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Tradução: Riza| Revisão: Pandine
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Capítulo 16 – Sinto muito
No momento em que Ongsa recebe alta, a época das provas finais chega. Felizmente, Tinh e Charoen a ajudaram com as tarefas. Os professores entenderam suas razões e necessidades. Resumindo, Ongsa só precisa completar todos os testes mais tarde, mas a pergunta que ela não consegue responder é quem levou aquelas anotações para ela no hospital. Seus dois amigos insistem em dizer que não fazem ideia. Ongsa deseja acreditar que foi Sun, mas não era a letra dela. Olhando para o que ela fez para a Sun, ela não pode confiar totalmente que Sun seja a dona do material. É ótimo que sua mãe tenha aceitado seu relacionamento com a Sun, mas o problema é que a Ongsa não sabe como fazer as pazes com ela. Ongsa sabe que suas ações foram terrivelmente egoístas. Sun não fez nada de errado. Ela não deveria ter sofrido com tudo isso, mas antes a Ongsa não fazia ideia do que fazer. Ongsa não podia deixar sua família desmoronar por sua causa. Ela também considera não fazer as pazes com a Sun. Sun é uma ótima pessoa e uma ótima namorada. Ela merece alguém que possa cuidar melhor dela.
… Alguém melhor do que Ongsa…
“As provas finais acabarammmmmmm!!!” Tinh grita e joga todas as anotações pro alto em frente a sala de aula. Ongsa também pularia de alegria com seu amigo, se não fosse pela cicatriz da sua cirurgia.
“Ongsa…” Ongsa se vira para a voz.
“Ah… Bing.”
A garota do ensino fundamental se aproxima da sua sênior. Bing pretendia contar a verdade para a Ongsa vários dias atrás, mas Ongsa ficou internada por uma semana e recebeu alta durante a época de exames finais. Bing não queria incomodá-la neste período. Já que hoje é o último dia das provas, Bing vai diretamente até a sala da Ongsa assim que a prova acaba.
“Como está?”
“Estou melhor, mas o médico disse para eu não me mover muito. Ainda não cicatrizou totalmente.” Ongsa sorri para a garota mais nova, pensando que a Bing está aqui apenas para saber como ela está.
“Sinto muito.” A garota diz com o rosto triste.
“Pelo quê?” Ongsa questiona.
“Tia Aor descobriu sobre você e a Sun por minha causa. Sinto muito, Ongsa.”
“Hein?”
Como mencionado antes, Bing está aqui para contar a verdade para a Ongsa. Pois sua mãe disse que acidentalmente revelou o relacionamento de Ongsa com Sun para a Aor, e a Bing tem estado preocupada. Quando ela descobriu que Ongsa terminou com Sun, ela se sentiu ainda mais culpada. Se não tivesse curtido a foto, sua mão não teria visto. Se sua mãe não tivesse contado para a mãe da Ongsa, sua sênior não teria tido tantos problemas.
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Às vezes a Sun deseja ser capaz de odiar a Ongsa, desta forma não sofreria com estes sentimentos contraditórios.
… Seu cérebro diz para esquecê-la totalmente, mas seu coração sente falta dela o tempo todo…
Ongsa recebeu alta. Sun descobriu isso através das postagens do Tinh e Charoen nas redes sociais. Pode-se dizer que a Sun estava bisbilhotando a vida da Ongsa. Apesar do que a Ongsa fez com ela, Sun ainda se preocupa com ela. Devido a esta preocupação que ela não pode expressar, ela decide fazer algo ridículo, que é…
… Fingir passar na frente da sala da Ongsa só porque quer ver o rosto dela…
Uma coincidência intencional.
“Sinto muito. Não fique brava comigo, por favor.”
“Foi tudo culpa sua, sua danada.”
“Eu sei que errei… É por isso que estou aqui para me desculpar.”
“Você faz ideia de quantos litros de lágrimas eu derramei?”
“Ah… Não foi minha intenção, Ongsa. Por favor, não fique brava.”
“O que devo fazer com você, sua danadinha?”
“Me perdoe. Não fique chateada. Vamos fazer as pazes, Ongsa.”
“Sim… Beleza então.”
“Ótimo! Você é a melhor. Te amo.”
“Também te amo, danadinha.”
A visão da Ongsa irritando a garota mais nova pode parecer adorável para os outros, mas não para alguém que se arrastou até aqui para verificar a condição da sua ex como a Sun. Sun, preocupada, veio ver como Ongsa está, descaradamente fingindo usar este caminho sem motivos só para vê-la, e ainda assim tem que testemunhá-la com outra pessoa. Sun sente que vai ficar louca quando vê Ongsa sorrindo para a garota. Quem é essa criança? Por que ela é tão próxima da Ongsa? Os pensamentos de Sun correm soltos. Ao ouvir as últimas palavras, Sun perde o controle.
