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Tradução: Note | Revisão: Bibi
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Capítulo Treze
A memória dos lábios da Vivian pressionados contra os meus corria repetidamente pela minha cabeça, e meus olhos estavam presos ao teto da cabana a noite toda. Os pensamentos criaram um calor impossível no meu peito, que se acendeu em chamas terríveis quanto mais sussurros de rejeições passavam pelas rachaduras.
A falta de sono me deixou trêmula, e a pura motivação da Vivian na manhã seguinte não ajudou. Ela nos acordou às seis da manhã para um rápido café da manhã e nos colocou para jogar, de todas as coisas, vôlei. Ela trocou nosso artesanato matinal por uma atividade física, por algum motivo. Ela bateu nas portas múltiplas vezes com a palma das mãos e ameaçou tirar nossas fechaduras se não nos levantássemos. Felizmente, a cabana era o alvo da raiva matinal dela.
O sol estava brilhante, e saí com o boné que estava levando para todos os cantos esses dias. Era a única coisa nesse acampamento que eu chegava a gostar, fora a Vivian. Não ficaria surpresa se ele se derretesse na minha pele.
Vivian forçou os garotos a carregarem uma cadeira de jardim para a quadra de voleibol. “Podem colocá-la aqui.” Vivian ordenou, abaixando os óculos de sol para cobrir os olhos e se esticar na cadeira. Fez um pouco de sentido do porquê ela estar tão brava naquela manhã, tendo que se levantar e lidar conosco quando, provavelmente, tudo o que ela queria era ter um dia de folga. Era o mesmo para mim, mas não era porque eu estava sem vontade de fazer algo — era aquele bendito beijo. Era segurar a mão dela. Era sobre tudo o que conversamos que fazia meus joelhos enfraquecerem e a cabeça girar.
Já que éramos apenas nove Castores, fizemos times de três. Mike e Manson estavam no meu time. Gwen, Abby e Bennie estavam colocados no time adversário para jogar com a gente primeiro. As três restantes, Lauren, Jessie e Kendra, ficariam de lado enquanto jogávamos na pequena quadra de areia ao lado do lago.
Enquanto Mike e Jessie colocavam a rede para o jogo, arrastei a Gwen para onde a Vivian estava deitada. Sentei na beirada da cadeira de jardim. A última vez que nós três estivemos juntas foi quando as coisas ficaram críticas com a Lauren sobre aquelas cartas. Desde então, houve uma mudança na dinâmica no grupo dos Castores para que a Lauren fosse quem ficasse de fora. Até mesmo agora, enquanto nós três estávamos perto das cabanas de vestiário, e o restante dos campistas esperava na plataforma de madeira, balançando os pés na água e esperando que a rede fosse armada, Lauren ficou sentada sozinha na areia.
“Vocês duas conversaram sobre…?” Perguntei, não mencionando o nome de Lauren por conta do quão próximas do resto dos campistas nós estávamos.
“Esse é o ponto, Em.” Gwen disse, batendo as mãos. “Não quero contar nada para o meu pai. Não foi tão ruim. Certo, talvez tenha sido, mas não é mais. Qual é o ponto em balançar o barco quando não precisamos?”
“Tem alguma coisa que não está me contando.”
“Estou trabalhando aqui de graça.” Vivian disse. “Assim como o Walter. Assim como o tio Manny. Nossa mãe é a cozinheira, nosso pai é o-”
“O ponto é,” — Gwen cortou a Vivian — “precisamos de cada campista que pudermos para manter esse lugar funcionando. A família da Lauren é influente, e se ela for expulsa, a família dela pode destruir a reputação do acampamento.”
“Vocês não são financiados por algum tipo de secretaria de educação?”
“É um acampamento privado, Emma. Reputação é tudo — a atração de campistas, atração de bons patrocinadores, e a empresa do pai dela é uma das maiores. Estou bem agora. Por que deveria arruinar o negócio do meu pai quando isso não é mais um problema?”
