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- A Carnificina da Princesa Sanguinária
- Capítulo 02 - Prólogo - O Último Encontro
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Tradução: Gabrielfsn | Revisão: littlemarcondes
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002 – O Último Encontro
“Me… matar? Por quê? Por que ele faria isso…?” Mary perguntou reflexivamente. Por que raios, por quem, por qual propósito—muitas perguntas brotam em sua mente de uma vez, mas a julgar pela impaciência de Frances, elas não têm muito tempo.
Com uma chave em mãos, ela abre a cela e pega na mão de Mary. “Eu explicarei depois. Agora, nós precisamos escapar daqui, então vamos rápido, Mary.”
“C-certo!” Mary correu pela masmorra com Frances puxando-a pela mão. Quando elas subiram as escadas para um andar superior, havia um homem deitado e sangrando no chão próximo dela.
“Hm, o guarda está…!”
“Fui eu. Não acho que ele esteja morto, mas não pude me dispor de gentileza,” Frances falou friamente. Mary fica assustada ao escutar essas palavras, mas ao mesmo tempo, ela se sente segura. Normalmente, Frances nunca é uma mulher imediatista ou violenta. Se um feiticeiro de primeira classe sentir vontade, ele pode manipular a ‘água’ e matar quantas pessoas quiser. Por isso ela se disciplinou a não usar força bruta desnecessariamente. Frances machucou outras pessoas de modo a salvar Mary—e a própria Mary não é tola para não notar a decisão e determinação de sua irmã.
“…Três se aproximando às 12 horas.”
“Eh?!”
Frances parou bem na curva do corredor. Mary não escuta ninguém, muito menos passos—mas alguns segundos depois, ela escuta vozes. Três soldados com rifles e coletes se aproximam. Esses equipamentos se igualam aos dos soldados que prenderam Mary. O colete provavelmente tem uma placa resistente à magia, e o rifle é um tipo de ‘arma mágica’ que utiliza a magia do usuário para criar balas.
“Parece que surgiu uma intrusa. Isso não acontece muito em lugares com segurança tão alta assim.”
“O Duque quer proteger este lugar por conta de todos os segredos que guarda aqui. Para um ladrão, deve ser uma mina de ouro, não acha?”
Frances avalia a força dos soldados do outro lado da curva. As estatísticas dos oponentes aparecem em seu campo de visão, geradas pela magia ‘Analisar.’
(O primeiro tem uma magia de valor 104, o outro de 201, e o terceiro de 236. Nenhum deles é ‘feiticeiro.’ Em outras palavras, não preciso ser cautelosa com magia.)
A avaliação mágica é determinada multiplicando a quantidade máxima de poder mágico que a pessoa possui e a quantidade que ela pode usar de uma vez. Geralmente, o mínimo requerido para ser considerado um ‘feiticeiro’ é 300, mas isso apenas se houver um bom equilíbrio entre a quantidade que o mesmo carrega e a que pode ser liberada. Um feiticeiro desequilibrado pode ter o potencial de carga, mas seu poder de fogo é muito baixo, ou até pode liberar enormes quantidades de magia, mas acaba gastando toda sua energia muito rapidamente.
Entretanto, usando armas mágicas que disparam balas usando pólvora mágica, é possível compensar esse desequilíbrio de liberação. Claro, tais armas apenas são convenientes para pessoas que não são feiticeiras, uma feiticeira de primeira classe não enxerga necessidade em uma arma mágica.
“Não sejam tolos, vocês dois. Não sabemos onde a intrusa está.”
“Relaxa. Ultimamente, nem mesmo feiticeiros decentes conseguem atravessar nosso equipamento.”
Inclusive, como referência, o valor da magia de Frances é 5658.
“Vá.” Ao abrir as mãos, uma forma feita de água escorre. Ela rasteja como uma cobra até os pés de um dos soldados—agarrando-o pelo tornozelo e puxando-o, arremessando-o contra o chão.
“O quê!?”
Os outros dois giram para a direção do soldado caído. Naquele momento, Frances avança, cria uma agulha d’água, e a lança diretamente na cabeça do segundo soldado.
“Ah–!?”
“Kheh, sua… aaaaaah!”