“Não disse que sua família te proibiu de namorar garotas? Não foi essa desculpa que deu para terminar comigo? Mas parece que foi por este motivo aqui, hein? Poderia ter apenas me dito a verdade. Não quero ser mais estúpida do que já sou.”
Sun caminha e ataca a Ongsa em meio à metade dos alunos daquela turma, incapaz de se conter. Após dizer isso, Sun se recompõe e percebe que não deveria estar aqui. Sun dá meia volta e se afasta, mas Ongsa rapidamente segura seu braço. A raiva de Sun a leva a sacudir o braço com muita força para se livrar do aperto da Ongsa, esquecendo que seu corpo ainda não está totalmente recuperado.
“Ai!!”
Sun se vira após ouvir a Ongsa gritar. O braço que antes estava segurando o braço da Sun agora está cobrindo o local da cirurgia.
“Me escuta primeiro, Sun.” Ongsa implora, seu rosto demonstrando a dor da cicatriz.
“Qual vai ser a mentira agora?”
“Eu não vou mentir. Nunca menti. Bing é filha da amiga da minha mãe.”
“Oi, Sun. Ongsa e eu não estamos namorando. Por favor, não entenda errado.”
BOOOM!!!
Sun não sabia onde enfiar a cara.
“Vamos conversar.” Envergonhada, Sun permite que Ongsa segure seu braço e a tire dessa área. Os colegas da turma observam curiosos até que elas desaparecem.
“O que caralhos estão olhando? Vocês todos são fofoqueiros de merda. A prova acabou. Vazem!!” Tinh grita com toda sua força para atrair a atenção. A explosão da Sun será, sem dúvida, será assunto na escola toda. Tinh acabou de descobrir o quanto ela é ciumenta. Que assustadora. Ele espera que Ongsa consiga fazer as pazes com ela.
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“Sun.” Ongsa começa assim que arrastou a Sun para uma sacada vazia.
“…”
“Eu…” Agora que elas estão aqui, o gato comeu a língua da Ongsa. Provavelmente seja porque Ongsa não se preparou para isso. Ela não sabe o que dizer. Mas se não falar nada, ela não faz ideia se terá outra chance.
“Se estou aqui apenas para te ouvir gaguejar, então estou indo.” Sun está prestes a se virar, então Ongsa corre para segurá-la.
“Minha mãe permite que eu namore garotas agora!!” Ela diz, finalmente.
“E daí?”
“Podemos… recomeçar, Sun?” Ongsa pergunta em um sussurro, mas ecoa no coração de Sun.
“… Por que acha que eu voltaria com você?”
“Você estava com ciúmes agorinha.”
“Quem estava com ciúmes?!!?
“Certo, certo. Você não estava. Mas podemos voltar, Sun? Sinto muito. Eu sei que é egoísta dizer isso. Sei que sou uma namorada terrível. Mas poderia me dar outra chance? Eu prometo que farei melhor.”
Os sentimentos de Ongsa jorram. Antes Ongsa desejou que Sun encontrasse alguém melhor, mas ela percebeu que não suportaria isso. Ela não suportaria ver a Sun com outra pessoa, então Ongsa será uma pessoa melhor para ela… Se Sun lhe der outra chance.
“É uma promessa vazia. Sabe o quão doloroso é para a pessoa que acredita nisso?”
“…”
“Você pediu por outra chance naquela época. Você prometeu que não iria desaparecer de novo.”
“…”
“Se não consegue manter uma promessa, isso não significa nada, Ongsa.”
“Sun… sinto muito.”
“Eu já te disse que não quero ouvir isso.”
“Eu não sabia o que fazer antes. Tudo estava confuso.
“Então decidiu me deixar sem explicações? Sabe, não estou brava por ter escolhido sua família. Eu entendo que é um grande problema, mas doeu você ter me deixado sem me dizer o motivo. Estávamos namorando, Ongsa. Por que sempre decide as coisas sozinha quando encontra um problema? Por que nunca considerou meus sentimentos? Mesmo que a única solução fosse terminar, poderíamos ter terminado em bons termos, e não me tornando uma pessoa estúpida que não sabia de nada.”
“…”
“Não quero voltar com você, Ongsa.”
“Sun…”
“Não quero passar por isso de novo. Foi terrivelmente doloroso, sabia?”
Ongsa sabe disso. Como não saberia? Ela também estava machucada.