“Então é isso?” Perguntei. “Ela vai se safar de tudo?”
“Sim.” Gwen disse firmemente.
“Não.” Vivian tirou os óculos de sol do seu rosto e perfurou sua irmã com um olhar fulminante. “A Lauren não está mais tão presente durante o dia porque ela está, de fato, sendo punida.”
“Por favor, não me diga que ela está trabalhando na cozinha? Essa é a minha praia.”
“Limpeza e manutenção.”
“Queria poder tirar uma foto de vocês agora.” Gwen disse do nada. Foi tudo o que a Vivian precisava para me empurrar da cadeira usando os pés. Gwen me ajudou a levantar, e quando estava em pé, ela continuou segurando minhas mãos e as balançou enquanto dançava. “Vocês pareciam tão juntinhas sentando perto uma da outra daquele jeito! Fofas demais.”
Estranho.
Limpando minha garganta, eu disse: “É, até que ela me empurrou para fora da droga da cadeira. Vamos. Eles já armaram a rede? Eles já armaram a rede.”
“Certo, Emma, não é tão difícil quanto parece.” Mike colocou a bola nas minhas mãos, sorrindo de modo encorajador. “Comece jogando a bola para o outro lado da rede para ver como se sai, sabe?”
“Espero que você não seja competitivo.” Murmurei, relutantemente segurando a bola.
“Bem, a Gwen assassinou minhas bolas no jogo de queimada.”
“Que bom que ela não tem bolas para você mirar.” Disse, olhando para baixo.
“Cara.” Ele disse com suas bochechas ficando vermelhas.
“Farei o mínimo de esforço.” Brinquei.
“É tudo que peço.” Mason me deu um toque de mão.
“Vamos nessa.” Disse, girando a bola na minha mão.
Minha promessa foi por água abaixo quando descobri que precisava de um pouco mais de esforço do que pensei para jogar a bola por cima da rede. O jogo ficou louco quando, ao invés de tirar a bola de perto do meu rosto, como uma mosca, eu a cabeceei e ela voou para o outro lado da rede, nos dando um ponto. Os garotos me encararam como se estivessem prontos para ajoelhar e me declarar a deusa do voleibol. O outro time grunhiu em frustração, e então tinha a Vivian que, aparentemente, tendo decidido prestar atenção no jogo, gargalhou. Isso foi vôlei suficiente para uma vida toda. Ao invés de saborear a reação do meu time, pedi uma pausa. Gwen se moveu para frente para que nos encontrássemos na rede enquanto todos os outros bebiam de suas garrafinhas de água.
“Você não se mexeu em quinze minutos e agora está ganhando o jogo.” Ela disse, impressionada.
“O que posso dizer? Tenho talento.”
“Emma e eu vamos alternar com a Jessie e a Kendra.” Ela gritou para sua irmã antes de me arrastar para fora da quadra.
“Quê? Isso não é luta livre — você não pode ficar alternando o time!” Mike gritou atrás de nós.
“Olha só isso, minha amiga precisa de apoio emocional.” Expliquei.
Gwen me forçou a subir na pedra com vista para o lago e a quadra e nos fez deitar em cima dela para que não conseguíssemos ver nada — o sol não nos permitia abrir os olhos.
“Quer saber um segredo, Emma?”
“É tanta pressão quanto estou pensando que seja?”
“Não esse.” Ela cantou. “Minha família é fundamentalmente formada de idiotas. Eles são charmosos, agradáveis e espécimes impressionantes, mas, no final das contas, idiotas. Com uma exceção. Vivian. Então é muito estranho ver como ela está tão esquisita hoje. Você é a personificação de esquisitice e preguiça. Hoje? Você cabeceou uma bola de vôlei, Emma. Movimento completo da cabeça. Eu ouso dizer, até gracioso.”
Eu me levantei. “Acho que vou fazer mais um pouco daquilo.”
“Emma.” Gwen choramingou.
“Cabecear!”
