas que passavam lançavam olhares de inveja para as duas.
“Sim, você não me deu flores antes também? Então pensei que deveria retribuir o favor.”
“Haha…” Elsa não pôde deixar de rir ao ver Yvonne tão nervosa que parou de falar e ao ver as crianças espiando de seu esconderijo próximo.
“Evie, você sabe o que significa dar flores para uma garota no dia do Festival da Devoção?”
Colocando o belo buquê em seus braços como se fosse inestimável, Elsa olhou para cima. “Ah, o que isso significa?” Yvonne perguntou, fingindo estar curiosa.
“Hehe, eu não vou te contar.” Elsa mostrou a língua maliciosamente. Embora ela estivesse um pouco desapontada, ela ainda foi até Yvonne. “Mas de qualquer forma, estou realmente feliz… Não pensei que você me daria flores hoje. Obrigada, Evie.”
“Sim, fico feliz que você tenha gostado delas.”
Yvonne olhou com olhos gentis para a garota que abraçava o buquê, querendo gravar a imagem em sua memória.
É claro que ela sabia o que significava dar flores neste dia.
Dar flores a uma garota na noite do Festival da Devoção significava que você queria ser a parceira dela e passar a vida inteira juntas.
▲
Um número significativo de pessoas já havia chegado ao anfiteatro especialmente construído.
Felizmente, ainda havia alguns assentos disponíveis diretamente no centro do palco.
Elsa refletiu que sentia como se estivesse sonhando.
O dia inteiro passou em grande felicidade. Agora, o único item que restava na programação era a apresentação de mágica.
O clima seria perfeito durante o clímax do show.
Elsa havia decidido.
Durante aquele momento lindo e brilhante, ela se confessaria para Yvonne.
E então elas iriam se b-bei…
Ela ficou vermelha como um tomate cereja e suas mãos começaram a suar.
“Elsa?”
“S-Sim?!” Elsa virou-se como um coelho assustado quando Yvonne de repente colocou a mão no seu ombro, como se temesse que Yvonne fosse capaz de ler a sua mente.
“Por que você está tão nervosa…? Já que me trouxe até aqui, você não vai me dizer o que está acontecendo?” Yvonne riu, apontando para o letreiro ao lado do anfiteatro que dizia ‘Espetáculo de Magia da Luz e das Sombras’. “…Na verdade, chama a atenção. Eu nunca vi uma trupe como essa antes.”
Yvonne tinha visto muitas apresentações quando ainda era filha de um Duque, mas por mais mundanas que fossem, esta era a primeira vez que ela veria um mago fazendo um show de luzes.
“Bem, esta trupe é famosa por aqui. Eles vêm se apresentar na cidade a cada dois anos. O líder é um ilusionista incrível. Transformados pela magia, a luz e a sombra se transformam em animais ilusórios, como bandos de pássaros circulando ou cavalos galopando que são quase indistinguíveis dos reais… Eles podem até se tornar estrelas cadentes ou ondas brilhantes… É realmente envolvente!”
“Parece que você já viu isso antes.”
“Sim. Dahlia me trouxe para ver no ano em que cheguei a Capella…” Segurando as flores, Elsa sorriu envergonhada. “Eu não parava de chorar quando cheguei aqui. Então Dahlia me trouxe especificamente para ver o espetáculo, para me confortar…”
Ela ainda se lembrava de estar sentada na plateia e agarrar uma estrela cadente, a luz passando por sua palma.
Elsa ganhou um novo desejo naquela época.
Algum dia, elas assistiriam o show de mágica juntas.
Ela descreveria as coisas que experimentou durante todos aqueles anos e diria o que realmente sentia.
E agora, esse desejo pode finalmente se tornar realidade.
“É ótimo que você possa assistir novamente depois de tantos anos.” Yvonne sorriu ao se levantar e tirar a sujeira das roupas. Ela apontou para uma barraca de suco ao lado, com uma fila longa e sinuosa. “A apresentação está prestes a começar, então vou pegar algo para beber.”
“Ah, tudo bem…”
Quando Yvonne desapareceu na multidão, Elsa de repente teve um mau pressentimento.
Ela não sabia dizer exatamente o que tinha de errado, mas apenas se arrependia de não ter impedido Yvonne de não ter ficado com ela.
“Não, isso não aconteceria… Evie não quebraria sua palavra”, Elsa murmurou baixinho, agarrando o buquê. “Eu só tenho que esperar por ela como antes.”