“Foi como se meus sentimentos não significassem nada e você não se importava em como eu iria me sentir. Para mim, amor é uma grande coisa. Tudo sobre o amor não é piada. Não é fácil amar ou parar de amar alguém. Se não sou importante o bastante, não me prenda. Estou cansada… estou cansada de correr atrás de você. Estou cansada de ser a única a manter nosso amor. Doeu vê-la agir como se nosso amor não significasse nada e que você podia deixar para lá como um pedaço de lixo. Se nosso amor é tão exaustivo assim… vamos terminar por aqui.”
“Não!” Ongsa grita tão alto que Sun se assusta.
“…”
A garota doente cerra os punhos tremendo. Ongsa tenta suprimir suas emoções para dizer o que quer dizer.
“… Não posso perdê-la outra vez. Nunca quis te dar as costas. Nunca. O que eu deveria fazer em uma situação em que minhas mãos estavam atadas? Admito que fui egoísta por não ter te contado nada. Fui uma idiota. Eu admito tudo isso. Não quero que corra atrás de mim como antes. Espero que você pare e espere que eu dê um passo em sua direção. Por favor, não fuja de mim… Não quero te perder de novo.”
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Sun não deu uma resposta para Ongsa naquele dia, dizendo que não estava preparada para ponderar agora. Embora não tenha sido o que Ongsa quisesse ouvir, foi melhor do que Sun exigindo que a deixasse em paz. Ongsa sabe que não vai ser fácil voltar com Sun, mas não vai desistir, não importa quão desafiador seja. Sun tentou tanto por ela. É a vez da Ongsa tentar por ela agora.
“Um bocado deles. Não sei se estão aqui pelo acampamento ou para darem em cima da Sun.”
[Bem… A Sun parece interessada em alguém?]
“Que sacooo!! Só passou meio dia. Sun não é gasolina. Faíscas não voam tão facilmente.”
[Só estou perguntando. Mesmo assim, impeça-os de chegarem perto da Sun.]
“Claro. Que conveniente para você. Estou aqui como membro da equipe. Agora preciso virar barreira humana, hein?”
[Não pode fazer isso para uma amiga?]
“Eu possooooo, minha querida amiga. Se alguém chegar perto da Sun, vou pegá-lo e comerei suas entranhas. Vou desligar. Preciso trabalhar. Me manda mensagem se precisar de algo.”
[Certo. Valeu, Tinh.]
“Claro, claro. Até mais. Tchauuuu.”
Tinh encerra a chamada. Ongsa preocupada encara a tela brilhante. O papel de parede do seu celular é uma foto da Sun, mas ela não faz ideia se o coração dessa garota ainda pertence a ela. Sun está em um acampamento voluntário, a atividade tradicional de todo semestre do conselho estudantil. Ongsa não participou desta vez. Sua família não iria permitir, não importa o quanto implorasse, porque ela ainda não se recuperou totalmente da cirurgia. Foi a primeira vez desde as consequências que Ongsa viu seus pais vigorosamente unidos.
Ongsa não está no acampamento, enquanto Sun está lá completamente solteira. Isso preocupa Ongsa significativamente. Era evidente a quantidade de pessoas que dão em cima da Sun nestes acampamentos. Desta vez, vários deles vão se voluntariar feito loucos para emendar o coração partido dela. E pelo que Tinh disse a ela por telefone antes, Ongsa sabe que não está exagerando.
“Você acha que a Sun ainda me ama?” Ongsa pergunta para a criatura sentada ao seu lado.
“Au au!”
“Ei! Me encoraje.”
“Au au, au au.” Não é difícil adivinhar com quem a Ongsa está conversando. Neste quarto, há uma garota e uma criatura que destruiu o amor de outra pessoa. Felizmente, Ongsa não sabe que Latte foi o motivo de sua mãe descobrir seu namoro com a Sun. Caso contrário, o cachorrinho teria sido grelhado.
“Eu não queria fazer aquilo. Você sabe que não tive escolha. O que faço para convencer a Sun a voltar comigo? Me ajude a pensar.”
“Au au!”
“Você é um cachorro inútil. Devo te abandonar?”
“Au auuu!!!!”
Ongsa tenta todas as formas possíveis. Mandar mensagem, ligar, etc. Ela passa as curtas férias pensando em como fazer as pazes com a Sun, mas nada funciona. Sun é mais teimosa do que o esperado. Ela se recusa a atender as ligações ou responder as mensagens. Por sorte, ninguém conquistou seu coração durante o acampamento voluntário. Graças ao Tinh por ser uma ótima barreira humana. Ongsa planeja pagar um lanche para Tinh e Charoen.