A maior parte das nossas atividades naquela semana foram coisas ao ar livre. Nada restrito a áreas fechadas. Algumas horas depois do jogo de vôlei, fomos levados de volta para a cabana de artesanato. Felizmente, a conselheira temporária, Marissa, tinha saído do acampamento, dando o número de telefone para os conselheiros caso precisassem de mais ajuda.
Mas passar tempo na cozinha com a Julie era a minha parte favorita do dia. Estava aprendendo coisas como habilidades com facas e a quantidade adequada de pimenta a se colocar em um chili vegetariano. Um truque incrível que ela me ensinou, enquanto estávamos fazendo carne para o jantar, era secar a carne para que ela selasse corretamente. Ela me colocou para enxugar a carne com um papel toalha, e o resultado final foi escuro, crocante e muito saboroso. Mesmo que meu pai fosse incrível, ele não era o melhor dos cozinheiros, e me dava muito espaço para testar as coisas em casa. Ele provavelmente pensaria que voltei para casa de um acampamento culinário. Talvez, eu encontraria um jeito de me meter em problemas novamente para ficar na cozinha se a Julie decidisse que não precisava mais da minha ajuda. Teria que passar pela aula de artesanato antes de voltar para a cozinha.
Mike, o chaveirinho de meia, estava na mesa ao lado do meu marcador, para inspiração para o exercício de hoje. Eu o tenho desde o dia da cachoeira. Ele era um símbolo, uma lembrança do dia, porque o que teria acontecido se ela não tivesse me mostrado que o tinha guardado? Ela o manteria para si? O jeito que ela o deu para mim… céus, significou tudo para mim. Ele representava o início da nossa honestidade uma para com a outra.
Havia um pôster enorme na mesa, e todos tinham suas próprias partes para conectar nas bordas. Vivian tinha mencionado brevemente um exercício de consentimento quanto estávamos fazendo arquearia, então aqui estávamos, criando nossos slogans e palavras para lembrar “certa pessoa” de seus significados.
“Emma, sinceramente, esconder sua cara não vai me impedir de falar sobre como vocês duas estão agindo estranho.” Gwen disse, recusando-se a deixar essa conversa para lá.
“Eu discordo.” Eu continuei a segurar meu pôster na frente do meu rosto.
“Você é tão criançona.” Gwen murmurou, colocando seus dedos nas beiradas do papel. “Eu compartilhei um segredo com você.” Ela vagarosamente abaixou a folha. “Minhas opiniões secretas, Emma. Não as compartilho com qualquer um.”
Coloquei o pôster na mesa e grunhi. “E você quer que eu faça o mesmo?”
Ela me entregou um tubo de glitter e bateu no meu ombro com o dela. “Não.”
“Então o que você quer? Eu e a Vivian não estamos agindo estranho, cara.”
“Não quero nada. Eu só… vocês duas são coisinhas rabugentas.”
“Coisinhas rabugentas.” Repeti, devagar.
“Sim, rabugentas, mas quando estão separadas uma da outra. Vocês ficam bem adoráveis juntas.”
Coloquei o tubo de glitter no bolso da frente da minha camiseta e fui até as prateleiras, que tinham de tudo relacionado a arte. O ponto era: tinha tanta coisa que não fazia ideia do que usar primeiro. Peguei um marcador preto normal e sentei novamente na minha cadeira. A essa altura, Gwen estava entretida demais com sua bagunça bombástica de glitter para continuar me incomodando. Desenhei um boneco de palito gigante com um balão de fala e considerei meu projeto finalizado. Tudo que tinha que fazer era surgir com palavras curtas, mas efetivas, para passar a mensagem de consentimento.
Descansei minha bochecha contra minha mão e assumi uma posição para que tivesse uma competição de encarar com a pequena coruja e seu único e grande olho. Apesar da Vivian ter ido a medidas extremas para me evitar antes, ela me beijou. No final, ela me beijou, e foi uma escolha dela.
