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Tradução: Shiro | Revisão: Taka
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Capítulo 20 – Eu disse isso
Essa é a primeira vez que M.L Sippakorn passa uma noite em claro.
Já fiquei sem dormir antes, mas foi devido a ressentimentos com minha avó. Eu ficava pensando sobre o que eu faria depois de me graduar, o que colocaria minha vó em tremendo sofrimento. Mas isso foi 5-6 anos atrás. Essa é a primeira vez que eu me levanto da cama com olheiras.
São 04:00 horas, e eu ainda não dormi nem um pouco. Às 06:00 horas, meus olhos ainda estão abertos. Então no fim, fui visitar minha irmã Sam no trabalho dela pela primeira vez. Sentei na sala dela, irritada. Ah… Também trouxe algo para dar para minha irmã, cozinhei enquanto minha mente estava a mil.
“Você nunca esteve no meu escritório. E me trouxe comida. Estou com medo…”
“Com medo de que?” Olho de soslaio para minha irmã, confusa, enquanto ela esfregava os braços.
“Eu vou morrer?”
Minha irmã está me provocando? Mas ela parece tão séria. Por isso estou confusa. Então em vez de rir da piada estou ainda mais irritada.
A verdade mesmo é que estou irritada desde ontem.
“Isso não é engraçado.”
“Agora estou mesmo pensando que isso é assustador. Você está com a testa franzida. Quando você está mal, você tenta esconder isso sorrindo. Mas você está com a testa franzida como se não conseguisse controlar seus músculos faciais.”
Tuo Lek sabe meu jeito muito bem. Então ela analisa meu humor como uma profissional. Olho dentro dos olhos lindos da Sam e faço a pergunta mais ridícula que já fiz.
Eu acho…
“Qual é a diferença de idade entre você e a Mon?”
“Esse é o motivo que você veio me ver com essa cara assim?”
“Responda minha pergunta.”
Tuo Lek me olha gentilmente quando ela vê que não vou entrar na brincadeira. Claro que não vou. Não é a hora de me divertir.
“8.”
“Você não tem medo que as pessoas te olhem de um jeito estranho?”
“Pareço mais jovem do que minha idade.”
Semicerrei meus olhos enquanto ela fala isso toda confiante e não posso fazer nada além de rir. Tuo Lek olha para mim, surpresa que estou rindo sem motivo.
“Você está rindo? Eu nem te falei outra piada.”
“Você é naturalmente fofa.”
“Por que você me perguntou isso do nada? Você nunca se importou com isso antes.”
“Bem…” Me mexi desconfortável. Às vezes invejo Sam por ter as amigas bocudas. (É assim que nossa avó chama as amigas dela). Elas podem falar sobre tudo. Enquanto eu só tenho uma melhor amiga que se confessou para mim e eu a aconselhei a tomar remédio para se livrar do bebê antes que a atrevida dá A-Nueng nascesse.
Isso deve ser algum karma da minha vida passada.
“Bem o quê? Você ficou quieta por muito tempo.”
“Tem uma criança grudenta comigo.”
“Ah… quão nova essa criança é?”
“Muito nova.”
“25?”
“Não.”
“22?”
“Não.”
“20.”
“Não.”
“Quão nova é?”
“18.”
“Você deve tomar cuidado. Crianças hoje em dia não podem ser confiáveis. Ele deve estar tentando te manipular para se apaixonar por ele e mais tarde ele vai te abandonar. Ou talvez ele sabe que você é uma M.L rica, então ele quer seu dinheiro. Homens são assustadores. Exceto nosso pai.”
“Não é um homem.”
“Hein?!”
O queixo de Sam cai. É adorável que tenho que fechar para ela antes de bater no ombro dela levemente.
“Ela é a filha da minha amiga. Não é nada. Só está me irritando… Então você e a Mon, oito anos, hein?”