Foi uma luta tentar fazer as pazes com a Sun durante as férias escolares. Agora que as aulas começaram, só piorou. Ongsa decidiu fazer as pazes com ela pessoalmente, cara a cara, quando as aulas começaram, acreditando que seria mais fácil convencer a Sun assim do que por mensagem de texto com figurinhas que foram ignoradas. Mas não… A luta amplifica na escola porque as amigas da Sun estão determinadas em manter Ongsa a pelo menos dois metros de distância da Sun. Toda vez que Ongsa vai em direção a Sun, as amigas dela a perfuram com o olhar. Mas Ongsa as entende. Considerando o que ela fez, é razoável que as amigas de Sun estejam chateadas.
“Você sempre precisa da ajuda dos seus amigos para fazer as pazes com sua garota.” Tinh resmunga, caminhando em direção ao alvo à sua frente.
“Qual é. Por favor, me ajuda.” Ongsa diz timidamente.
“Não estamos ajudando ao te acompanhar?” Charoen se intromete.
Os três melhores amigos se bicam até chegar na sala da Sun. Charoen e Tinh empurram, sacodem e chutam Ongsa na tentativa de fazê-la entrar. Por que diabos ela trouxe seus amigos aqui se eles vão amarelar?
“Sun… Pode vir aqui para conversamos?” Ongsa pergunta, esticando o pescoço para dentro.
“Não!”
Alguém grita com uma voz severa, e não foi a Sun. É uma de suas amigas que a cercam como se fossem guarda-costas da realeza.
“Por favor, deixe a Sun falar com ela. Só uma vez. Após isso, eu prometo levá-la de volta e não vou permitir que ela incomode a Sun novamente.” Charoen oferta. Seja por pena da Ongsa, da Charoen ou do Tinh, Sun avisa as amigas que vai conversar com Ongsa. Como foi decisão da Sun, elas a deixam sair da sala.
“O que foi?” Sun fala com Ongsa em frente à sala, com seus amigos observando de longe.
“Queria falar com você pessoalmente. Você não atendeu minhas ligações ou respondeu minhas mensagens.”
“Estamos falando agora. Diga o que quer dizer.” Sun fala uniformemente, sem nenhum sinal de aborrecimento ou irritação. Sun na verdade não demonstra emoção, e isso desanima a Ongsa ainda mais.
“Não vai me perdoar mesmo? Ainda está brava comigo?”
“Não estou mais brava com você. Te perdoei há muito tempo.”
“Se não está, por que não me respondeu?”
“Eu disse que não estava brava… mas não disse que voltaria com você.”
“Vai mesmo terminar tudo comigo?”
“Você que terminou comigo.”
“Você acabou de dizer que não está mais brava.”
“Não estou brava, mas voltar com você é outra história.”
“Não me ama mais?” A sentença curta sacode o coração da Sun.
“Não quero me machucar de novo.” Ela diz mais suavemente do que antes.
“Sinto muito… Soltei sua mão antes porque não tive escolha. Posso escolher quem amar agora, e eu escolho você. Por favor, me dê outra chance.”
“Meus sentimentos não são mais os mesmos, Ongsa. Não vou negar que ainda te amo, mas realmente não posso voltar com você.”
“Então me dê uma chance. Me dê uma chance para fazer certo desta vez. Me dê uma chance para trazer de volta seus sentimentos. Não é como se minhas ações também não tivessem me afetado. Não é como se eu também não estivesse machucada. Mas não posso mudar o passado, então estou pedindo uma chance para fazer as pazes com você. Pode parecer egoísta, mas eu não sei mais o que fazer. Finalmente recebi a oportunidade de te amar incondicionalmente. Se terminarmos, devemos terminar porque nosso relacionamento não funciona, não por causa disso. Não quero te perder sem poder fazer nada. Estou te implorando. Ao menos me deixe…”
“…”
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As curtas férias escolares passaram num piscar de olhos.
Alguns descansaram totalmente.
Alguns não tinham corrigido suas notas.
… Alguns…
Alguns não organizaram seus sentimentos.
O mês refletindo em tudo o que aconteceu pareceu um mês perdido porque Sun ainda não tinha ideia do que fazer com sua vida. Tudo o que aconteceu foi completamente confuso. Quando a escola toda descobriu que ela terminou com Ongsa, vários estudantes começaram a flertar com ela. Além disso, havia mais agora do que antes dela namorar com Ongsa, tanto garotos como garotas, mas Sun não estava interessada em nenhum deles. Ela não ama facilmente. Sun até considerou algumas vezes namorar alguém para simplificar as coisas, mas não pôde porque seu coração ainda estava amarrado a mesma pessoa.