“Estive pensando sobre o que você disse, sobre como deveríamos esquecer, mas eu não consigo.” Lauren sentou na cadeira ao meu lado e brincou com uma folha de papel. “Entendi. Você tem medo dos seus sentimentos. Eu também. Admito isso, então você talvez deveria ser corajosa também.”
Durante todo o seu discurso, eu não pisquei nenhuma vez. “Como é que é?”
“Leia isso.” Ela disse, empurrando uma folha na minha direção.
VOCÊ ME CONSENTE?
“Olha, eu te perdoei por ter roubado meu celular porque não quero nenhum drama. Isso não é covardia. E então descobri que você estava de alguma forma chantageando a Gwen com algo que me pertencia? Então não, sem celular para você.”
Houve um momento de silêncio. “Emma, eu acho que você está confusa.”
Eu cutuquei brutalmente a folha abaixo de mim. “Isso, Lauren, isso não é algo para se brincar.”
Pegando os dois posteres, andei para fora da cabana. Balançando a cabeça, eu me joguei no chão do deque do lado de fora do centro de artesanato. Aquelas três palavras riscadas em uma folha não faziam sentido.
Meu espírito chegou a sair do meu corpo quando ouvi um ruído vindo de trás de mim. Com uma virada rápida demais de pescoço, a compreensão de que era a Vivian não ajudou em nada com o choque que passou. Esfregando meu pescoço abaixo da linha de cabelo, grunhi. “Esqueci que estava aqui fora.”
Vivian ficou na cadeira de área, mas virou o corpo para que pudesse me ver. “Você foi um pouco bruta com a porta.”
“A Lauren está agindo… estranho. Ela rouba o meu celular. Eu dou uma saída para ela, para esquecermos de tudo.” Segurei o pôster para que Vivian pudesse ver, e ele foi rapidamente arrancado das minhas mãos. “Só que ela não esquece disso. Agora ela quer meu consentimento para usá-lo? Ela não faz sentido para mim. Sei o que posso escrever nessa coisa agora.” Disse, rabiscando as palavras no meu papel.
Vivian sentou na cadeira com as pernas cruzadas e olhou sobre o meu ombro, para o papel. “Apenas sim significa sim.”
“É. Bem direto, e todo o restante é não. Até mesmo o silêncio. Incerteza. Absolutamente não.”
“Emma, acho que você e a Lauren não estão falando da mesma coisa.”
“Tenho bastante certeza de que conheço as tendências de valentona dela, Vivian, comigo sendo o alvo e tudo mais.”
“Gwen mencionou mesmo a parte exaustiva de lidar com o quão lerda você é.” Ela murmurou, estendendo-se para colocar o pôster da Lauren na frente do meu rosto. Desse jeito, estava presa entre os braços dela conforme sua cabeça apoiava no meu ombro. “Ela tem um crush em você. Essa mensagem deveria supostamente ser um jeito cômico de te chamar para sair, eu acho, o que é bem patético. A caligrafia dela é deplorável.”
Meu queixo foi ao chão com a explicação dela. Minha mão se estendeu e calmamente removeu o pôster da mão dela, somente para amassá-lo em uma bola e jogá-lo no lixo na minha frente.
“Está me falando que ela gosta de mim? Isso é impossível. Eu saberia.”
Vivian riu. “Não, você realmente não saberia.”
“Por quê? Você tinha um crush em mim há tanto tempo assim?”
Ela recuou em pânico. Fofa. “Acho que seu boneco de palito precisa de outra perna.” Ela disse, dispensando-me.
“Não, ele é desse jeito.” Discordei, levantando. Eu equilibrei a coruja em cima do ombro dela e me virei para entrar, dizendo por cima do ombro. “O Mike sente sua falta.”