“Mas vocês… Uau” Chocada, Sam levanta os dedos para contar. “São 16 anos. Você não precisa apelar tanto. Minha namorada é 8 anos mais nova que eu, você quer competir?”
“Não estou dizendo que vou deixá-la ser minha namorada. Estava só perguntando. Vou embora. Falar com você é inútil.”
“Nueng.” Sam segura minha mão, me para e olha nos meus olhos. “Essa criança deve estar te incomodando muito. Nunca te vi assim antes. Você não está parecendo você. Você pode esconder os sentimentos da nossa avó, mas você não consegue quando é essa garota. Você parece muito ansiosa.”
“Está tão óbvio assim?”
Minha irmã me puxa para sentar ao lado dela e balança a cabeça concordando em resposta.
“Sim. O que aconteceu? Deve ter algo a mais. Pode me contar. Você sabe que não tem nenhum amigo. Tenho pena de você…”
Eu posso bater na minha própria irmã? Mas porque Sam é muito ingênua, ela fala o que pensa sem nenhum filtro. Então só posso rir.
Certo. Eu realmente sou de dar pena.
“Bem… Tem algo. Estou aqui para relaxar.”
Eventualmente conto para Sam sobre A-Nueng, começando pela primeira vez que nos encontramos até o último evento. Sam ouviu quieta. Ela não disse nada. Ela só mordeu os lábios como se estivesse pensando bastante.
“O que você disse é realmente muito ríspido. Eu já fiz isso com a Mon, então sei o que você está sentindo. Você está ansiosa por que tem medo que A-Nueng se sinta mal com isso?”
“Não.”
“Mesmo?”
“…”
“Okay. Não.”
“Okay. Sim, eu tenho.” Suspiro me deitando no sofá, sem forças. Não tenho energia para fazer nada hoje. “A garota vai mesmo ficar triste?”
“Claro. Você disse que despreza ela. Existem muitos jeitos de dizer ‘não’ ou poderia ter explicado que isso é inapropriado. Machucar ela com essas palavras é pior que um tapa na cara.”
“Você é nojenta.”
“…”
Slap
Seguro as bochechas da Sam entre as mãos com tanta força que fez um barulho de tapa. Tuo Lek me olha, paralisada. Inclino a cabeça curiosa.
“Isso dói mais do que um tapa na cara?”
“Às vezes você é realmente idiota.”
“…”
“Você sente mais dor quando eu te chamo de idiota, considerando que você tem o maior ego do mundo, do que se levasse um tapa na cara?”
Os músculos do meu rosto se contraem conforme vou me frustrando. Nossos testes acabaram aqui. E isso me fez perceber que…
“Isso realmente dói mais do que um tapa na cara. Obrigada, Tuo Lek.”
Sorrio para minha irmã e me preparo para ir embora. Olho para a comida que eu trouxe e levo de volta comigo.
“Oi? Você não tinha me dado?”
“Sim. Mas depois te trago mais. Vou usar isso para tentar reconciliar com uma pessoa primeiro.”
“Uau, você é meio que fofa.”
Essa é a primeira vez na vida que realmente me sinto culpada. Sam estava certa. Se A-Nueng estava errada eu deveria ter explicado para ela. Usar palavras ásperas não cai bem. Só vai machucar a outra pessoa. Como ela deve estar? Ela deve estar muito magoada.
Ah… Ela provavelmente não vai se atrever a vir me ver depois do que eu disse. Então tenho que ir até ela.
De tarde, vou esperar A-Nueng na escola dela. Tudo ocorre normalmente. O ambiente barulhento e o cheiro, que me deixam tonta. Mas algo está diferente hoje… Já são 16:00 horas, mas A-Nueng não saiu ainda.
Ou ela sabe que eu estaria aqui para tentar reconciliar com ela?
Mas como ela pode saber isso? Nunca tentei reconciliar com ninguém na minha vida.