O mês de confusão foi o mês em que Ongsa tentou reconciliar-se com ela. Sun, na verdade, admirou as tentativas dela. Embora nunca tivesse atendido, Ongsa continuava ligando. Embora não tivesse respondido, Ongsa continuava mandando mensagem para dar boa noite a ela. Isso amoleceu o coração de Sun? Amoleceu quando ela viu o rosto de Ongsa pela primeira vez, mas o que ela poderia fazer? Sun está feliz por Ongsa ter tentado fazer as pazes com ela, mas ao mesmo tempo está com medo de recomeçar. Ongsa já soltou sua mão duas vezes.
Na primeira vez, Ongsa a deixou confusa e com várias perguntas.
Na segunda vez, Ongsa a deixou devastada.
Não há garantias de que se Sun voltar para a Ongsa…
…. ela não vá repetir o mesmo erro pela terceira vez…
Ela ainda ama Ongsa? Sim. Mas se o amor acompanha a dor… Sun prefere terminar aqui.
Certo… Esta é a decisão de Sun. Porém, ela fica balançada porque Ongsa visita sua sala todos os dias.
“Sun, não tem aula?” Sun, perdida em pensamentos, se assusta com a voz e se vira para Pinky. O novo membro do conselho estudantil entra na sala. Como o responsável da divisão de atividades se mudou, Peem, o presidente da escola, pediu a Pinky, sua colega de classe, que assumisse o lugar dele. Os outros membros não se opõem, já que Pinky é uma das alunas extraordinariamente ativas.
“Os professores dos dois períodos faltaram, então pensei em encerrar os documentos de final de ano para enviar à divisão de assuntos.”
“Que esforçada. Foi por isso que ficou em terceiro do nosso ano. Você é esperta, bonita e ativa. Você deve ter feito inúmeras boas ações na vida passada.”
“E você? Não tem aula?” Sun pergunta. Embora tenham começado a trabalhar juntas recentemente no conselho estudantil, elas são próximas até certo ponto por serem ambas estudantes ativas.
“É aula do Sr. Narongsak. Ele levou a banda marcial para se apresentar em algum lugar, então estou livre. Bem, dormi tarde noite passada. Estou com muito sono. Vim até aqui tirar uma soneca.”
“Fique à vontade. Precisa de um travesseiro? Está atrás da caixa de papel naquele canto.” Sun aponta na direção. A sala do conselho estudantil é o lugar de fuga deles. É normal terem um travesseiro preparado.
“Claro. Ótimo.” Pinky procura pelo travesseiro que Sun sugeriu. Ela encontra um travesseiro e uma coberta que alguém deixou ali.
“Ei, Sun, posso te perguntar uma coisa?” A garota, que tinha dito estar com sono, inicia a conversa com a garota que está trabalhando nos documentos após preparar o sofá para sua soneca.
“O que foi?”
“Eu sei que não deveria perguntar sobre isso, mas não sei a quem mais perguntar. Acho que você é a única na escola que pode me responder. Aconteceu de estarmos sozinhas hoje, então vou aproveitar a oportunidade. Mas agora pensando bem, não sei se deveria te perguntar. Eu…”
“Apenas pergunte. Irei responder, se puder.” Sun sorri com as palavras confusas de Pinky. Ela sempre foi assim, desde que se conheceram. Quando ela acelera, sua confidência dispara até o céu. Quando ela está com vergonha, ela se torna terrivelmente tímida.
“Por que você gosta da Ongsa?”
Isso explica o porquê Pinky estava hesitando em perguntar.
“Não estou me intrometendo nos seus assuntos. Quero dizer, a situação é parecida com a minha. Me pergunto o que devo fazer.”
“Como assim parecida? Uma garota está dando em cima de você?”
“Não… Nem uma garota está dando em cima de mim, mas eu…”
“…?”
“… eu estou dando em cima de uma garota.”
“Hein?!!”
Isso é totalmente inesperado.
“Ela é minha vizinha. Eu tenho um crush nela há muito tempo, mas ela não parece interessada em mim. Queria saber como fazer outras garotas se apaixonarem por mim. Eu sei que seu relacionamento com a Ongsa não terminou bem, mas minha história parece que vai acabar antes mesmo de começar.” Olhando para a expressão desanimada de Pinky, Sun não consegue evitar sentir muito por ela. Quão importante essa pessoa é para ter o poder de entristecer a Pinky, que sempre foi enérgica como se tomasse dez energéticos por dia?
“Não comecei a dar em cima dela. E não sei o que fazer.”
“Quando a Ongsa deu em cima de você, o que você fez?” Pinky parece inocentemente animada, como se realmente esperasse pela resposta.