Assim que entrei na cabana, três cabeças olharam na minha direção, e cada uma tinha espaço extra para eu me sentar ao lado. O tempo desacelerou o suficiente para que considerasse minhas opções. Uma era a Gwen, que estava realmente muito absorvida na onda de conte-tudo-sobre-você-e-a-Vivian, e era meio esquisito tentar falar sobre isso. Primeiro de tudo, Vivian era a irmã dela, então isso seria estranho, e segundo, bem, eu nunca tive toda essa coisa de conversa-sobre-pessoas-de-quem-eu-gostava. Essa era uma experiência totalmente nova para mim — gostar de alguém e a pessoa realmente gostar de você também era meio aterrorizante. Mesmo que eu tivesse tido crushes antes da Vivian, não era como se eu tivesse tido com quem falar sobre isso.
A segunda pessoa que prestou atenção foi a Lauren, na qual minha crush disse que tem um crush em mim. Fazia sentido. Todo o evento do acampamento isolado foi a maior dica, porque ela não me odiou apesar de todos os rancores que tínhamos uma contra a outra. Como eu deveria saber que a garota que me deixou sozinha naquela árvore e nunca pensou em se desculpar, a garota que espirrou suco de maçã em mim, a garota que tentou fazer com que parecesse que eu comecei a guerra de comida, tinha um crush em mim? Naquela noite na barraca, tentando segurar a minha mão, as conversas depois do acampamento isolado… essa era outra conversa que eu ainda não estava preparada para lidar, já que nunca tive alguém que gostasse de mim antes, especialmente alguém por quem não retribuo os sentimentos.
Então tinha a última cabeça virada na minha direção: Jessie. A traidora de todos os meus pensamentos mais profundos e obscuros. Ela era a pessoa perfeita para eu me sentar ao lado! A princípio, quando me sentei, não nos falamos direito. Só quando ela se virou na cadeira com um pedaço de papel na mão que fizemos contato visual novamente.
Pegando o papel oferecido, perguntei. “O que é isso?”
“Algo que você merece.” Ela disse baixinho.
Ele simplesmente dizia: Eu sinto muito.
“Você estava falando a verdade. Você não tinha mais as cartas.” Eu disse.
“Mas você estava certa. Eu as dei para a Lauren.” Ela sussurrou baixo demais, de modo que ninguém além de mim conseguisse ouvir. “Eu sinto muito.”
“Posso perguntar o porquê? Nunca fiz nada para você, Jessie.”
“Você veio para o acampamento. O lugar do qual você mais tinha medo e, de algum jeito, mesmo assim, conseguiu uma nova melhor amiga em um instante. Pensei que seria legal passar tempo com você nesse verão. Colocar o papo em dia. É por isso que mantive aquelas cartas, sabia? Você as confiou a mim. Sei que isso parece muito egoísta, mas você não precisava mais fazer isso e…”
“Você estava com ciúmes.”
“Sim.”
“Não posso me desculpar por fazer novos amigos. É algo que eu literalmente pensei que era incapaz de fazer. Imagina só a minha surpresa quando a Gwen também queria ser minha amiga? Por que eu? Por que não outra pessoa? Existem muitas pessoas mais legais que eu.”
Jessie discordou. “Ela tem bom gosto.”
“Obrigada por se desculpar.”
“Obrigada por não me socar no rosto. Ou vomitar em mim daquela vez…”
“Estava bem incerto.” Brinquei.
“Não vamos mais ser próximas, vamos?” Ela perguntou de repente.
“Desculpa, não acho que eu seja capaz de confiar em você, e sem confiança… amizades não funcionam. Ou é o que a Gwen me disse.”
“Entendi. Fico feliz de termos conversado sobre isso.”
“Idem.”
Voltamos a desenhar pelo resto da aula de artesanato. Pensando sobre isso, eu tomei a decisão certa. Não tinha como voltar para aquela amizade mesmo depois de conversarmos sobre algo tão difícil quanto nossos sentimentos. Mas não tinha o porquê de me agarrar a ressentimentos e raiva. O ambiente do acampamento já drenava uma quantidade absurda de energia do meu corpo – não precisava de estresses a mais em decretar vingança à minha ex melhor amiga.
Olhando por cima da folha, vi ambas Gwen e Lauren me espiando. Agora, aquelas conversas podiam esperar até outro dia.