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Tradução: Riza| Revisão: Pandine
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Especial: Parte 1
“Ongsa.”
“Ah, você está aqui.”
“Esperou por muito tempo?”
“Não. Acabei de chegar. Alpha foi fazer compras. Deve voltar logo.”
Falando no diabo.
“Sun, esperou muito?”
“Oi, Alpha. Acabei de chegar.”
“Então vamos?”
“Sim.”
Sun está visitando a casa da Ongsa hoje após ser convidada. Ongsa pediu para a Sun encontrá-la no shopping após sair do cursinho para irem para casa juntas de táxi. Sun na verdade está nervosa sobre ir à casa de Ongsa pela primeira vez, pois parece um anúncio oficial. Ongsa disse que seu pai queria conhecê-la. Como isso partiu de um adulto, seria rude recusar. Além disso, Sun está determinada em fazer com que todos acreditem que ela está séria sobre este amor, e as pessoas que ela mais precisa convencer são… A família da Ongsa.
“Papai ainda não está em casa.” Alpha diz quando elas chegam e encontram o portão trancado.
“Minha casa está meio bagunçada.” Ongsa diz, guiando a Sun para dentro.
Sun observa o lugar. A casa da Ongsa não é tão grande quanto a dela, mas é espaçosa e organizada, não está bagunçada como a dona disse.
“Não está nada bagunçada.”
“Costuma ser mais bagunçada do que isso, Sun. O que você está vendo agora é resultado de alguém ter arrumado o lugar três dias antes.” Alpha diz para a Sun. A dita cuja faz uma careta para a Alpha.
“Sun, sente-se primeiro. Vou pegar água.” Ongsa diz enquanto se dirige para a cozinha. Ela está animada pela primeira visita da sua namorada. Poucas pessoas frequentaram a casa de Ongsa. A maioria deles são parentes ou amigos da Alpha. A gangue da Ongsa costuma fazer suas tarefas na casa do Tinh ou da Charoen. Como uma vez quase descobriram que o Tinh é gay, ele prometeu evitar a mãe da Ongsa o máximo possível. Subsequentemente, Ongsa se sente estranha por ter sua própria convidada em casa. Quando Alpha convidava seus amigos, Ongsa a via preparando lanches e bebidas para eles. Ongsa assumiu que é uma tradição para receber os convidados.
Enquanto procura pelos biscoitos que sua mãe costuma guardar no armário, Ongsa, desajeitada como sempre, não presta atenção onde pisa e chuta a quina do pé da mesa. Ela grita em um tom alto.
“Aiiii!!!”
É um grande mistério não resolvido do mundo.
Por que os pés das mesas, armários e paredes…
… atacam nossos dedos com força?
Ongsa manca para a sala de estar com uma bandeja de lanches e bebidas para Sun. Sun e Alpha observam confusas, então Sun pergunta.
“Por que está andando assim?”
“Chutei a mesa :´)” Ongsa diz, segurando o pé para mostrar seu mindinho machucado.
“Aff!! Por que você é tão desajeitada? Coloque um band-aid.” Alpha fica envergonhada por sua irmã desajeitada. De todos os dias, ela precisa ser uma idiota bem no dia que traz sua namorada para casa. Que ridícula.
“Não precisa. Sente-se. Deixa que eu cuido.” Sun diz. Ela abre sua bolsa e pega alguma coisa.
“Uau, você precisa carregar um kit de primeiros socorros o tempo todo por fazer parte da equipe?” Alpha aponta para a pequena bolsa na mão da Sun. A bolsa contém pomadas e alguns tipos de comprimidos.
“Não. Eu costumava carregar apenas band-aid. Após começar a sair com a Ongsa, tive que atualizar o kit. Não sei quando ela vai se machucar. Como consegue ser tão desajeitada todo dia? Agora é um hábito carregar isso comigo.”
Após ouvir isso, Alpha acha sua irmã ainda mais patética. Como consegue ser tão desajeitada a ponto da sua namorada precisar carregar para todo lado um kit de primeiros socorros?