“Ela… me mandava mensagem de boa noite todos os dias…” Sun lentamente relembra o motivo de ter se apaixonado pela Ongsa. Tipo. Como? Uma garota comum e de aparência comum. Uma garota com nada de interessante. Como ela intrigou tanto a Sun? Provavelmente foi…
“Ela me venceu pelo cansaço. Eu perdi para sua normalidade. Eu perdi para o jeito que ela fazia me sentir quando estava com ela.” Sun finalmente responde a colega e a seu próprio coração os motivos de ela amar tanto Ongsa.
“É porque sou extraordinária demais que ela não gosta de mim? Devo ser linda demais, Sun. O que eu faço?” Essas palavras atrevidas vêm da pessoa enrolada no cobertor em contemplação. Essa é a Pinky. Sua confiança está além da imaginação. Mas ela nem está mentindo, porque ela é realmente linda como disse.
“Não tem medo da sua família descobrir que você gosta de garotas?
“Eu já falei com eles.”
“Hein?!”
“Já disse para minha família que gosto dela. Meus pais ficaram em choque, mas não criaram confusão porque ela é uma ótima pessoa.”
Ah… Às vezes pode ser simples assim, aparentemente. A história da Sun não é tão simples.
“A família dela aceitaria? Digamos que você conquistou o coração dela.”
“Não sei. Mesmo se não puderem, vou fazê-los nos aceitar. Tenho crush nela há três anos, Sun. Se ela sair comigo, vou fugir com ela se a família dela não nos aceitar.”
“Sério?”
“Seriamente não é sério…”
Inacreditável!
“… É difícil pra caramba ganhar o coração dela. Se terminarmos juntas, não vou desistir só porque a família dela se opõe.”
“E se ela não estiver disposta a lutar? O que você vai fazer?”
“Ah, verdade…”
A garota fica em silêncio e reflete sobre isso por um momento antes de responder com um sorriso.
“Se ela não lutar. Eu lutarei por ela. Quero dizer, dada a personalidade dela, não é surpresa que ela se recuse a lutar. Vou tentar no lugar dela. Vou chorar na frente da casa dela até que seus pais a entreguem para mim.”
“Que legal ser você. Você não pensa demais.”
“Você me acha irracional, né?”
“Não.” Sun na verdade acha que ela é um pouco sim.
“Está no futuro. Eu não quero me precipitar. O amor não é um negócio. Por que pensaria demais nisso? Apenas deixe seu coração agir. Se não estiver certo no final, ainda é o que seu coração quer.”
Se não estiver certo no final, ainda é o que seu coração quer…?
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Ao longo do primeiro mês de aula, o conselho estudantil foi inundado com pilhas de trabalho. Este período costuma ser hora de praticar a torcida para o Dia dos Esportes. Mas como realizado no último semestre, agora é período livre para todos os estudantes. Embora, não seja tempo livre para o conselho estudantil.
“Sr. Surang disse que devemos lavar a roupa do papai e da mamãe Noel primeiro. A banda marcial pegou emprestado para uma apresentação e não os lavou.” Tinh diz para os estudantes do conselho estudantil na sala. Suas tarefas mais agitadas são os festivais de fim de ano, Natal e Ano Novo. É por isso que todos os membros estão presentes.
“Cadê? Vou pegá-los” Pinky se voluntaria. Conforme a última reunião, ela foi designada para supervisionar o Festival Natalino. Portanto, isso deve ser responsabilidade dela.
“Provavelmente na sala da banda marcial. Sun e eu vamos buscar.” Tinh diz.
“Eu?” Sun pergunta surpresa.
“Você precisa entregar os livros encomendados, né? Deixe a Pinky cuidando de outra coisa.”
“Ah, certo.” Sun agora se lembra do professor do escritório administrativo que pediu a ela e ao Tinh para entregarem os livros encomendados aos professores. Significa que precisam ir lá de qualquer forma.
Tinh e Sun chegam na sala da banda marcial. É um depósito, para ser preciso, uma sala enorme com uma fileira de armários dividindo instrumentos e figurinos.
“Cadê todo mundo?” Sun pergunta, notando que a sala da banda marcial, que costuma estar ocupada, está quieta sem nem uma criatura viva. “O que fazemos, Tinh? Não sei onde as fantasias estão.”
“Espere um segundo. Vou chamar o Non.” Tinh menciona o líder da banda marcial e liga para ele.
“Alô… Estou na sala agora. Ah… Sim, sim, certo. Desligando.” Tinh encerra a chamada e fala com a Sun. “Eles estão bem lá dentro. Em uma caixa vermelha perto do cabideiro.”