O soldado que viu seu companheiro ser morto à queima roupa se prepara para disparar sua arma. Frances usa o corpo como escudo, fazendo seu oponente hesitar. Ela aproveita a oportunidade para tomar a arma do seu ‘escudo’ e puxa o gatilho impiedosamente. Após receber uma rajada à queima roupa, seu corpo estremece como se estivesse tendo uma convulsão e ele cai morto.
“Só resta um.” ela murmurou em tom sério, apontando sua arma na testa do primeiro soldado caído. Sua pele queima com o metal quente sendo pressionado contra ele. Considerando o quão incerto é o futuro, é melhor usar armas e conservar suas forças para oponentes mais poderosos, embora o poder de Frances seja avassalador.
“Ei, ei! Por favor, me perdoe… E-e-eu não quero morrer!”
“Está bem. Não vou te matar.” Ao escutar as palavras gentis de Frances, o homem faz uma expressão de alívio—e imediatamente após isso, ele recebe um forte golpe na nuca, quebrando seu nariz no chão e desmaiando.
Quando a luta acabou, Mary correu até Frances e a abraçou. “Irmã!”
“Sinto muito por assustá-la, Mary. A saída está logo ali, vamos nos apressar.” Frances puxa sua irmã pela mão novamente e começa a correr. Mary olha para os corpos agora distantes atrás delas, lágrimas brotam de seus olhos, mas ela suprime o medo e continua a correr pelo corredor.
*
Elas saem pela porta dos fundos. Mary vira e vê a aparência da construção pela primeira vez. “Um edifício no centro da cidade… Eu estava num lugar desses.”
As paredes cinzentas são revestidas com enormes janelas de vidro e se estendem alto no céu, como se afirmasse a autoridade do Duque. A festa de noivado foi realizada na “mansão” de madeira pertencente ao Duque Slavar, que também é dono desse notável e imponente edifício.
“Parece em ruínas, não acha? Os rumores dizem que o próprio Romeo projetou a aparência.”
“É de mau gosto, sem contar que possui um calabouço daqueles…”
“Suponho que eles planejam usá-lo para coisas cruéis.”
Enquanto conversavam, elas deixaram o edifício e caminharam até um muro alto. Frances levanta Mary “como uma princesa” em seus braços e usa uma corda de água mágica para passar por cima. Com um único pulo, ela se lança no ar e aterrissa quase que silenciosamente do outro lado. Como esperado de uma feiticeira especializada em combate corpo-a-corpo, ela não apenas consegue controlar seu poder mágico, mas suas habilidades físicas também são consideráveis. Mary observa sua irmã, encantada.
“Vamos, Mary, entre no carro. Você deve sair daqui depressa.”
Na frente delas, está um carro arranjado por Frances. É um dos chamados ‘veículos mágicos’, que usando tanto eletricidade quanto poder mágico, podem ser dirigidos à velocidade máxima por um longo período de tempo. Considerando o Reino Orvis como um todo, o número de unidades em uso não é muito alto, mas no rico território de Slavar, existem muitos.
Mary entra no carro e senta-se no banco de trás, enquanto Frances tenta fechar a porta.
“Você não vem comigo?”
“Sinto muito, Mary. Eu ainda tenho assuntos a resolver.”
“Mas…”
“Está tudo bem, eu logo estarei com você,” Frances disse enquanto acaricia o cabelo de Mary, mas é difícil acreditar nas palavras de sua irmã. Mesmo se Frances pretendesse encontrar-se com ela novamente, ela já havia matado vários guardas. Mary não acha que sua irmã voltará a salvo.
“Não! Eu não quero que você vá sozinha!”
“Mary…”
“Eu sei que não sou tão útil, mas ainda quero ficar com você.”
Ao escutar essas palavras, Frances fica com uma expressão triste em seu rosto, mas declara com um radiante sorriso, “Eu nunca abandonarei você. Eu sempre estarei ao seu lado, Mary, não importa o que aconteça.”
“Irmã… você promete?”
“Com todo o meu coração e amor por você. Eu juro em sangue.”
Mary e Frances entrelaçam seus dedos. E após se separarem, Frances fecha a porta. O motorista pisa no acelerador e o carro começa a se mover. Mary pressiona seu rosto na janela e observa sua irmã enquanto ela desaparece no horizonte.