“Esperaram muito, crianças?” Disse alguém que entrou na casa. Ongsa não estaria chocada se não fosse a pessoa que disse que estaria fora da cidade.
“Mãe!!”
Aor olha para cada um dos rostos chocados das garotas. As crianças provavelmente não sabiam que ela estava em casa porque pegou um táxi. Aor chegou faz um tempo e ouviu Alpha reclamar de como a Ongsa é desajeitada para outra garota.
“Trouxe visita hoje? Deu a ela algum lanche? São os biscoitos que estavam no armário? Não estão vencidos? Estavam guardados há muito tempo. Sério, essas crianças. Filhas, levantem. Vão lá comprar algo na padaria para a convidada.” Aor diz, olhando para suas duas filhas. Parece que uma delas não ouviu direito.
“A Alpha vai lá comprar.” Ongsa dispara.
“Hein…? Por que eu?”
“Vocês duas.” Aor diz.
“Não! Eu vou ficar.”
“Pode ir, Ongsa.” Sun diz. Sun é uma garota inteligente. Ela sabe que a mãe de Ongsa não precisa que suas filhas comprem sobremesas. Ela só quer ficar sozinha com ela. A própria Sun deseja convencer a família da Ongsa que está séria sobre este amor. Ela eventualmente está fadada a estar nesta situação, sem escolha, então ela não vai fugir.
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Ongsa sai de casa preocupada. A padaria fica a dois quarteirões de distância, mas desta vez parece tão longe.
“Alpha, ande mais rápido.”
“Tenho que correr?”
“Seria ótimo.”
“Não surte. A mamãe não fará nada com a Sun.”
“Como você sabe?”
“Hein? Sua idiota!! É nossa mãe. Você sabe que ela não é uma pessoa cruel. Além disso, ela não permitiu que você namorasse a Sun? Está preocupada com o quê?”
“Você não entenderia.”
Como a Ongsa pode não estar preocupada? Sua mãe aparece de repente, mesmo tendo dito que estaria fora da cidade. Ela até a expulsou para ficar sozinha com a Sun. Foi um tormento tentar voltar com a Sun. Se a mãe dela causar outro término, Ongsa ficará maluca.
***
A sala de estar da Ongsa não é grande, mas Sun se sente minúscula diante desta senhora, a dona da casa, a mãe da sua namorada.
Aor observa a garota à sua frente mais uma vez. Certo. É a mesma garota que levou o material para a Ongsa no hospital. Aor se perguntava se a garota familiar que levou as anotações para Ongsa também era a namorada da sua filha. Ela não descobriu a resposta pois a foto que Bee mostrou antes, foi deletada da página. Na verdade, a pessoa que queria conhecer a namorada da Ongsa e a fez vir até aqui não foi o Nop, mas a Aor. Se ela tivesse dito que queria conhecer a Sun, Ongsa não teria convidado a garota. Por isso, Aor pediu para seu marido convidá-la. Pode não ser um plano maduro, mas ao menos pôde conhecer…
… A garota chamada Sun…
“Você é a Sun, certo?” Aor diz, enquanto se senta no sofá oposto a garota.
“S… Sim.” Sun mal consegue falar, de tão nervosa.
“Nos conhecemos no hospital, não foi?”
“Sim.”
“Hm… Obrigada por ter levado os materiais.”
“De nada.” O clima na sala de estar se assemelha a uma floresta assombrada. Sombria e quieta. Elas ficam em silêncio por um longo período até que a mulher mais velha faz outra pergunta.
“Você teve um relacionamento com a Ongsa, certo?”
“…”
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Ongsa acha que seria incrível se ela pudesse viajar na velocidade da luz.
“Alpha, terminou?”
“Espera um segundo. Deixa-me ver essa aqui primeiro… Quase terminando.“
Ongsa está ficando doida. Mesmo estando com pressa, sua irmã tem a pachorra de parar para comprar uma revista na rua.