“Entendi.” Sun assente, e ambos entram para procurar as fantasias.
“Uau, Non! Seu filho da puta!” Tinh xinga quando chega ao fim da seção de fantasias e encontra uma dúzia de caixas de plástico.
E todas elas são… vermelhas.
A dupla do conselho estudantil remove as tampas de cada caixa e olham seu conteúdo. Enquanto isso, há passos indicando que alguém está entrando na sala. Tinh e Sun não ligam para eles já que as pessoas usam a sala regularmente.
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“Shan.”
“Ongsa.”
“Por que me chamou aqui?” Ongsa pergunta confusa. A linda júnior, a mais recente chefe da bateria da escola, de repente a chamou, dizendo que precisava de um conselho dela. Ela até mesmo disse que não queria falar por telefone e pediu para encontrá-la pessoalmente. Apesar do seu ceticismo, Ongsa pensou que seria cruel recusar.
Shan hesita por um longo momento antes de falar.
“Podemos falar lá dentro? Não quero que ninguém nos ouça.”
“Hmmm?” Ongsa parece confusa, mas ainda assim deixa a júnior segurar sua mãe e puxá-la para dentro da sala.
“Bem… Tenho algo para te dizer.”
“O quê?”
“Você terminou com a Sun, né?”
“…” Ongsa sente que isso não está certo. Por que a Shan trouxe isso à tona de repente?
“Então… Quer sair comigo? Eu gosto de você.”
“Shan…” Sem palavras. Essa é a frase perfeita para descrever a expressão da Ongsa.
“Eu realmente gosto de você. Desde o Dia dos Esportes. Não me confessei antes porque você estava namorando a Sun. Você está solteira agora. Poderia me dar uma chance? Embora eu não seja tão linda quanto a Sun, eu realmente gosto de você.”
“Shan, eu…” Ongsa está relutante, sem saber como responder. A confissão da bela garota não faz seu coração palpitar, mas é um pouco chocante receber uma confissão da sua júnior.
“Eu sei que você ainda a ama. Não vou pedir para esquecê-la, mas você não pode ficar presa ao passado. Deveria recomeçar com outra pessoa.” Shan diz. Ela coloca as mãos delgadas nos ombros de Ongsa e a empurra contra o armário atrás dela. A garota popular do primeiro ano, a mais recente chefe da bateria da escola lentamente se aproxima… até que a Ongsa consegue ouvir sua respiração. Shan desliza suas mãos dos ombros de Ongsa para o pescoço. Ongsa.exe parou de funcionar. A garota mais nova continua se aproximando até ficar a um palmo de distância. Seu sussurro é alto o bastante nesta sala silenciosa enquanto fala para a garota mais velha.
“… Me dê uma chance para cuidar de você.”
“NÃO!!”
Ongsa pensa que ela não disse isso, e a Shan também não. Quando ela olha ao redor, ela fica arrepiada ao encontrar a dona da voz áspera saindo do outro lado e olhando para ela com olhos que mostram que ela está a ponto de enlouquecer.
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Sun não esperava ser testemunha em uma cena de confissão. Ainda mais, quando as protagonistas eram uma júnior e sua ex-namorada. Sun não queria espiar, mas tudo congelou por um momento quando ela viu a novinha entrar na sala com a Ongsa. E quando ouviu a conversa e viu a linda júnior se inclinar para beijar Ongsa, Sun perdeu as estribeiras. Antes de perceber, ela deu um passo à frente para encará-las.
“Tire suas mãos da minha garota.” Sun tenta ao máximo se recompor, mas é terrivelmente difícil quando as mãos da Shan ainda estão no pescoço da Ongsa.
“Sun…”
“Eu disse para você tirar as mãos da minha namorada.”
“Mas vocês duas terminaram. Você não tem o direito de dizer isso.” Os olhos desafiadores e as palavras provocativas enfurecem ainda mais a Sun.
“Eu tenho o direito sim, claro, porque nós duas voltamos agora. Não estou certa, Ongsa?”
“Hein?” Ongsa parece perplexa.
“Não estou certa?!!” Sun repete em voz alta, encarando Ongsa.
“Ah… Sim, claro.” Ongsa segue o fluxo. Dada a situação, se Ongsa discordasse, Charoen precisaria ligar para seu avô e reservar um funeral após ela sair da sala.
“Você ouviu, Shan. Agora tire suas mãos da minha namorada.”
“Está voltando com ela, Ongsa?” A garota mais nova pergunta a mais velha.
“Sim.” Ongsa assente.