Depois de pensar sobre isso, percebo que A-Nueng não vai aparecer, então preciso usar minha última estratégia. Ligo para A-Nueng do meu telefone. Raramente ligo para ela. Normalmente, só mando mensagens de voz, mas é diferente agora. Se eu mandar uma mensagem e ela ver e não responder, eu vou ficar ainda mais sem saber o que fazer.
Okay… sempre tem a primeira vez para tudo.
Ring…
O toque faz meu coração acelerar. A-Nueng atende à ligação, parece estar normal. Não há nenhuma gota de estresse na voz dela.
Mas também não tem nenhum pingo de ânimo…
[Sim, Ar-Nueng?]
“…”
[Ah, está quieta… Ela provavelmente ligou sem querer.]
“Não. Não. Estou aqui.”
Consigo adivinhar que A-Nueng está prestes a desligar, então rapidamente falo. O outro lado da linha fica quieto, mas sei que ela não desligou.
“Nueng.”
[Ar-Nueng ligou, mãe… Não é trote.]
A-Nueng parece estar falando com alguém. Ouvindo isso, sei que ela está com a Piengfah. E de repente, a voz no outro lado da linha muda para a voz da minha melhor amiga sem que eu tivesse pedido para falar com ela.
[Você liga como se soubesse o que está acontecendo Khun Nueng. Não interrompa meu tempo com minha filha.]
“Por que estão juntas?”
[Mãe e filha ficarem juntas é normal, não?]
“Mas vocês duas não são normais. Então não é normal.”
[Bem… Você pode dizer isso. Hoje minha filha não foi para a escola, então convidei ela para sair. A-Nueng veio comer comigo… Não nos interrompa agora. Estou fazendo um bom progresso.]
“Que progresso?”
[Em levar A-Nueng para morar comigo, claro. Ela disse que iria pouco tempo atrás, porque ela não acha que vai conseguir entrar na universidade que quer…]
“Passa o celular para A-Nueng.”
[Não.]
“Piengfah.”
Quando uso minha voz mais grave, minha amiga sabe que estou séria, então ela entrega o telefone para a dona. Eu disse antes que A-Nueng pudesse falar qualquer coisa porque sei que a pequena está desorientada por conta do que aconteceu ontem.
“Estou tentando me reconciliar com você.”
[…]
“Eu disse que estou tentando me reconciliar com você.”
[Ar-Nueng.]
“Eu estava errada ontem. Eu fiquei atordoada. Eu nunca beijei ninguém… Não, eu já beijei. Deixa pra lá. Vamos dizer que estou tentando me reconciliar com você. Me desculpa por ter sido rígida nas palavras. Eu sei que te machuquei. Eu não consegui dormir e vim para escola para fazer as pazes com você, mas você não está aqui. Eu trouxe comida e eu cozinhei. Provavelmente já perdeu. Bla bla 909ejf#EET@#638”
Nota: O texto realmente é dessa forma.
Falei um monte de coisas sem sentido, sem parar. Só disse tudo que veio à mente. Se eu conseguisse falar em código Morse eu iria.
Apesar de tudo que falei sem parar, A-Nueng continua calada. E isso me faz ficar ainda mais ansiosa.
“Você realmente está brava comigo?”
[*Soluça*]
Agora, sou eu quem fico em silêncio. Consigo ouvir Piengfah na linha. Ela está perguntando o que aconteceu com a filha dela. Mas tudo que consigo ouvir são soluços. Meu coração fica tão inquieto que tenho que segurar o peito. Não sei por que ela está chorando ou se fui perdoada.
“Não chore… querida.”
[Estou tão feliz… Ar-Nueng não me odeia.]
“Eu não te odeio.”
[*Soluça*… mas ontem, Ar-Nueng…]
“Eu te amo.”
Badum Badum…
Até mesmo eu estou chocada com o que deixei escapar. Imediatamente desligo porque estou com muita vergonha.
Eu disse isso… Eu disse a palavra ‘amo’
Como eu pude!