***
“Chegamos.” Ongsa grita e corre para a sala de estar, mas Sun não está lá.
“Sun…”
Ongsa procura pela Sun por toda a casa e encontra sua mãe na cozinha. Sun não está à vista.
“Não me deixou namorar com ela? Por que fez isso? Você faz ideia do quão difícil foi voltar com ela? Eu prometi que não a machucaria de novo. Por que fez isso?!!”
BAM!!
O golpe na cabeça assusta a Ongsa. Ela se vira para a irmã segurando a revista que acabou de usar para acertá-la.
“Qual é dessa algazarra? Não viu os sapatos da Sun lá fora? A bolsa dela ainda está no sofá.” Alpha diz, exausta. Sun então sai do banheiro ao lado da cozinha e ri da cara chocada de Ongsa. Ela ouviu tudo o que Ongsa disse. Aquelas palavras foram tocantes, mas não pôde deixar de rir da expressão hilária de Ongsa.
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“Você teve um relacionamento com a Ongsa, certo?”
“…” Sun ficou atordoada pela pergunta. Ela entende agora o porquê de Ongsa se sentir tão pressionada naquela época.
“Ah, desculpa. Quero dizer, vocês voltaram?”
Esta pergunta é um teste. Ainda assim, Sun não vai desistir do que prometeu. A garota reúne coragem e responde firmemente.
“Sim. Ongsa e eu estamos namorando.”
“Obrigada.”
“Perdão?”
“Obrigada por ter voltado com ela… e sinto muito por ter sido o motivo da briga entre vocês.”
“Senhora…”
“Ongsa não queria terminar com você. Eu a forcei. Foi minha culpa. Por favor, não fique brava com a Ongsa, querida. Se estiver brava, fique brava comigo. Eu causei tudo isso. Eu pedi para meu marido te convidar até aqui para me desculpar. Você deve ter sofrido bastante. Sinto muito mesmo, querida.”
“… Eu não fiquei brava com a Ongsa. Também não fiquei brava com você. Eu entendo a preocupação dos pais com seus filhos, mas espero que saiba que eu realmente amo a Ongsa. Por favor, deixe-nos ficar juntas. Mesmo sendo duas garotas, eu prometo que cuidaremos bem uma da outra. Por favor, não se preocupe.” Sun expressa seus sentimentos para a mãe de sua namorada. Ela não prometeu cuidar da Ongsa, mas que as duas cuidarão uma da outra. As duas farão dar certo. Sun espera que os adultos entendam e confiem que elas farão bem.
Aor olha nos olhos da garota em sua frente. Esta é a primeira vez que ela acredita seriamente que sua filha escolheu a pessoa certa. Desde os materiais, o kit de primeiros socorros, o jeito que essa garota diretamente pediu a ela permissão para namorar a Ongsa. Tudo indica que sua filha é preciosa para essa garota, e Aor tem certeza de que essa garota também é preciosa para sua filha.
“Cuidem bem uma da outra, querida.”
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Naquela noite, o pai da Ongsa dá uma carona a Sun para casa. A caçula parecia chateada por seus pais terem a enganado para trazer sua namorada em casa. Ongsa ficou emburrada durante o jantar todo, o que a Sun achou engraçado.
“Estacione ali, por favor.” Sun diz quando chegam ao destino.
“Ah… É aqui? Quando dizia que tinha trabalho, você estava era saindo com sua namorada. Que safada.”
“Não é isso. Trabalhamos juntas aqui.” Ongsa rapidamente corrige.
“Você veio aqui dar em cima dela várias vezes. Os pais dela sabem?”
“Eu disse que viemos aqui para trabalhar, pai!!” Ongsa reclama, sendo provocada. Sun sorri com a interação fofa entre pai e filha antes de pedir licença e se despedir.
***
“Já chegou, querida? Comeu?”
“Comi sim, mãe.”
“Se divertiu na festa de aniversário?”