“Bem, então… se amem por um bom tempo, beleza?” A garota diz para Sun após soltar o pescoço de Ongsa. Ela então sai como se nada tivesse acontecido, deixando os demais confusos. Se Ongsa e Sun tivessem olhado cuidadosamente, teriam notado um sorrisinho de canto no rosto da garota que acabou de sair.
“Por que você está sempre flertando com outras pessoas?” A bandida saiu, deixando Ongsa para ser interrogada pela polícia.
“Hein?”
“Você acha que pode sair por aí flertando com todas só porque está solteira?”
“Não.”
“Você é a pior. Vá embora.”
“Quê? Por que, Sun? Fale comigo. Eu não flertei com ela. Ela de repente se confessou para mim. O que eu deveria fazer?” Ongsa tenta se explicar.
“Está insinuando que é encantadora?”
“Não. Aff!! Sun, vá com calma.”
“Não.”
“Então vou lá falar com a Shan.”
“Se você quiser terminar pela segunda vez, pode ir!!”
“Pela segunda vez? O que quer dizer, Sun?” Ongsa costuma ser lenta para entender as coisas. Agora que Sun não está sendo clara, Ongsa está ainda mais confusa.
“Poderia não ser tão estúpida?”
“Você voltou a namorar comigo?”
“Sim!!” Sun não consegue acreditar em como Ongsa é tola. Se ela não desse uma resposta direta para a Ongsa, elas não se entenderiam até o fim do dia.
“Sun!” Ongsa puxa a Sun para seus braços, feliz demais para se segurar.
“Me solta.” Sun se contorce só para bancar a difícil. Ela, de fato, não tem mais nada a perder após se rebaixar e passar essa vergonha.
“Posso não soltar? Me deixe abraçá-la por um tempo… Senti sua falta.”
‘Senti sua falta’ foi o bastante para derreter o coração da Sun. É isso!! Para o inferno com seu orgulho. Sua namorada quase foi roubada por causa disso. Sun não vai mais jogar duro.
“… Eu também senti sua falta.”
“As bonitas ficarão abraçadas por quanto tempo? Temos um monte de merda pra fazer.” Uma voz familiar traz Sun de volta a realidade. Percebendo que não estão sozinhas na sala, elas se afastam uma da outra.
“Que bom que voltaram. Não quero interromper este momento, mas temos trabalho a fazer.” Tinh diz, levantando os livros que precisam ser entregues e a bolsa enorme com as fantasias que vieram buscar.
“Me empresta a Sun por agora. Tchauzinhoooo.” Tinh diz e instantaneamente arrasta Sun para fora da sala. Ongsa não é rápida o bastante para segurá-la. Ela promete que quando Tinh estiver em um relacionamento, ela será a maior vela de todas!
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– O -: Já chegou em casa?
Sim. Prestes a tomar um banho. :SUN_SUN
– O -: Suas amigas te criticaram sobre nós?
Elas me importunaram um pouco, mas expliquei. :SUN_SUN
Não pense demais nisso. :SUN_SUN
– O -: Obrigada, Sun.
– O -: Obrigada por voltar comigo.
Obrigada por tentar voltar comigo por tanto tempo. :SUN_SUN
– O -: Devo agradecer a Shan, então?
Faça isso se quiser morrer. :SUN_SUN
– O -: Estou brincando.
– O -: Está livre este Domingo?
Na parte da tarde sim. Por quê? :SUN_SUN
– O -: Quer vir aqui em casa?
– O -: Meu pai quer te conhecer.
Hmm?… Tem certeza, Ongsa? E sua mãe? :SUN_SUN
– O -: Ela não estará em casa. Por isso meu pai me pediu para te convidar. Tudo bem se ainda não estiver pronta.
Sun contempla por um momento antes de responder.
Certo. Te ligo assim que tiver a resposta. :SUN_SUN
Vou tomar banho. :SUN_SUN
– O -: Tá bom.
Sun coloca o celular do lado e deita na cama. Ela não sabe se dar a Ongsa outra chance foi a decisão certa, mas seu coração não quer soltar a mão desta pessoa. Sun deseja ouvir seu coração mais uma vez, e seu coração escolheu a Ongsa. Sun escolheu esta garota e fará todos saberem o quão séria elas estão sobre este amor. Talvez elas encontrem vários problemas pela frente. Não é nada fácil duas garotas estarem em um relacionamento, Sun sabe, mas ela está preparada para lutar por isso. Nenhum amor vem sem problemas e não adianta se precipitar. Ela pode ter mais problemas que os outros. Tudo o que ela pode fazer é orar que seu coração não a desaponte. Como a Pinky disse…
‘O amor não é um negócio. Por que pensaria demais nisso? Apenas deixe seu coração agir. Se não estiver certo no final, ainda é o que seu coração quer.’