“Sim.” Sun responde sem olhar nos olhos da mãe. Ela não pôde dar um motivo a sua mãe para poder ir visitar a casa da Ongsa. Seria inapropriado dizer que o pai da sua namorada queria conhecê-la, então ela mentiu que seria a festa de aniversário de uma amiga. Ela sabe que mentir foi errado, mas ela estava perdendo o juízo.
“Vou tomar um banho, mãe.”
“Certo. Pode ir. Durma cedo esta noite. Você tem aula amanhã.”
“Claro.”
Sun tomou banho, arrumou a mochila, terminou o dever de casa e disse boa noite para a Ongsa no LINE. Sun costuma ir dormir por volta de uma da madrugada após um domingo sem assuntos urgentes. Mas esta noite, as palavras do pai da Ongsa a mantiveram acordada. O pai da Ongsa só a provocou, e provavelmente Ongsa não pensou muito sobre. Porém, ela continua agitada pensando naquelas palavras.
Sun decide pegar um copo de leite quente para tentar dormir. Quando chega na cozinha, alguém já está lá.
“Ah, oi, ainda acordada?” O irmãozinho de Sun pergunta quando ela entra na cozinha.
“Sim. E por que você ainda não dormiu?” Sun pergunta de volta. Na verdade, não é difícil adivinhar. O irmão dela é viciado em jogos. Ele vai dormir tarde e leva bronca dos pais todos os dias.
“Estou com fome. Estou preparando um miojo. E você?”
“Nada. Só vim tomar água.” Sun responde sem pensar. Ela não quer incomodar o irmão dizendo que veio preparar leite quente porque não consegue dormir.
Sun pega um copo com água e se senta na mesa de jantar. Ela não bebe rapidamente e volta para o quarto como de costume, o que pega seu irmão de surpresa.
“Você tá bem?” O garoto tira o foco da panela com miojo e encara a irmã. São irmãos que cresceram juntos, apenas dois anos de diferença. Como ele não seria capaz de saber quando sua irmã está com problemas?
“Pun…” Sun chama o nome do irmão e para, hesitando se devia revelar isso ou não.
“Me diga.” Pun insiste.
“Eu voltei com a Ongsa.” Sun diz lentamente. Pun frequenta a mesma escola que ela. Ele sabe de tudo desde o início, e Sun nunca escondeu. Não adiantava esconder isso dele.
“Eu sei. Todos na escola provavelmente sabem.” Pun diz, tirando a panela do fogo. Ongsa e Sun andaram de mãos dadas na escola sexta-feira passada. Elas eram assunto por toda escola.
“Eu fui à casa da Ongsa hoje.”
“Uau… Você conheceu a família dela. Eles aceitam agora?” Pun pergunta, despejando o miojo em uma tigela.
“Sim.”
“E? Parece ótimo. Por que você parece estressada?”
“Eu não quero mais esconder isso do papai e da mamãe, Pun.”
“Claro. Então?”
“Você acha que eles aceitarão meu relacionamento com a Ongsa?”
“Sim. Eu já falei para eles.”
“Hein?!!”
Sun fica boquiaberta com seu irmão enquanto ele mastiga o macarrão instantâneo em sua boca.
“Isso é sério?”
“Sim. Por que eu mentiria?”
“Quando? Por quê?” Sun ainda está em choque com a notícia.
“Há muito tempo. Mamãe me perguntou, então eu contei.”
“Ei!! Não se brinca com essas coisas Pun.”
“Eu já disse. Não estou brincando.”
“O que ela disse?”
“Nada demais. Ela disse que a Ongsa é bem reservada.”
“E o papai? Você contou a ele?”
“Não. E não sei se a mamãe falou com ele. O papai e a mamãe vão aceitar. Não se preocupe.”
“Ufa…” Sun dá um suspiro. Mas as palavras do irmão não eliminam toda sua preocupação.
“Eu sei… Eu sei que papai e mamãe são gentis. Eles vão aceitar se eu falar da Ongsa. Embora, eles provavelmente desejam que eu namore garotos. Eu não quero desapontá-los.”
“Não. Eles nunca estiveram desapontados com você. Você é uma boa garota, estuda e trabalha bastante. Papai e mamãe têm orgulho de ter você como filha. Sou eu que não dou orgulho a eles.”
“O que devo fazer? Estou séria sobre a Ongsa, então quero que eles saibam. Eu não quero que eles fiquem sabendo depois por terceiros, embora eu não tenha coragem para contar a eles.”
“Confie em mim. Apenas seja direta.”
“Me dê um pouco de tempo. Ainda não estou pronta. Posso ser covarde às vezes, Pun, especialmente relacionada a coisas como essas. Tenho medo de machucá-los.”
“Ninguém vai se machucar, querida.”
“MÃE!!” Os irmãos gritam chocados quando sua mãe entra na cozinha.
A mãe deles acordou para ir ao banheiro no meio da noite e percebeu a luz da cozinha acesa. Ela desceu para verificar quem ainda estava acordado e ouviu a conversa de seus filhos. Ela ouviu por um tempo antes de intervir e dizer algo antes que sua única filha tivesse um derrame devido ao estresse.
“Pun, vá para o quarto. Vou conversar com sua irmã.”
“B-Beleza.” O garoto obedece a mãe e leva seu miojo para terminar no quarto. Antes de sair, ele teve coragem de sussurrar para sua irmã.
“Boa sorte, mana.”
Pun volta para seu quarto, deixando sua mãe e irmã sozinhas na cozinha. A única filha olha nervosa para a mãe. Sun não havia se preparado para lidar com essa situação. É cedo demais. Ela não está preparada.
“Eu sei de tudo.”
“Mãe… Eu…” O gato comeu a língua da Sun. Ela não faz ideia do que dizer agora.
“Eu te criei desde que nasceu. Por que eu não saberia? Quando você olha para aquela garota, não é do jeito que amigas se olham. Mesmo se o Pun não tivesse me dito, eu saberia do mesmo jeito.”
“Bem… você está triste?“
“Sobre o quê?”
“Que eu sou assim.”
“O que quer dizer? Você ainda é minha Sun, minha filha. Nada mais.”
“Mas eu não gosto de garotos. Está desapontada comigo?” O medo da Sun transparece, fazendo sua voz tremer incontrolavelmente. Ela consegue sentir seus olhos transbordando de lágrimas. Ela não faz ideia do porquê de repente sentiu vontade de chorar.
“Seria mentira se eu dissesse que não sinto nada. Tenho uma filha. Não esperava uma nora por parte dela, mas foi simplesmente uma surpresa. Não estou triste nem nada do tipo. Não pense demais sobre isso, querida.”
“E o papai? Você contou a ele? Ele ficará bravo comigo?”
“Eu não contei a ele, mas outra pessoa sim.”
“Outra pessoa? Quem, mãe?”
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“O que foi? Por que quer me ver tão cedo assim?” Ongsa está confusa sobre o motivo da Sun querer vê-la antes da reunião da manhã. Além disso, sua namorada parece não ter dormido por dois dias.
“O que você falou com meu pai?”
“Ah…” A pergunta repentina atordoa Ongsa.
“Ongsa, me responda!!” Sun parece impaciente.
“Eu não queria que tivéssemos outro problema pela desaprovação das nossas famílias. Eu queria namorar com você, mas não em segredo, então…”
“Você contou para meu pai.”
“Sim.”
“Por quê? Por que fez isso? Achou que meu pai cederia facilmente?”
“Não é isso. Não achei que seria fácil. Foi por isso que não te contei. Desculpa por ter feito isso pelas suas costas.”
Certo. Ongsa foi até a casa de Sun para contar para a família sobre o relacionamento delas, pedir desculpas por ter machucado a Sun, e pedir permissão para namorá-la. Ongsa fez tudo isso enquanto Sun estava no acampamento, o que explica a Sun não saber de nada até sua mãe lhe contar noite passada.
“E se meu pai não aprovasse? O que você faria?”
“Eu teria vergonha de me reconciliar com você. Teria sido muito vergonhoso pedir seu perdão sem fazer nada. Eu não queria te fazer andar por um caminho sem sentido.”
“Se meu pai não permitisse, você teria desaparecido da minha vida novamente.”
“Sim…” Foi o que Ongsa pensou. Ela arriscou seu amor quando decidiu ir à casa da Sun naquele dia. Ongsa teria desistido se a família de Sun não desse permissão. Felizmente, os pais de Sun viram a determinação e coragem de Ongsa em pedir permissão para namorar a filha deles, então permitiram.
“Você é a pior!” Sun bate no ombro de Ongsa repetidamente, fazendo Ongsa retroceder.
“Ai, ai. Sun, isso dói.” Enquanto Ongsa se afasta, ela nota lágrimas brotando nos olhos de Sun. Ela está fazendo sua namorada chorar de novo?
“Nunca mais faça algo assim…” Sun diz lentamente.
“Sinto muito.”
“Eu te falei para não tomar decisões sozinhas. Não chegue a uma conclusão sozinha. Eu teria perdido você se meu pai não permitisse? Considere como eu me sentiria.”
“Você ainda estava brava comigo naquela época. Eu pensei que talvez você não quisesse voltar comigo…” Ongsa confessa.
“Você sempre tira uma conclusão.” Sun finalmente começa a chorar. Ela não está triste nem com raiva. É um sentimento diferente, que Sun não consegue descrever. Talvez seja medo… medo de perder Ongsa.
“Sun…” Vendo sua namorada chorar, Ongsa não sabe o que fazer. Ela odeia quando Ongsa chora. Mesmo assim, quantas vezes ela foi o motivo das lágrimas da Sun?
Ongsa puxa Sun para um abraço, oferecendo um abraço reconfortante como desculpa. E para conter aquelas lágrimas.
“Eu sei, é meu ponto fraco tirar conclusões precipitadas. É um hábito, não sei como consertar, mas tentarei compensar você por tê-la magoado. Não posso prometer, mas darei o meu melhor.” Ongsa diz, acariciando a cabeça de Sun em seu ombro.
“…” A garota em seus braços não diz nada, apertando a blusa da Ongsa. O corpo trêmulo a deixa saber que Sun ainda está chorando.
“Por favor, pare de chorar. Não gosto de ver suas lágrimas, especialmente quando é por minha causa.”
“Você é má…” Sun resmunga com voz abafada, se recusando a olhar para cima.
“O que, Sun?” Ongsa não consegue decifrar a voz abafada da Sun. Quando a chorona escuta isso, ela olha para cima para responder com uma cara chorosa.
“Você é má. Ongsa é má!!” A garota chorona grita essas palavras dolorosas, apagando a imagem da linda garota da geração.
“Certo, certo. Sou má. Me desculpa.”
“Você continua se desculpando.”
“Ah… quer que eu proponha em vez disso?”
“Que diabos?” Sun acerta o ombro da Ongsa de novo por brincar com ela na hora errada.
“Vamos recomeçar, Sun. Diga minhas falhas e o que não gosta em mim. Eu tentarei melhorar. A partir de agora, irei me abrir mais com você e tirarei menos conclusões sozinha. Vai ser difícil, mas vou tentar.”
“Não sou perfeita, Ongsa. Tenho muitas falhas também. Eu sei que você tem sido paciente comigo, mas você também pode me dizer o que não gosta em mim. Pode ser capaz de aguentar agora, mas no futuro isso pode mudar. Não quero isso.”
As duas garotas se entreolham. Seus olhos parecem transmitir seus sentimentos melhor do que as palavras. Aqueles que já perderam um amor podem entender. É uma dor que nem uma delas quer experimentar novamente. Elas recuperaram o amor, então querem mantê-lo da melhor forma possível. As duas sabem o quão difícil é estar em um relacionamento com a aprovação da família e amar sem limitação de gênero. É por isso que querem fazer isso direito, para cuidar desse amor e serem melhores… para tranquilizar uma à outra.